De acordo com a vontade de Ademir, ele queria deixar a Mansão da família Barbosa imediatamente, sem querer passar mais um segundo sob o mesmo teto que Karina! No entanto, já era tarde, ainda estava chovendo lá fora, e na manhã seguinte teria que tomar café com o avô. Com irritação, Ademir tirou um cigarro do bolso, acendeu ele e deu duas tragadas profundas antes de se virar e entrar no quarto de hóspedes. Felizmente, a Mansão da família Barbosa sempre mantinha os quartos de hóspedes limpos e prontos, caso contrário, ele realmente não saberia onde dormir naquela noite. Ele se jogou no sofá, sentindo a umidade que ainda grudava em seu corpo. Tudo por causa de Karina, mas Karina simplesmente não parecia se importar com nada disso. ... Logo pela manhã, Rui percebeu que o casal havia dormido em quartos separados e contou isso a Otávio. Otávio acenou com a cabeça e comentou: — Deixe que eles resolvam sozinhos. Se não brigarem enquanto são jovens, será que vão esperar até a
Apesar de ser um dia de folga, Karina ainda estava muito ocupada. Os trabalhos de tradução que havia aceitado anteriormente estavam todos concluídos, e hoje ela precisava se encontrar com o editor-chefe. Karina tinha decidido se demitir, não queria mais continuar com aquele emprego. Agora que entendia os sentimentos de Túlio, ela sabia que não poderia mais aceitar a ajuda dele, para evitar alimentar qualquer esperança. Além disso, Karina precisava se preparar para os exames de pós-graduação e também aceitar o trabalho oferecido por Felipe. Não teria mais tempo para manter aquele emprego. O editor-chefe achou uma pena. Karina também foi se encontrar com Patrícia, que compartilhou do mesmo sentimento. No entanto, a preocupação de Patrícia era um pouco diferente. — E o Túlio? Não tem mais nenhuma chance? Simão já havia contado a ela sobre a situação. Só então Patrícia entendeu o quanto Túlio não tinha vivido bem nos últimos anos. Karina fechou os olhos por um breve insta
Karina levantou a cabeça e, de fato, era Ademir. Seus olhos estavam cheios de dúvidas. O que Ademir estava fazendo ali? Ademir olhou ao redor, com uma expressão fria, e perguntou: — Onde ele está? Karina ficou ainda mais confusa. "Ele? De quem o Ademir está falando?" Ao confirmar que Karina estava sozinha, a raiva de Ademir só aumentou. — Em uma situação dessas, o Túlio não está ao seu lado? De repente, Karina entendeu o que Ademir estava pensando. Ele acreditava que o bebê era do Túlio. — Ademir, me deixe explicar... — Explicar o quê? — Ele estava furioso e interrompeu. Ademir não conseguia controlar a raiva e continuou: — Ele está desprezando essa criança, não é? Está com medo de que seja como o Catarino, e por isso o Túlio não se importa com a sua saúde, insistindo para que você se livre dessa criança! — Não... — Não o quê? Karina franziu as sobrancelhas, com uma expressão confusa e complicada, hesitando por um momento antes de responder: — Eu... Eu m
Não restava muito trabalho para o mês, e Karina pensava em organizar a cirurgia de Otávio. Felipe também deixou que Otávio escolhesse a data por conta própria. — Obrigado, Dr. Felipe. Karina voltou feliz para a Mansão dos Barbosa e contou a novidade para Otávio. Naquele momento, Ademir também estava presente, acompanhando o Sr. Otávio em uma partida de xadrez. Foi Otávio quem havia ligado para ele, pedindo para que voltasse mais cedo. Após ouvir as palavras de Karina, Ademir sugeriu: — Vô, a Karina já organizou tudo, escolha uma data próxima. — Não há pressa. — Otávio respondeu com um sorriso leve, acenando despreocupadamente. Logo em seguida, ouviram batidas na porta. Rui entrou carregando uma pilha de coisas, que pareciam ser álbuns de fotos ou revistas. — Sr. Otávio. — Rui se aproximou, colocando os itens sobre a mesa. Ele então olhou para Ademir e Karina. — Dêem uma olhada nisso. Os dois ficaram intrigados, por que uma pilha de coisas para eles? Otávio apontou p
Logo pela manhã, assim que Ademir chegou ao escritório, recebeu uma ligação de Vitória. — Ademir. — Vitória falou com uma voz manhosa. — Minha mãe quer te convidar para jantar em nossa casa hoje à noite. Você pode vir? Vitória estava apreensiva, com medo de que Ademir recusasse. Ela então acrescentou: — Hoje é aniversário da minha mãe. Se você vier, ela vai ficar muito feliz. Ademir, por favor, pode ser? Ademir segurava o celular, apertando ele com os dedos, e respondeu: — Tudo bem, eu vou. ... Quando a noite chegou, Vitória estava extremamente nervosa. — Mãe, isso vai dar certo? Eunice lançou um olhar severo para ela e disse: — Relaxe! Se você não conseguir se controlar agora, como vai ser a esposa do Ademir no futuro? Vitória, com a expressão contrariada, resmungou: — Estou preocupada, será que isso realmente funciona? Ela se referia ao item que Eunice estava acendendo. Era um queimador de aromaterapia recém-comprado, com uma vela especial, a vela aromátic
Vitória percebeu e ficou secretamente feliz. A vela aromática estava funcionando! Ela se esforçou ao máximo para manter a calma e perguntou:— Ademir, você está com calor?Ademir assentiu com a cabeça.— Então tire o casaco. — Vitória se levantou, caminhou até ele e colocou as mãos na gola de seu casaco.Mas, de repente, o homem segurou seu pulso. Seus olhos profundos estavam cheios de chamas intensas, e até o ar que escapava de seus lábios era quente.— O que você está fazendo?Sentindo o comportamento estranho de Ademir, o coração de Vitória acelerou. Ela deliberadamente se inclinou mais para ele, provocando.Com um tom sedutor, Vitória disse:— Estou te ajudando a tirar o casaco.Seu pulso apertou, e Vitória sentiu uma dor. Num movimento rápido, ela caiu nos braços de Ademir, terminando sentada em seu colo! Vitória envolveu os braços ao redor do pescoço dele. O leve contato da pele trouxe uma sensação refrescante a Ademir, que de repente se sentiu sedento, como se sua garganta es
Por mais que Ademir tentasse falar com calma, Vitória não escutava. Ele não teve outra escolha a não ser agir. De repente, se levantou, sacudindo o braço, se desvencilhando e deixando Vitória cair sentada na cadeira.Vitória apoiou as mãos na mesa, incrédula. Ademir realmente a havia empurrado!Com o pomo-de-Adão subindo e descendo, ele lutava para conter a irritação:— Eu não quero te machucar, mas eu odeio quando alguém tenta usar truques comigo!Dizendo isso, Ademir se virou e saiu com passos largos.— Ademir! — Vitória se levantou para correr atrás dele, mas, com a pressa, tropeçou na cadeira e caiu no chão. — Ademir, Ademir!Enquanto via o homem desaparecer, o coração de Vitória se encheu de rancor. Como ele pôde resistir até o fim? Ela tinha certeza de que sentiu o desejo de Ademir há pouco, mas, mesmo assim, ele conseguiu se controlar e a empurrar?Nesse momento.Karina estava parada na entrada do Clube de Lazer Yayoi, segurando o telefone e perguntando:— Por que marcar um enco
Quanto mais Ademir se irritava, mais sua expressão permanecia serena. Soltou uma risada fria e disse calmamente: — Júlio, acelere. — Sim, Ademir. Júlio pressionou o acelerador, e o carro ganhou velocidade. Pelo canto dos olhos, Ademir viu Karina sendo colocada no carro pelo Sr. Francisco. O que Karina estava tentando fazer? Ele não a tinha alimentado o suficiente? Por que Karina estava saindo novamente para seduzir outro homem? Karina precisava de dinheiro? Se ela precisasse, por que não pedia ao Ademir? E mais, ela não se importava nem um pouco com o filho que carregava no ventre? Ah, sim... Ele se lembrou. Se não fosse por ele, ela já teria abandonado aquele filho! O que aconteceria a seguir? Só de imaginar o que aquele velho Sr. Francisco estava prestes a fazer com Karina, Ademir quase enlouquecia! Ao volante, Júlio observava as mudanças de expressão de Ademir, hesitante, até que decidiu falar: — Ademir, acho que isso não está certo. Ademir entreabriu os lábios fin