Alguns comentários online eram simplesmente repugnantes. Mesmo que as notícias tinham sido retiradas dos destaques, ainda eram assunto de conversas após o jantar.Catarina já havia desaparecido da vista das pessoas, mas agora ela estava de volta, sendo o centro das atenções novamente.Marcelo também viu as notícias e achou estranho. Catarina não estava morta em um hospital psiquiátrico? Quem expôs essas fotos? As pessoas de fora não sabiam que Catarina havia sido internada em um hospital psiquiátrico e nem sobre o incêndio. Seria um inimigo anterior de Antônio?Marcelo desligou as notícias e saiu, encontrando Claudia do lado de fora, sem saber o que estava fazendo sozinha. Ele entrou e percebeu que ela estava arrancando ervas daninhas no chão.- O que você está fazendo? - Perguntou Marcelo, confuso.Claudia parou de arrancar as ervas daninhas, olhou para Marcelo e pensou nas notícias online.- Não é da sua conta. - Respondeu Claudia impaciente.Ela havia lido as notícias online e realm
Antônio abriu a boca:- Eu já mandei retirar o tópico quente da internet, não vai mais aparecer.Francisca ouviu isso, seu estado de espírito ainda estava complicado.- Sim.Antônio pensou em explicar que nunca havia acontecido nada entre ele e Catarina, mas fingiu ter perdido a memória. Ele não podia ver a expressão de Francisca agora, não sabia se ela ainda estava zangada. Ele estendeu a mão, e Francisca instintivamente se esquivou. Por algum motivo, ao ver aquelas fotos, ele e Catarina na mesma cama, ela ainda se incomodava. A mão de Antônio ficou suspensa no ar.- Agora talvez eu não queira ter contato físico com você, desculpe. - Disse Francisca, recuando mais um passo. Ao longo desses anos, ela nunca teve contato físico com outro homem, naturalmente ficava incomodada com a impureza de Antônio.Quando Antônio e Catarina estavam juntos, o relacionamento deles nem durava um ano, ela achava que, no máximo, eles se beijavam.O coração de Antônio se apertou. O que ela queria dizer com
- Ele ainda está dormindo, não é conveniente. - Recusou Antônio friamente.Marcelo não esperava uma recusa tão direta:- Antônio, eu já vim aqui duas vezes, pelo menos me deixe vê-lo uma vez? Ele está dormindo, não vou perturbá-lo.- Não vai acontecer.Marcelo ficou surpreso com a negação de Antônio. Ele nunca havia imaginado que Antônio mimasse tanto o filho, a ponto de não deixar ninguém vê-lo. Ele não estava disposto a sair de mãos vazias hoje:- Tudo bem, vou ao banheiro.Se não o deixassem ver, ele veria às escondidas....No jardim, Francisca e Claudia caminhavam juntas. Claudia não mencionou nada sobre a notícia, com medo de deixar Francisca desconfortável, então conversaram sobre coisas cotidianas. Francisca sabia do que ela estava preocupada e a assegurou de que não se deixaria ser maltratada desta vez, e isso tranquilizou Claudia.- Se algo te entristecer, você precisa me contar, não fique guardando tudo sozinha. - Disse Claudia.Francisca concordou com a cabeça:- Está bem.
- Não é à toa. Eu sabia que o Breno parecia familiar, é porque ele é filho do Antônio. - Disse Marcelo.Marcelo agora lembrava, o Breno se parecia com o Antônio quando era criança.Claudia estava um pouco irritada. Quando ela disse que a criança era do Antônio? Se ela explicasse agora, com certeza o Marcelo iria investigar, então ela preferiu não dizer nada.- E quando você pretende devolver a criança para a Francisca? - Marcelo não esperou Claudia responder, sua sobrancelha arqueada. - Se o vovô descobrir a identidade de Breno, você acha que vovô não vai te expulsar?Marcelo pensava que Claudia ficaria com medo, afinal, se afastar da família Santos e tentar se infiltrar na família Serra novamente não seria fácil. Mas Claudia bocejou: - Isso é ótimo, eu não tenho vontade de me casar com você de qualquer jeito.Claudia só estava preocupada com o desapontamento do vovô, afinal, ele gostava tanto do Breno. Marcelo engasgou, essa garota irritante.- Enfim, não conte para o vovô agora, esp
Numa cafeteria. Lorenzo mexia o café em sua xícara, já estava esperando ali desde cedo. Finalmente viu Francisca entrar e imediatamente se levantou, forçando um sorriso:- Irmã, sente-se.Francisca ignorou suas tentativas de agradar:- Ouvi dizer que você me procurou, o que você quer?- Descobrimos que ela está com câncer terminal.Lorenzo a encarou firmemente, palavra por palavra.Francisca ficou atônita, com uma expressão de incredulidade:- O que você está dizendo?- Ontem a polícia me ligou, nossa mãe desmaiou na delegacia, foi levada para o hospital e descobriram que ela tem câncer no cérebro, já em estágio avançado. - Explicou Lorenzo.Francisca olhou para ele, com um olhar sarcástico:- Você quer que eu faça um acordo com ela? Perdoe sua vida?Gabriela foi criada com conforto e luxo desde criança, como poderia ter câncer, e ainda câncer no cérebro? Helena não tinha parentes, Francisca poderia ser considerada sua filha adotiva. Se Francisca apresentasse um acordo, Gabriela poderi
Após retornar para casa, Francisca recebeu a notícia de que Gabriela estava em liberdade provisória para tratamento médico. Melo ligou para ela:- Francisca, você recebeu a mensagem que te enviei? O hospital emitiu um laudo dizendo que Gabriela está com câncer cerebral e foi autorizada a receber tratamento fora da prisão.- Eu vi.Francisca segurava o celular do lado de fora, deixando o vento e a neve baterem em seu rosto:- Dr. Melo, Gabriela não está doente, isso é apenas um artifício dela para escapar da prisão.- Eu penso a mesma coisa. O que há de tão coincidente no mundo para ela desenvolver câncer cerebral em menos de um mês de detenção? Isso é impossível.- Então, você tem alguma maneira de trazê-la de volta para a cela?Francisca não queria que a morte de Helena fosse em vão. Embora Gabriela não fosse a verdadeira assassina de Helena, se não fosse pelas repetidas pressões dela, Helena não teria seguido esse caminho.- Só se conseguirmos provar que o laudo emitido pelo hospital
Francisca ficou tensa instantaneamente, tentou empurrá-lo, mas não conseguiu mover um centímetro:- Que chato.Antônio não respondeu, simplesmente tapou sua boca. O sangue de Francisca parecia fluir ao contrário, seu rosto queimava, ela abriu a boca e mordeu os lábios de Antônio. Antônio parecia não sentir dor, continuou sem parar. Francisca não sabia o que fazer com ele, ficou tão irritada que seus olhos ficaram vermelhos, sua boca estava cheia de gosto de sangue.- Odeia? Antônio segurou seu rosto com a palma da mão.Francisca desviou do seu toque e perguntou de volta:- E se você encontrasse fotos de mim dormindo com outra pessoa? O que você faria?Provavelmente teria uma grande confusão.Antônio realmente ficou em silêncio. Enquanto ele permanecia calado, Francisca mordeu seu ombro novamente.As marcas da última vez ainda estavam em seu ombro.- Por que não responde? - Perguntou Francisca Antônio a abraçou novamente:- Eu o mataria.Francisca olhava para ele como se estivesse pet
A cidade de C estava coberta de neve. Após o Ano Novo, a neve se acumulava cada vez mais, tornando-se mais espessa.Dentro de uma casa alugada, Catarina olhava para a animação do lado de fora com uma sensação de amargura. Ela também poderia estar no meio da multidão, brilhando e deslumbrante, se não fosse por Francisca. Ao ver as notícias sendo retiradas dos destaques, ela apertou seu celular com força.- Eu cheguei tão longe, será que agora terei que voltar a ser uma pessoa comum como antes? - Disse para si mesma Catarina.Nesse momento, um telefonema chegou e ela olhou para ver que era Admir. Imediatamente, ela ficou nervosa:- Mestre Admir.- Eu te enviei as fotos e as notícias, quando você vai procurar Francisca?Admir estava impaciente.- Mestre Admir, não é que eu não queira procurar Francisca, é que estou com medo.- Medo de quê?- Eu vi o Marcelo indo visitar o Antônio com frequência, tenho medo de que ele me veja...Na verdade, Catarina queria segurança, alguém em quem pudesse