Capítulo 338
Ao deixar o hospital, Ademir se apressou em retornar para Berlengas.

Durante todo o caminho, ele não disse uma palavra.

Mas Bruno podia sentir que Ademir estava imensamente triste...

Ademir guardava uma dor que não conseguia expressar.

Fechou os olhos, e em sua mente surgiram lembranças da infância, quando seu pai o abandonou.

Ele se lembrava do pai partindo de carro, deixando a Mansão da família Barbosa para trás. Na época, ainda criança, ele correu atrás, chorando e gritando:

— Papai, por favor, não vá!

Mas o pai não olhou para trás e foi embora sem hesitar.

Logo depois, sua mãe também se foi...

Mais tarde, Ademir tentou encontrar o pai, mas, em um inverno frio, o pai mandou que os empregados o expulsassem, se recusando a vê-lo.

Embora fossem de sangue, o pai lhe demonstrava uma frieza que superava até a de um estranho.

Era uma frieza que parecia congelar todo o sangue em suas veias.

Depois de tantos anos, Ademir sentia novamente essa mesma sensação.

Frio, um frio intenso. El
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