Na verdade, aquelas eram as mães das duas meninas de ontem. Ao ouvir as palavras de Vitória, Karina pensou que as duas meninas foram levadas pela polícia. — Chamar a polícia? Foi o Ademir quem fez isso? Após compreender a situação, Karina soltou um sorriso indiferente. Que confusão! Ela então respondeu com frieza: — Não fui eu quem ligou para a polícia, vocês estão procurando a pessoa errada. E, após isso, deu meia-volta para ir embora. Foi quando Vitória a agarrou, adotando uma postura de justiça e dizendo: — Se não foi você quem fez a denúncia, então foi você quem fez o Ademir ligar! Karina, as duas só estavam brincando com você, todos conseguem ver que elas são só imaturas. Não precisava ser tão cruel a ponto de mandar as meninas para a delegacia, não é? "Todos conseguem ver que elas são só imaturas?" Karina riu com raiva. — Desculpe, mas minha visão é tão boa que não percebi que elas eram só imaturas. — Você... Vitória ficou sem palavras por um momento, e
Karina tentou controlar suas emoções e não detalhou mais: — As mães delas vieram me procurar. — O quê? — Ademir riu com desprezo. — Elas realmente foram procurar você? Karina não estava com paciência para brincadeiras, e respondeu: — Você precisa soltá-las. — Não vou soltar. — Ele nem hesitou em recusar. — O que você fala e o que você realmente pensa são coisas completamente diferentes. Agora, se eu as soltar, o que vai acontecer quando você começar a perder a paciência? Quando ela perder a paciência? Karina apertou o celular com força, o rosto de repente se tornou sério e, então, sua raiva explodiu: — Ademir, você já se divertiu o suficiente? Ademir fez uma pausa, sua voz soando rouca: — O que você disse? Karina riu com desprezo: — Você é tão inteligente, será que não sabe o motivo da minha raiva? É porque você está ajudando a Vitória, não é? E depois, você desconta a raiva em pessoas que não têm nada a ver com isso. Tem graça nisso? — Descontar a raiva? — A
Ao ver a mulher dentro do ambiente, Karina abriu a boca, surpresa. A pessoa lá dentro não era Vitória. Porém, aquela mulher tinha uma aparência familiar. Karina raramente assistia a novelas ou programas de variedades, sabia que ela era uma atriz famosa, mas não conseguia lembrar seu nome. Nunca imaginou que, além da Vitória, Ademir tivesse outra mulher. Ademir estava sentado em uma cadeira, enquanto a atriz estava no sofá. Assim que Karina entrou, todos se olharam, surpresos. A atriz se levantou rapidamente: — Sr. Ademir... Ademir não a olhou, seus olhos estavam fixos em Karina: — O que você veio fazer aqui? Já que estava ali, Karina não pensava em recuar. — Eu vim falar com você. — Veio falar comigo? — Ademir se reclinou na cadeira, um sorriso sutil curvando os cantos dos lábios. — Então diga, o que você quer? O que ela queria? Ele não sabia? Era óbvio que ele estava perguntando de forma provocativa. Karina sabia que, depois de irritá-lo, ele não falaria
Chegando ao local, Karina logo entendeu. Ademir tinha razão em trazer a atriz para jantar. Aquilo não era uma simples refeição. Era uma reunião de negócios, disfarçada de festa. Além de ser um baile, os homens estavam mais interessados em discutir trabalho enquanto bebiam. Era um grupo de homens de diferentes perfis, cada um acompanhado de uma mulher diferente. Mas, apesar das mulheres variáveis, uma coisa em comum as unia: todas entendiam de negócios e todas eram boas de copo. E Karina, claramente, não se encaixava ali. Por conta da sua saúde, ela não podia beber, e, mesmo quando não estava grávida, sua tolerância a álcool era praticamente nula. Se sentando ao lado de Ademir, Karina imediatamente se tornou o centro das atenções. Porque ela era a mulher que Ademir trouxe. Além disso, todas as outras mulheres ali estavam maquiadas e vestindo vestidos elegantes. Só Karina estava sem maquiagem, usando um simples vestido longo, e, para completar, carregava uma mochi
— Não é nada. — Não é nada? — Ademir não acreditou, esticou a mão e pegou o celular dela. — Me devolve! — Karina se levantou apressada, pulando. Mas ele era mais alto, e quando levantou o braço, ela não conseguia alcançar o celular. Ademir segurou a cabeça dela com uma mão e com a outra tocou na tela do celular. Como o tempo era curto, a tela ainda não havia se apagado automaticamente. Ele logo viu que na busca do aplicativo estavam as informações de Yasmin. Instantaneamente, seus olhos brilharam como se uma chama tivesse sido acesa. Ainda dizia que não estava com ciúmes? Se não tivesse ciúmes, estaria buscando as informações de Yasmin às escondidas? "Karina, o que você fala e o que faz não combinam!" Ademir esboçou um sorriso e devolveu o celular a ela: — Se está com ciúmes, que tal admitir? Não tem nada de errado nisso. Karina sabia que ele tinha se confundido, e suspirou, se sentindo sem opções. Ela realmente só estava curiosa. Yasmin não era Vitória, e s
No final, Karina concordou com Ademir e aceitou que Catarino fosse à cerimônia de casamento. Ela comprou um traje para o Catarino, e Ademir sugeriu acompanhá-la para entregá-lo. Karina, surpresa, perguntou: — Você também vai? — Por que tanta surpresa? — Ademir sorriu levemente. — Na verdade, ainda não tive a chance de conhecer o Catarino, então, antes do casamento, é claro que eu vou querer conhecê-lo. A explicação era bastante razoável, e Karina não conseguiu refutar.Eles chegaram justamente no horário em que Catarino terminava a aula. Ao ver a irmã, Catarino ficou muito animada, segurando a mão de Karina e falando sem parar. Ademir ergueu uma sobrancelha, observando com curiosidade. O Catarino realmente parecia muito inteligente. — Irmã? — Catarino percebeu Ademir e olhou para Karina, esperando uma explicação. Antes que Karina tivesse tempo de apresentar, Ademir se adiantou e se apresentou com um sorriso: — Olá, sou o Ademir, marido da sua irmã. Eu e sua irmã vam
— O quê? — Rui ficou surpreso, rindo enquanto dizia. — O Sr. Ademir não te contou? Então ele queria te fazer uma surpresa. Em seguida, explicou: — O Sr. Ademir falou que, como o Catarino vai para o Instituto do País de Gales, seria preciso alguém para cuidar dele, por isso, já arrumou uma acompanhante para ele. O tempo restante é suficiente para eles se conhecerem. Fique tranquila, é uma pessoa com bastante experiência, tem mais de quarenta anos, é bem adequada para o cargo. Karina ouviu atentamente e perguntou: — Então, quer dizer que essa acompanhante vai acompanhar o Catarino até o Instituto do País de Gales? — Sim. — Rui assentiu. — Era disso que o Sr. Ademir estava falando, porque a situação do Catarino é especial, e o Instituto do País de Gales permite que ele leve acompanhante. Karina já sabia dessa possibilidade. O problema era que, para ela, só conseguir levar o Catarino até o Instituto do País de Gales já seria difícil. Como poderia pagar por uma acompanhante pr
Patrícia, curiosa, perguntou: — Deve ser um presente de casamento, não? — Acho que sim. — Vamos abrir logo e ver o que é? Preciso me afastar? Karina ficou sem palavras e respondeu: — O que é isso? Sem mais demora, ela abriu a caixa de entrega. Era uma caixa de joias, que parecia conter uma pulseira ou um colar. Ao abrir a tampa, confirmou que era uma pulseira. Os olhos de Patrícia brilharam: — É bem bonita. O mais importante era que a pulseira parecia ser exatamente do gosto de Karina. Era simples e elegante, com um design bastante cotidiano. Dentro da caixa, havia também um cartão com uma mensagem escrita à mão: "Espero que você encontre alguém que realmente te faça feliz." Era claro que as palavras eram de Túlio. Patrícia ficou subitamente em silêncio. Karina também permaneceu em silêncio. Ela não sabia como Túlio se sentia ao escrever aquelas palavras. Aquela pulseira foi a mesma que ela experimentou no shopping no dia em que foi escolher o vest