O ar-condicionado no quarto de Helena foi o primeiro a ser instalado, seguido pelos dormitórios próximos. O barulho causado pela instalação foi ficando cada vez mais distante.Depois de se despedir dos colegas curiosos que vieram ver a novidade, Helena fechou a porta e abriu a cortina da cama. Ela olhou para Karina com um sorriso:— Quer beber água com mel? O Sr. Ademir trouxe um mel saudável, sem adição de outros ingredientes. Vou preparar uma xícara para você.— Ah, obrigada.Helena preparou a bebida e a entregou para Karina. Ela suspirou de alívio, sentindo o frescor do ambiente:— Que refrescante, né?Karina não respondeu, apenas abaixou a cabeça e tomou a água.— Karina. — Helena disse alegremente. — O Sr. Ademir realmente é muito bom para você, veja só todas essas coisas que ele tem feito.Karina hesitou por um momento antes de responder devagar:— Ele tem dinheiro, né?Helena ficou sem palavras ao ouvir isso:— Ter dinheiro é uma coisa, mas também é preciso ter boa vontade. O im
Helena disse, apressada:— Por favor, avise o Sr. Ademir que a Karina está muito mal. Precisamos levá-la para o Hospital J agora, mas eu não consigo carregá-la!— Certo, estaremos aí em breve. — A voz de Júlio estava tensa. — Obrigado por avisar, colega.— De nada! — Helena desligou o telefone, pegou um doce e colocou na boca de Karina. — Tome um pouco de açúcar. O Sr. Ademir está a caminho!Karina estava tão fraca que nem conseguia acenar com a cabeça, apenas piscou os olhos em resposta. Helena ficou ao lado dela o tempo todo, sem sair nem por um segundo, enxugando o suor de seu rosto com uma toalha....Júlio atendeu o telefonema enquanto Ademir estava no meio de um tratamento médico. Por conta dos negócios da empresa, Ademir não pôde ficar no hospital durante o dia e só agora estava fazendo o tratamento necessário.— Ademir... — Júlio, sem coragem de esconder a situação, tentou suavizar. — Eu posso ir lá. Você continua o tratamento...Antes que Júlio terminasse a frase, Ademir já ha
Preocupado que Karina acordasse e fugisse novamente, Ademir a levou de volta para seu quarto no hospital. Ele chamou o médico para examiná-la ali mesmo.— Não há nenhum problema grave. — O médico prescreveu alguns remédios após o exame. — Desta vez, foi devido à interrupção do tratamento. Com dois dias de cuidados, ela estará saudável novamente.Ademir acenou com a cabeça e, depois de um momento, perguntou:— Vai precisar de tratamentos frequentes no futuro? A situação pode piorar?— Ainda não podemos afirmar com certeza. — O médico respondeu com sinceridade. — Mas, a princípio, não. Depois de terminar este tratamento e fazer os exames, basta prestar mais atenção à saúde no dia a dia.— Obrigado pelo esforço.— Sr. Ademir, você é muito gentil.Depois de se despedir do médico, Ademir se sentou ao lado da cama. Karina já havia adormecido.Ele começou a pensar. Se Karina estava passando por tanto sofrimento com a gravidez, até desenvolvendo outros sintomas, então Vitória também devia esta
— Me desculpe por tudo o que aconteceu.Embora uma simples desculpa não fosse suficiente, Ademir sabia que precisava dizer. Karina ficou surpresa por um instante, percebendo que ele estava se referindo àquela situação. Ela não tinha como perdoá-lo. O que ele havia feito com ela... Até agora, ao pensar nisso, Karina ainda se sentia furiosa.Com os lábios ligeiramente franzidos, ela perguntou:— Por que você me tratou tão mal? — Sua voz era uma mistura de acusação e mágoa, carregada de uma profunda tristeza.— Sim, foi tudo minha culpa.Ademir a observava intensamente, se sentindo desconfortável. Ninguém sabia o quão difícil era para ele dizer o que viria a seguir. Ele falou devagar, como se estivesse suspirando:— No futuro, eu não farei mais isso... Não haverá mais um "futuro".Karina, por um momento, não entendeu o que ele quis dizer, então assentiu com os lábios comprimidos:— Foi o que você disse. Vou me lembrar disso...— Karina. — Sabendo que ela não havia compreendido, Ademir
Nos braços de Ademir, Karina manteve o corpo rígido, com os braços soltos ao longo do corpo. Ela não retribuiu o abraço. Com um leve sorriso, disse calmamente:— Certo, eu aceito suas desculpas.Mesmo relutante, Ademir a soltou, encerrando o abraço.— Karina. — Ademir começou a falar, sem terminar. — Sobre os custos após o divórcio, vou te dar a casa na Mansão Mission Hills, além de dinheiro e outros bens fixos...Karina não conseguiu segurar o riso e deixou escapar uma risada.Ademir franziu o cenho, encarando ela, sem entender o que havia de engraçado.— Desculpa. — Karina mordeu os lábios, tentando conter o sorriso. — Só que eu não esperava receber dinheiro depois do divórcio. Na verdade, você não precisa me dar nada, afinal, nós...Ela queria dizer que eles não tinham se casado por amor, mas sim por um acordo.Além disso, Karina ainda devia dinheiro a Ademir.Mas ele não lhe deu a oportunidade de terminar.— Karina. — Ademir fechou os olhos por um instante, falando com seriedade. —
Karina balançou a cabeça e, com firmeza, disse: — Não podemos.Ademir ficou atônito, como se uma agulha tivesse perfurado seu coração. Ele não conseguia aceitar: — Você me odeia tanto assim?— Não é por isso. — Karina sorriu suavemente e o explicou. — Você sabe que minha relação com a Vitória não é boa. Para o seu bem, não só não podemos ser amigos, como também seria melhor não nos vermos mais.Depois de uma breve pausa, Karina acrescentou: — Se por acaso nos encontrarmos, vamos fingir que não nos conhecemos.Ela acenou para ele e disse: — Estou indo.— Tá bom... — Ademir a observou partir com seus próprios olhos.Ele já havia imaginado esse desfecho. Só não esperava que ela fosse embora tão rápido, tão decidida!Ademir sentiu um ímpeto de correr atrás dela. Mas seus pés pareciam presos ao chão, como se estivessem pregados. Não deu um passo.Correr atrás dela para quê? Ele já havia desistido. Já tinha dado a Karina a liberdade. Ela estava saindo com tanta pressa, prov
Karina caminhou rapidamente em sua direção, mas sem se aproximar muito, e perguntou: — O que você quer comigo? — Nada... — Lucas sorriu e lhe estendeu a sacola que carregava. — Comprei algumas coisas que você gosta de comer, leve. Karina não queria aceitar. Mas Lucas insistiu em lhe entregar. Havia muita gente por ali, e ela não queria atrair olhares, então acabou pegando. Afinal, eram só algumas guloseimas. Nada muito caro. Lucas suspirou de alívio e sorriu, observando ela: — Você emagreceu... Tem que se alimentar direito. Está se preparando para os exames de pós-graduação, né? Não se esforce tanto enquanto estuda... — Chega. — Karina o interrompeu, rindo sarcasticamente. — Por que você está me dizendo essas coisas? Você acha que pode se meter na minha vida agora? — Eu... — Lucas ficou surpreso, seu sorriso congelou. — Karina, eu sou seu pai. Não posso me preocupar com você? — Não. — Karina respondeu friamente. Ela o encarou com um olhar gélido. — Sua preocup
Karina falou com uma aparente despreocupação: — Não aconteceu nada de novo. Foi exatamente como eu imaginava: ele está com a Vitória... Ela resumiu rapidamente a conversa que teve com Ademir: — E é isso. — Como assim?! — Patrícia ficou furiosa ao ouvir aquilo. — Ele só quer quando lhe convém, e quando não quer, simplesmente descarta? Como alguém pode ser tão ruim assim? Quanto mais pensava, mais indignada Patrícia ficava: — Isso não pode ficar assim! É um absurdo! — Aonde você vai? — Karina a segurou pelo braço. — Vou atrás dele! — Patrícia respondeu, furiosa. — Só porque ele tem dinheiro acha que pode fazer o que quiser? — Patrícia. — Karina suspirou, sem forças. — Você mesma disse que ele é um homem mau. Então, por que se irritar tanto por causa de um homem desses? Para mim, isso é uma coisa boa. Finalmente estou livre, não estou? Patrícia ficou em silêncio, pensativa. Depois de um momento, ela concordou: — Acho que você tem razão. Mas, pensando mais uma vez