- Não é à toa. Eu sabia que o Breno parecia familiar, é porque ele é filho do Antônio. - Disse Marcelo.Marcelo agora lembrava, o Breno se parecia com o Antônio quando era criança.Claudia estava um pouco irritada. Quando ela disse que a criança era do Antônio? Se ela explicasse agora, com certeza o Marcelo iria investigar, então ela preferiu não dizer nada.- E quando você pretende devolver a criança para a Francisca? - Marcelo não esperou Claudia responder, sua sobrancelha arqueada. - Se o vovô descobrir a identidade de Breno, você acha que vovô não vai te expulsar?Marcelo pensava que Claudia ficaria com medo, afinal, se afastar da família Santos e tentar se infiltrar na família Serra novamente não seria fácil. Mas Claudia bocejou: - Isso é ótimo, eu não tenho vontade de me casar com você de qualquer jeito.Claudia só estava preocupada com o desapontamento do vovô, afinal, ele gostava tanto do Breno. Marcelo engasgou, essa garota irritante.- Enfim, não conte para o vovô agora, esp
Numa cafeteria. Lorenzo mexia o café em sua xícara, já estava esperando ali desde cedo. Finalmente viu Francisca entrar e imediatamente se levantou, forçando um sorriso:- Irmã, sente-se.Francisca ignorou suas tentativas de agradar:- Ouvi dizer que você me procurou, o que você quer?- Descobrimos que ela está com câncer terminal.Lorenzo a encarou firmemente, palavra por palavra.Francisca ficou atônita, com uma expressão de incredulidade:- O que você está dizendo?- Ontem a polícia me ligou, nossa mãe desmaiou na delegacia, foi levada para o hospital e descobriram que ela tem câncer no cérebro, já em estágio avançado. - Explicou Lorenzo.Francisca olhou para ele, com um olhar sarcástico:- Você quer que eu faça um acordo com ela? Perdoe sua vida?Gabriela foi criada com conforto e luxo desde criança, como poderia ter câncer, e ainda câncer no cérebro? Helena não tinha parentes, Francisca poderia ser considerada sua filha adotiva. Se Francisca apresentasse um acordo, Gabriela poderi
Após retornar para casa, Francisca recebeu a notícia de que Gabriela estava em liberdade provisória para tratamento médico. Melo ligou para ela:- Francisca, você recebeu a mensagem que te enviei? O hospital emitiu um laudo dizendo que Gabriela está com câncer cerebral e foi autorizada a receber tratamento fora da prisão.- Eu vi.Francisca segurava o celular do lado de fora, deixando o vento e a neve baterem em seu rosto:- Dr. Melo, Gabriela não está doente, isso é apenas um artifício dela para escapar da prisão.- Eu penso a mesma coisa. O que há de tão coincidente no mundo para ela desenvolver câncer cerebral em menos de um mês de detenção? Isso é impossível.- Então, você tem alguma maneira de trazê-la de volta para a cela?Francisca não queria que a morte de Helena fosse em vão. Embora Gabriela não fosse a verdadeira assassina de Helena, se não fosse pelas repetidas pressões dela, Helena não teria seguido esse caminho.- Só se conseguirmos provar que o laudo emitido pelo hospital
Francisca ficou tensa instantaneamente, tentou empurrá-lo, mas não conseguiu mover um centímetro:- Que chato.Antônio não respondeu, simplesmente tapou sua boca. O sangue de Francisca parecia fluir ao contrário, seu rosto queimava, ela abriu a boca e mordeu os lábios de Antônio. Antônio parecia não sentir dor, continuou sem parar. Francisca não sabia o que fazer com ele, ficou tão irritada que seus olhos ficaram vermelhos, sua boca estava cheia de gosto de sangue.- Odeia? Antônio segurou seu rosto com a palma da mão.Francisca desviou do seu toque e perguntou de volta:- E se você encontrasse fotos de mim dormindo com outra pessoa? O que você faria?Provavelmente teria uma grande confusão.Antônio realmente ficou em silêncio. Enquanto ele permanecia calado, Francisca mordeu seu ombro novamente.As marcas da última vez ainda estavam em seu ombro.- Por que não responde? - Perguntou Francisca Antônio a abraçou novamente:- Eu o mataria.Francisca olhava para ele como se estivesse pet
A cidade de C estava coberta de neve. Após o Ano Novo, a neve se acumulava cada vez mais, tornando-se mais espessa.Dentro de uma casa alugada, Catarina olhava para a animação do lado de fora com uma sensação de amargura. Ela também poderia estar no meio da multidão, brilhando e deslumbrante, se não fosse por Francisca. Ao ver as notícias sendo retiradas dos destaques, ela apertou seu celular com força.- Eu cheguei tão longe, será que agora terei que voltar a ser uma pessoa comum como antes? - Disse para si mesma Catarina.Nesse momento, um telefonema chegou e ela olhou para ver que era Admir. Imediatamente, ela ficou nervosa:- Mestre Admir.- Eu te enviei as fotos e as notícias, quando você vai procurar Francisca?Admir estava impaciente.- Mestre Admir, não é que eu não queira procurar Francisca, é que estou com medo.- Medo de quê?- Eu vi o Marcelo indo visitar o Antônio com frequência, tenho medo de que ele me veja...Na verdade, Catarina queria segurança, alguém em quem pudesse
Ao acalmar Cristina, Lara saiu. O diretor do orfanato tinha um rosto cheio de bondade:- Sra. Lara, obrigado pelo seu apoio nesses anos. Lamento não poder ajudá-la.Lara não conseguia esconder sua decepção ao ouvir isso:- Talvez ela já esteja morta.O diretor a consolou:- Se a criança não foi encontrada, com certeza ainda está viva neste mundo. Não desanime. Se houver alguma informação, eu entrarei em contato com você imediatamente.Lara assentiu:- Sim.Depois que Lara saiu, um professor ao lado do diretor não pôde deixar de perguntar:- A Sra. Lara está procurando por sua filha há mais de vinte anos, como ela conseguiu perder a criança?O diretor suspirou:- A Sra. Lara passou por tempos difíceis no passado, ela não era tão rica e influente como agora. A criança foi levada logo após o nascimento e abandonada na porta do nosso orfanato em pleno inverno. Se eu não tivesse visto a criança, ela teria morrido de frio.O professor ficou intrigado:- Mas como a criança desapareceu?- A cr
Francisca terminou de compor à noite e foi para o quarto de Fábio, onde percebeu que as capas de cama haviam sido trocadas.- Fábio, você trocou esses lençóis e capas de cama? - Perguntou Francisca.- Foi o tio Antônio quem me ajudou a trocar. - Respondeu Fábio.- E as capas sujas?- O tio Antônio disse para jogar fora as sujas.Francisca se agachou pacientemente e explicou:- Da próxima vez que as capas ficarem sujas, avise me, que eu trocarei para você. Não as jogue fora, elas podem ser lavadas e usadas novamente. Muitas pessoas neste mundo nem sequer têm capas de cama.- Foi exatamente isso que eu disse ao tio Antônio. - Respondeu Fábio seriamente.Ao ouvir isso, Francisca sentiu que precisava conversar seriamente com Antônio e não permitir que seus hábitos de desperdício afetassem a criança.- Está bem, entendi. Agora vá descansar cedo.Francisca beijou sua testa. À medida que saía do quarto, Fábio segurou sua mão novamente:- O tio Antônio também estava sendo gentil ao me ajudar a
Francisca não hesitou e mordeu diretamente o braço dele. Ela não apertou com força, mas ainda doeu um pouco. Antônio acariciou suavemente as costas dela:- O que eu fiz no sonho?Francisca abriu a boca devagar, sua voz ficou rouca:- Você me fez abortar o bebê.- Bobagem, como isso poderia acontecer?Embora Francisca não admitisse publicamente, eram os filhos deles dois, ele tinha certeza disso. Como ele poderia permitir que Francisca abortasse os filhos que eles tinham em comum?Francisca olhou para ele:- Antônio, prometa-me agora, mesmo que você recupere a memória, não fará mal aos meus filhos, incluindo Breno e Fábio.- Está bem, eu prometo. Se eu machucar as crianças, não mereço viver.Antônio estava prestes a contar a ela que havia recuperado a memória. Mas e se ela insistisse em ir embora assim que soubesse? Ela só ficava agora porque se sentia piedosa por ele ter perdido a memória e ficado cego.Com a garantia de Antônio, Francisca relaxou um pouco e se deitou em seus braços, a