Como não conseguiram esclarecer a situação ao telefone, Karina correu para a delegacia. Assim que desceu do carro, viu Patrícia esperando na porta, ansiosa. — Karina, você chegou! Karina acenou com a cabeça e disse: — Vamos conversando pelo caminho. — Certo... — Patrícia respondeu. — A irmã do Simão já chegou e está lá dentro falando com ele. Na delegacia, Alice Nogueira olhava para seu irmão com raiva. — De que adianta você ser tão arrogante? Você acha que isso é só mais uma das suas pequenas encrencas? Ouça bem, você se meteu com o Ademir! — Por quê? — Simão estava chocado. — A pessoa ferida é a Vitória, o que isso tem a ver com o Ademir? Alice deu um empurrão na testa dele: — Você ainda não entendeu? A Vitória é da turma do Ademir! Você acha que não tem relação? Por um momento, Simão ficou em silêncio. Isso era algo que ele não esperava. — Falar com você não adianta. — Alice pegou a bolsa e se levantou. — Preciso voltar e pensar em um jeito, e você precisa
— Você pode ser mais sensato agora? O que pode ser mais importante do que a sua segurança? — Eu, eu não estou preocupado... — Simão coçou o rosto. Karina riu sarcasticamente e disse: — Você não está preocupado? E sua família? E a Patrícia? Se algo acontecer com você, como vamos viver bem? — De qualquer forma, você não pode pedir ajuda daquela mulher... Enquanto a tensão aumentava, Túlio entrou com o advogado. Os olhos de Simão brilharam: — Você veio! Eu sabia que não ia deixar seu irmão na mão. — Melhor você ficar quieto agora. — Túlio lançou um olhar a ele, se voltando para Karina. — O Simão está certo, não se sacrifique. Quanto ao Simão, eu e a Alice cuidaremos. Você e a Patrícia podem esperar lá fora; o advogado precisa falar com o Simão. Assim que Túlio chegou, Karina pareceu muito mais calma. Karina assentiu: — Tudo bem. ... Na enfermaria. Vitória, com a ajuda da agente Nadia e da enfermeira, estava colocando a perna recém-enfaixada em um suporte. A p
Na delegacia. Túlio e o advogado saíram, e Patrícia e Karina se aproximaram imediatamente. — Como foi? Túlio franziu a testa, sem ser definitivo: — Não se preocupe, as coisas não são tão simples. Dê um tempo ao advogado, tudo vai se resolver, você acredita em mim, certo? Por enquanto, era tudo que podiam fazer. Karina assentiu, não fazendo mais perguntas. Túlio deixou o advogado ir e então disse a elas: — Vamos, eu levo vocês de volta. No carro, Túlio primeiro levou Patrícia de volta à Rua Alameda. Depois, levou Karina de volta ao dormitório. No andar do dormitório, Karina desceu do carro, e Túlio a acompanhou até a porta, se virando para voltar ao carro. — Túlio! — Karina o chamou. Túlio imediatamente se virou, perguntando: — Karina? Karina hesitou e disse: — Se houver qualquer novidade, por favor, me avise, está bem? Embora essa situação não fosse responsabilidade do Túlio, Karina estar disposta a falar com ele já era um motivo para ficar feliz. Tú
Ao ver Karina comendo com tanto gosto, Ademir também sentiu o apetite despertar. Não demorou muito para que uma porção de costeletas de cordeiro fosse devorada. Karina roía o osso, claramente ainda com vontade de comer mais. Contendo o riso, Ademir chamou o garçom e disse:— Traga mais uma porção de costeletas de cordeiro.— Certo, Sr. Ademir.Karina ficou animada, olhou para ele e sorriu agradecida:— Obrigada.— Não há de quê... — Justo no meio da frase, o celular de Ademir tocou. Ele pegou o aparelho e atendeu. — Estêvão. Ademir olhou para Karina e disse:— Vou atender uma ligação.Karina assentiu vagamente, observando ele se levantar e caminhar até a janela para falar ao telefone. De longe, Karina conseguiu ouvir Ademir dizendo ao telefone:— Sim, a Vitória foi atropelada. Estêvão, deixo isso com você...Que desastre! O coração de Karina se apertou. Estêvão.Ele era considerado o advogado número um da Cidade J! Nenhum dos casos que ele assumia era perdido! Se Ademir pediu aj
Ademir, sem dúvida, estava furioso, sentindo como se um incêndio estivesse queimando dentro de si, crescendo cada vez mais. Ele se esforçava ao máximo para conter suas emoções, mas ao pegar Karina pelo braço e puxá-la bruscamente, não disse uma palavra, simplesmente se virou e começou a andar.O aperto firme no pulso de Karina a machucou, ou talvez fosse a expressão assustadora dele que a deixou ainda mais abalada. Em um murmúrio, ela perguntou:— Para onde estamos indo?— Para casa! — Ademir lançou-lhe um olhar breve, cheio de tensão. — Você ainda tem vontade de voltar e terminar de comer?Com a situação tomando esse rumo, era óbvio que ela não tinha mais apetite. Karina balançou a cabeça e foi arrastada até a garagem, onde Ademir praticamente a empurrou para dentro do carro.Enquanto o veículo seguia pela estrada, o silêncio dentro dele era sufocante. Ademir mantinha os olhos fixos na estrada à frente, suas mãos agarrando o volante com força, até que, sem desviar o olhar, perguntou:
...Naquela noite, Ademir não voltou para casa. Karina também não conseguiu dormir bem e, antes mesmo de o sol nascer, já estava completamente desperta. Enquanto tomava o café da manhã, recebeu uma ligação de Túlio. — Túlio, como está a situação? Do outro lado da linha, Túlio suspirou e, sem esconder a verdade de Karina, respondeu: — Não está fácil lidar com isso, a atitude deles é muito rígida. O Estêvão tem uma grande habilidade nos negócios, então está um pouco complicado. Mas ainda estamos tentando uma solução, não se preocupe demais... Túlio realmente admitiu que a situação era complicada. As belas sobrancelhas de Karina se franziram, enquanto suspirava silenciosamente: — Entendi. Após desligar o telefone, Karina perdeu o apetite; qualquer coisa que comia parecia insípida. Parecia claro que ela não podia continuar assim, sem fazer nada. Simão só havia procurado Vitória por causa dela. Simão a considerava como família, e ela também o via dessa forma. Por S
Karina franziu levemente as sobrancelhas, sentindo uma premonição ruim. Vitória semicerrava os olhos, e, com calma, declarou: — Só retiro a queixa se você se afastar do Ademir. Karina ficou paralisada por um momento. Era exatamente o que ela havia previsto. Assim que as palavras saíram da boca de Vitória, ela própria se acalmou: — Pense bem. Um homem que não te ama, ou um amigo que cresceu ao seu lado desde sempre, o que você vai escolher? Vitória fixou o olhar em Karina, esperando pela resposta. Karina permaneceu em silêncio por um breve instante, mas não demorou a decidir. Ela assentiu e respondeu: — Tudo bem, eu vou deixar o Ademir. Espero que cumpra sua promessa. Dito isso, Karina se virou e saiu. "Ela realmente aceitou!" Vitória apertou as mãos, seus olhos brilhando de excitação. "É como se o destino estivesse me dando uma chance!" ... Depois de sair do Hospital J, Karina seguiu para a Mansão dos Barbosa. Já que havia concordado com Vitória, precisa
Divórcio.Do outro lado da linha, o coração de Ademir se apertou de repente, como se sua respiração tivesse parado. Era a segunda vez que ela mencionava o divórcio. Diferente da primeira vez, agora eles eram um casal de verdade. Mas ela estava sugerindo o divórcio com tanta facilidade! Para ela, ele era alguém que poderia ser abandonado com tanta simplicidade? Assim como os outros homens do passado dela, não importava o quão íntimos fossem, se separariam tão facilmente? Raiva, tristeza, ressentimento... Esses sentimentos se misturavam, e o belo rosto de Ademir já mostrava sinais claros de fúria. Quando ele abriu a boca, foi para gritar: — Karina, você acha que pode pedir o divórcio e está resolvido? Eu concordei com isso? Karina, sem entender, perguntou: — Por que você não concorda? Você não gosta da Vitória? Se nós nos divorciarmos, vocês podem ficar juntos... — Não fale besteiras! — Ademir gritou, irritado. — Não tente fazer tudo parecer tão fácil! Eu te pergu