- Nós estamos indo para onde agora?Antônio sentiu o carro ligar e não pôde deixar de perguntar.- Ano novo, é claro que vamos em busca de diversão. - Respondeu Marcelo.Nessa época, Marcelo e sua turma de playboys costumavam passar no Clube Sênior Zé.- Faça o motorista dar meia-volta. - Disse Antônio.Antônio achou que havia algo importante acontecendo e ele mesmo precisava voltar para acompanhar Francisca. Ao ouvir isso, Marcelo teve que pedir ao motorista para voltar:- Você vai voltar para acompanhar Francisca de novo?Marcelo já havia mudado a forma de se referir a Francisca de pequena surda para Francisca.Antônio não ficou surpreso e perguntou de volta. - E o que mais eu faria? - Em seguida, ele disse. - Você também deveria acompanhar Claudia.Claudia era a melhor amiga de Francisca, e se Marcelo conseguisse conquistar Claudia, seu relacionamento com Francisca definitivamente melhoraria. Assim que ouviu que acompanhar Claudia, Marcelo instantaneamente não estava mais interessad
A mão de Marcelo ficou paralisada no ar, demorando para recuar:- Eu...Francisca não esperou que ele terminasse, virou-se e voltou para dentro do quarto.Marcelo ainda queria se desculpar, mas foi puxado por trás por Antônio.- Antônio, por que você está me segurando? - Perguntou Marcelo.Os lábios finos de Antônio se abriram levemente:- A questão das desculpas pode ser deixada para depois.Hoje era Ano Novo, ele não queria estragar o clima com os problemas de Marcelo. Ao ouvir isso, Marcelo também achou que não deveria ter pressa:- Tudo bem.Marcelo tinha a intenção de conhecer o filho de Francisca, mas agora parecia mais apropriado ir embora.- Então, estou indo embora. Vou visitá-los na próxima vez.- Ok.Marcelo entrou no carro e partiu.Francisca voltou para o quarto e se deitou no sofá, continuando a ler seu livro. Vendo que Antônio voltou pouco depois, não pôde deixar de perguntar:- A coisa que você mencionou é sobre Marcelo?Antônio temia ser envolvido por Marcelo, e agora
Admir, antes mesmo de Francisca entrar, não desviou os olhos dela. Ele se levantou e puxou a cadeira, cumprimentando:- Irmão, cunhada.Francisca sorriu educadamente para ele. Essa cena era tão irritante aos olhos de Cristina, mas ela sufocou a raiva e cumprimentou também:- Cunhada, irmão.Antônio ignorou Cristina e sentou ao lado de Francisca. Por causa da presença dos outros, Francisca não queria criar uma cena e apenas respondeu a Cristina. Quando Cristina se sentou novamente, ela segurou o braço de Admir de propósito:- Admir, o filho do irmão e da cunhada é tão fofo.O braço de Admir ficou tenso e um olhar de desprezo passou por seus olhos. Ele silenciosamente soltou a mão de Cristina e fixou o olhar em Fábio, confirmando sua semelhança com o irmão mais velho.Sílvia também estava observando Fábio desde que ele entrou. Embora Francisca tenha dito que Fábio não era filho de Antônio, ela não acreditava. Se a criança fosse de Henrique, por que uma estava com Claudia e a outra com el
Liliane, ao perceber a situação, fingiu impedi-lo:- Flávio, dê espaço para o seu irmãozinho.Flávio não tinha ideia do que era ceder, ele só sabia que o que era dele não podia ser roubado. Ele se levantou da cadeira e correu em direção a Fábio para puxá-lo:- Desça daí!Como Fábio se parecia muito com Breno, e ele tinha experiências desagradáveis com Breno lhe dando uma surra, Flávio não ousou levantar a mão contra Fábio:- Desça daí, seu selvagem!Selvagem, repetiu a expressão, e Francisca apertou a mão ao seu lado involuntariamente. Enquanto isso, Liliane ria friamente, não fazendo nada para impedir as crianças.Mestre Pareira, vendo a situação, também ficou um pouco impotente e disse à empregada:- Traga mais uma cadeira para ficar ao meu lado.- Não, eu quero sentar nesta cadeira! - Gritou Flávio.Flávio era mimado demais, ele queria o lugar onde Fábio estava sentado.Francisca não conseguia mais assistir:- Fábio, venha sentar aqui comigo.Fábio desceu prontamente da cadeira:- O
Ao redor da mesa, todos ficaram chocados. Era a primeira vez que alguém ousava chamar Flávio de egoísta. Liliane, protetora de seu filho, ficou um pouco irritada, mas o Fábio era ainda mais jovem do que seu próprio filho, então ela não podia direitamente defendê-lo.Embora Flávio fosse arrogante, ele não era bobo e sabia que Fábio estava o insultando.- Seu moleque, como você se atreve a me insultar! - Exclamou Flávio.Fábio, sem se importar, continuou:- Não fique bravo, estou apenas falando a verdade. Na escola, seus professores não te ensinaram a ser educado?Francisca havia instruído Fábio a falar menos antes de sair de casa hoje. Quando as duas crianças começaram a brigar, os adultos não podiam interferir, então ela só pôde dar um olhar para Fábio, pedindo-lhe para parar de falar.Fábio, de propósito, desviou o olhar dela e provocou Flávio com um arquear de sobrancelha, dando a entender:- Se você tem coragem, venha me enfrentar.Flávio olhou para o rosto idêntico de Fábio e Breno
Cristina ficou com o rosto tenso. Ela queria causar uma boa impressão em Liliane e acabou ofendendo Sílvia sem querer. Ela jamais imaginaria que Sílvia defenderia Fábio.Roberto estava certo, afinal, esse garoto foi trazido recentemente para a Família de Pareira, e nem mesmo se sabia se ele éra filho de Antônio. Além disso, Fábio mesmo disse em público que seu pai era o Henrique.Liliane olhou amigavelmente para Cristina, segurou Roberto e o filho e disse:- Vamos embora, vamos voltar para casa e comer.O jantar foi cheio de pensamentos estranhos e terminou de uma maneira peculiar. Depois de comer, Mestre Pareira pediu ao empregado para fazer outra porção de costeletas de cordeiro para Fábio.Francisca achou estranho, pois Fábio não gosta de comer esse tipo de carne assada. Quando voltaram para a casa de Antônio e foram dormir à noite, ela se agachou e perguntou a Fábio:- Fábio, me conte a verdade, você estava provocando o Flávio de propósito hoje?Disseram que a mãe era quem melhor c
Francisca acalmou Fábio para dormir e saiu do quarto. Antônio já estava na sala, folheando livros em braille.- Ele já dormiu? - Perguntou Antônio.Francisca assentiu com a cabeça:- Sim, e você ainda não foi dormir?- Eu estava esperando você para dormirmos juntos.Antônio fechou o livro e olhou para ela.Francisca ficou um pouco desconfortável:- Acho melhor dormirmos separados.- Por quê?Uma brisa suave acariciou o rosto de Francisca, que corou um pouco:- Estou grávida agora, é inconveniente dormirmos juntos.- Temos uma cama de dois metros, eu não vou atrapalhar você e o bebê.Enquanto Antônio falava, ele se levantou e se aproximou de Francisca, tocando seu braço e segurando-o. Sua mão estava quente, mesmo através do tecido.- Mas eu estou acostumada a dormir sozinha...Francisca mal terminou de falar quando Antônio a pegou no colo. Ela ficou suspensa no ar, instantaneamente assustada, segurando o braço de Antônio instintivamente.- Pare de brincadeira, me coloque no chão.Antôni
Os dois eram gêmeos, naturalmente conheciam um ao outro melhor do que qualquer outra pessoa.Antônio não mudou sua expressão:- E daí?- Não é nada demais, só estou te lembrando que Francisca é uma pessoa ingênua. Se você continuar mentindo para ela, ela não vai mais confiar em você. - Disse Admir calmamente.Antônio não gostava da maneira como Admir parecia conhecer tão bem Francisca.- Não é da sua conta.Antônio fez uma pausa e abaixou a voz:- Alerto que eu não tenho mais paciência. Se Francisca souber de algo, não vou mais me importar com a nossa relação de irmãos.Antônio abriu a porta do carro e foi levado de volta pelo motorista. Sentado no carro, Admir olhou para as costas dele, os olhos estreitos. O vento frio entrava pela janela do carro e ele começou a tossir violentamente. Seus subordinados no carro rapidamente lhe serviram uma xícara de café quente:- Mestre Admir, está tudo bem?Admir finalmente parou de tossir:- Está tudo bem. O que Catarina tem feito ultimamente?- El