Homens como Ademir eram, por si mesmos, extremamente excepcionais: eram bonitos, tinham uma excelente linhagem e tratavam as mulheres com todo carinho. Não era difícil entender por que ela se sentia atraída por ele. Por isso, Karina cometeu tantas tolices ao longo do tempo. Contudo, agora, ela precisava acordar para a realidade. Karina fechou lentamente os olhos, desejando apenas descansar. Ela ainda tinha muito a fazer e não podia perder tempo com amores errados. Dormiu profundamente a noite inteira. Quando acordou, sentiu algo pesado pressionando seu braço. Ao olhar para baixo, viu que era Ademir. Ele estava deitado na beirada da cama, com a mão de Karina na dele, e sua cabeça repousada sobre o braço dela enquanto dormia. Foi isso que causou o peso no braço dela. Quanto a saber como Ademir havia chegado até ali ou por que estava deitado daquele jeito, Karina simplesmente não queria saber. Ela fez força para tentar retirar o braço, mas não teve forças suficientes
O tom de Karina era calmo, mas, para Ademir, soava extremamente estranho.Ademir inicialmente não queria explicar nada, mas não conseguia mais suportar os sarcasmos de Karina.— Karina, o motivo de eu ter me machucado foi por sua causa!— Foi? — Karina olhou para ele de soslaio, claramente cética.— Foi! — Ademir ficou nervoso, ansioso para explicar. — Naquele momento eu...— Não precisa dizer mais nada. — Karina o interrompeu, sem deixar espaço para explicações. — Porque, independentemente do que você disser, eu não vou acreditar. Tem certeza de que ainda quer continuar?Ademir ficou em silêncio.Observando o rosto impassível de Karina, ele de repente percebeu que não havia mais como resolver a situação. Já não queria mais se justificar.— Tá bom, não vou mais explicar. Vamos. Então, segurou a mão de Karina e saiu do quarto. Desceram as escadas, entraram no carro e seguiram para a Mansão da Família Barbosa.Quando chegaram à mansão, apenas Wanessa estava lá.Otávio estava no hospita
— Sério? — Ademir deu uma risada amarga, com um tom azedo. — Tanto faz, de qualquer forma, não vou morrer.Karina ficou sem palavras. Ele ainda estava se fazendo de dramático. Ademir realmente acreditava que, com isso, Karina cederia? Karina sorriu friamente e falou: — Então, espere pela sua morte. Ademir ficou chocado, seus olhos se abriram como se não pudesse acreditar no que ouvia. — Karina! — O que você está me olhando com esses olhos? — Karina respondeu com frieza. — Fui eu quem te machucou? Por que você está se fazendo de vítima na minha frente? Após isso, ela se levantou de repente. — Se você morrer assim, a Vitória com certeza vai ficar muito tocada. Quem sabe, talvez até ela mesma não consiga viver sem você. — Karina fez uma pausa, antes de lançar uma última provocação. — Assim, vocês finalmente vão ficar juntos! Um final perfeito, não é? Parabéns para vocês dois. — Karina! — A fúria de Ademir fez seu rosto ficar pálido, e seus olhos pareciam lançar chamas.
Ademir foi ficando cada vez mais irritado ao ouvir Filipe.— Você tem mais alguma coisa a dizer? Se não, pode ir embora! Era típico de Filipe provocar Ademir desse jeito, mas Filipe não se importou nem um pouco com a reação do amigo.— Eu vou embora já, não se preocupe. Ainda estou terminando minha maçã. — Filipe continuava cortando e comendo a fruta. — Mas, sério, eu realmente quero saber o que você está pensando. — O que você quer saber? — Ademir lançou um olhar confuso para Filipe, sem entender por que ele estava falando de forma tão estranha.— Não me olhe assim. — Filipe riu. — Olha, não estou culpando a Karina por estar chateada. Mas me diga, você realmente consegue esquecer o passado? Se fosse só a Vitória, eu não te faria essa pergunta, mas a Vitória não virou a pequena borboleta? A pessoa que você ficou pensando durante todos esses anos, você realmente vai conseguir esquecer tudo por causa da Karina?Ademir ficou em silêncio após ouvir essas palavras.Quando terminou de come
— Não precisa! Eu já tenho namorado! "Como é?" Filipe ficou atordoado por um momento. Aproveitando a chance, Patrícia finalmente pegou o café que lhe pertencia, sorrindo feliz, e se virou para entrar. — Espere! — Filipe a puxou. — Quem é ele? — Quem? — Patrícia percebeu que Filipe estava perguntando sobre seu namorado. Ela respondeu de forma casual. — Quem mais poderia ser? É alguém que você também conhece, o Simão. Ah, então era ele. Filipe sentiu uma pontada de ciúmes, mas soltou sua mão e balançou a cabeça, indo direto para dentro. Murmurou: — Ah, aquele cara, hein? Seu gosto não é lá essas coisas. — O que você está dizendo?! — Patrícia ficou surpresa. — O Simão não é bom? Espere, o que você está fazendo entrando aqui? Quem deixou você entrar? Saia agora! Mas Filipe não deu ouvidos. Patrícia, desesperada, correu para pegar o braço dele: — Eu te mandei sair, não ouviu? Filipe olhou para a mão dela. Embora seu rosto fosse redondinho, os dedos eram finos e
Filipe bateu duas vezes na porta do quarto.— Ademir, eu vou entrar. — Filipe abriu a porta e puxou Karina para dentro. — Trouxe a pessoa para você!Ele foi direto até a beira da cama, e, com um movimento brusco, empurrou Karina em direção a Ademir.Karina, desequilibrada pela pressão, quase caiu e, no impulso de não se machucar, se agarrou no único homem que podia oferecer apoio.Ademir, visivelmente feliz, a envolveu com um braço, segurando ela de maneira protetora.— Você está bem? Está tudo certo? — Perguntou preocupado, lançando um olhar repreensor ao Filipe. — Você poderia ser mais cuidadoso! A Karina está grávida!Filipe levantou uma sobrancelha, mas não negou.— A pessoa já está aqui, então eu vou indo.Com um gesto de mão, ele se virou e começou a sair.Porém, depois de um momento de reflexão, Filipe se voltou para trás e apontou para Karina.— Eu esqueci de dizer, a Sra. Barbosa está comendo, mas fui eu quem interrompi ela. Ela provavelmente não terminou de se alimentar.Agor
— Não vai, né? — Karina balançou a cabeça, exausta, e pegou o garfo. — Então não fique me incomodando. Comparada a você, uma refeição sem gosto não é nada.E assim, Karina começou a comer.Vendo que Karina comia com apetite, Ademir não ousou interromper. Apenas, silenciosamente, começou a servir mais comida no prato dela, como sempre fazia.Durante a refeição, não trocaram palavras. Karina logo terminou de comer.Ademir, ocupado em cuidar dela, quase não comeu nada.Karina limpou a boca com um guardanapo e, levantando o olhar, perguntou:— Eu posso ir embora agora?Ademir franziu a testa, mas não ousou irritá-la. Com um movimento leve, colocou o braço em volta dela:— Você não quer ficar aqui comigo, não? Ficar com ele? Karina ficou em silêncio, sem saber o que responder.— Aqui não é um bom lugar para dormir. — Disse ela, apontando para a cama de apoio. — É muito pequena, e agora que minha barriga está crescendo, não consigo mais dormir bem. Eu vou me mexer muito à noite.— Não prec
Ademir beijava com intensidade, como se carregasse uma emoção profunda, algo como uma forma de desabafo. Desabafava sua própria insatisfação.Então, Ademir mordeu Karina, mas claro, foi uma mordida leve. Karina, por si só já aborrecida, ficou ainda mais irritada com a mordida. Abriu a boca e lhe revidou com uma mordida feroz.Enquanto o homem mordeu suavemente, Karina, por outro lado, não hesitou em morder com força.Ademir sentiu a dor e emitiu um som baixo. No entanto, não afastou os lábios. Ao contrário, o beijo se tornou ainda mais forte."Esse homem enlouqueceu?"Não havia muito o que ela pudesse fazer, pois quanto mais forte Ademir a beijava, mais ela se esforçava para morder com mais intensidade.Até que o gosto de sangue preencheu sua boca e, finalmente, Ademir não aguentou mais e se viu forçado a se afastar.Karina levantou os olhos e viu que o canto da boca de Ademir estava manchado de sangue. Mas ele ainda estava sorrindo.Ademir levantou a mão, passou os dedos pela boca, qu