Admir, antes mesmo de Francisca entrar, não desviou os olhos dela. Ele se levantou e puxou a cadeira, cumprimentando:- Irmão, cunhada.Francisca sorriu educadamente para ele. Essa cena era tão irritante aos olhos de Cristina, mas ela sufocou a raiva e cumprimentou também:- Cunhada, irmão.Antônio ignorou Cristina e sentou ao lado de Francisca. Por causa da presença dos outros, Francisca não queria criar uma cena e apenas respondeu a Cristina. Quando Cristina se sentou novamente, ela segurou o braço de Admir de propósito:- Admir, o filho do irmão e da cunhada é tão fofo.O braço de Admir ficou tenso e um olhar de desprezo passou por seus olhos. Ele silenciosamente soltou a mão de Cristina e fixou o olhar em Fábio, confirmando sua semelhança com o irmão mais velho.Sílvia também estava observando Fábio desde que ele entrou. Embora Francisca tenha dito que Fábio não era filho de Antônio, ela não acreditava. Se a criança fosse de Henrique, por que uma estava com Claudia e a outra com el
Liliane, ao perceber a situação, fingiu impedi-lo:- Flávio, dê espaço para o seu irmãozinho.Flávio não tinha ideia do que era ceder, ele só sabia que o que era dele não podia ser roubado. Ele se levantou da cadeira e correu em direção a Fábio para puxá-lo:- Desça daí!Como Fábio se parecia muito com Breno, e ele tinha experiências desagradáveis com Breno lhe dando uma surra, Flávio não ousou levantar a mão contra Fábio:- Desça daí, seu selvagem!Selvagem, repetiu a expressão, e Francisca apertou a mão ao seu lado involuntariamente. Enquanto isso, Liliane ria friamente, não fazendo nada para impedir as crianças.Mestre Pareira, vendo a situação, também ficou um pouco impotente e disse à empregada:- Traga mais uma cadeira para ficar ao meu lado.- Não, eu quero sentar nesta cadeira! - Gritou Flávio.Flávio era mimado demais, ele queria o lugar onde Fábio estava sentado.Francisca não conseguia mais assistir:- Fábio, venha sentar aqui comigo.Fábio desceu prontamente da cadeira:- O
Ao redor da mesa, todos ficaram chocados. Era a primeira vez que alguém ousava chamar Flávio de egoísta. Liliane, protetora de seu filho, ficou um pouco irritada, mas o Fábio era ainda mais jovem do que seu próprio filho, então ela não podia direitamente defendê-lo.Embora Flávio fosse arrogante, ele não era bobo e sabia que Fábio estava o insultando.- Seu moleque, como você se atreve a me insultar! - Exclamou Flávio.Fábio, sem se importar, continuou:- Não fique bravo, estou apenas falando a verdade. Na escola, seus professores não te ensinaram a ser educado?Francisca havia instruído Fábio a falar menos antes de sair de casa hoje. Quando as duas crianças começaram a brigar, os adultos não podiam interferir, então ela só pôde dar um olhar para Fábio, pedindo-lhe para parar de falar.Fábio, de propósito, desviou o olhar dela e provocou Flávio com um arquear de sobrancelha, dando a entender:- Se você tem coragem, venha me enfrentar.Flávio olhou para o rosto idêntico de Fábio e Breno
Cristina ficou com o rosto tenso. Ela queria causar uma boa impressão em Liliane e acabou ofendendo Sílvia sem querer. Ela jamais imaginaria que Sílvia defenderia Fábio.Roberto estava certo, afinal, esse garoto foi trazido recentemente para a Família de Pareira, e nem mesmo se sabia se ele éra filho de Antônio. Além disso, Fábio mesmo disse em público que seu pai era o Henrique.Liliane olhou amigavelmente para Cristina, segurou Roberto e o filho e disse:- Vamos embora, vamos voltar para casa e comer.O jantar foi cheio de pensamentos estranhos e terminou de uma maneira peculiar. Depois de comer, Mestre Pareira pediu ao empregado para fazer outra porção de costeletas de cordeiro para Fábio.Francisca achou estranho, pois Fábio não gosta de comer esse tipo de carne assada. Quando voltaram para a casa de Antônio e foram dormir à noite, ela se agachou e perguntou a Fábio:- Fábio, me conte a verdade, você estava provocando o Flávio de propósito hoje?Disseram que a mãe era quem melhor c
Francisca acalmou Fábio para dormir e saiu do quarto. Antônio já estava na sala, folheando livros em braille.- Ele já dormiu? - Perguntou Antônio.Francisca assentiu com a cabeça:- Sim, e você ainda não foi dormir?- Eu estava esperando você para dormirmos juntos.Antônio fechou o livro e olhou para ela.Francisca ficou um pouco desconfortável:- Acho melhor dormirmos separados.- Por quê?Uma brisa suave acariciou o rosto de Francisca, que corou um pouco:- Estou grávida agora, é inconveniente dormirmos juntos.- Temos uma cama de dois metros, eu não vou atrapalhar você e o bebê.Enquanto Antônio falava, ele se levantou e se aproximou de Francisca, tocando seu braço e segurando-o. Sua mão estava quente, mesmo através do tecido.- Mas eu estou acostumada a dormir sozinha...Francisca mal terminou de falar quando Antônio a pegou no colo. Ela ficou suspensa no ar, instantaneamente assustada, segurando o braço de Antônio instintivamente.- Pare de brincadeira, me coloque no chão.Antôni
Os dois eram gêmeos, naturalmente conheciam um ao outro melhor do que qualquer outra pessoa.Antônio não mudou sua expressão:- E daí?- Não é nada demais, só estou te lembrando que Francisca é uma pessoa ingênua. Se você continuar mentindo para ela, ela não vai mais confiar em você. - Disse Admir calmamente.Antônio não gostava da maneira como Admir parecia conhecer tão bem Francisca.- Não é da sua conta.Antônio fez uma pausa e abaixou a voz:- Alerto que eu não tenho mais paciência. Se Francisca souber de algo, não vou mais me importar com a nossa relação de irmãos.Antônio abriu a porta do carro e foi levado de volta pelo motorista. Sentado no carro, Admir olhou para as costas dele, os olhos estreitos. O vento frio entrava pela janela do carro e ele começou a tossir violentamente. Seus subordinados no carro rapidamente lhe serviram uma xícara de café quente:- Mestre Admir, está tudo bem?Admir finalmente parou de tossir:- Está tudo bem. O que Catarina tem feito ultimamente?- El
Francisca acordou meio sonolenta:- Que notícia?- É o assunto mais comentado na internet, você vai ver assim que abrir, eu sempre soube que Antônio não era uma boa pessoa. Claudia apertou o celular com força.Francisca começou a acordar completamente e olhou ao redor, Antônio ainda estava dormindo.- Espere um pouco, vou olhar agora.Depois de desligar o telefone, ela abriu a página da web e logo viu o primeiro tópico em alta. Ao abrir a notícia, algumas fotos óbvias chamaram sua atenção.Nas fotos, Catarina estava deitada nos braços de Antônio, cobertos apenas por um lençol, como se não estivessem vestindo nada.Francisca achava que já não se importava mais com essas coisas, mas agora, ao ver as fotos, sentiu uma pontada de dor.Claudia enviou uma mensagem:[Francisca, não fique chateada, homens são abundantes.]Francisca digitou em resposta:[Sim, eu sei, estou bem.]Ela não conseguia dormir e estava se preparando para se levantar. Antônio lentamente abriu os olhos e puxou ela para
Alguns comentários online eram simplesmente repugnantes. Mesmo que as notícias tinham sido retiradas dos destaques, ainda eram assunto de conversas após o jantar.Catarina já havia desaparecido da vista das pessoas, mas agora ela estava de volta, sendo o centro das atenções novamente.Marcelo também viu as notícias e achou estranho. Catarina não estava morta em um hospital psiquiátrico? Quem expôs essas fotos? As pessoas de fora não sabiam que Catarina havia sido internada em um hospital psiquiátrico e nem sobre o incêndio. Seria um inimigo anterior de Antônio?Marcelo desligou as notícias e saiu, encontrando Claudia do lado de fora, sem saber o que estava fazendo sozinha. Ele entrou e percebeu que ela estava arrancando ervas daninhas no chão.- O que você está fazendo? - Perguntou Marcelo, confuso.Claudia parou de arrancar as ervas daninhas, olhou para Marcelo e pensou nas notícias online.- Não é da sua conta. - Respondeu Claudia impaciente.Ela havia lido as notícias online e realm