Logo após a partida de Francisca, no caminho de volta, Admir viu Cristina parada não muito longe, com uma expressão de raiva no rosto. Admir pensou na noite passada e um olhar frio passou por seus olhos. Ele se aproximou sem pressa, sem dizer uma palavra.- Você não tem nada para me dizer? - Perguntou Cristina.Cristina ainda não havia percebido sua posição atual e pensava que ainda seria tratada como uma princesa, assim como na família Costa.- O que você quer dizer com isso?Admir perguntou em resposta.Cristina engasgou:- Nós estamos noivos, eu sou sua noiva, por que você não pode me tocar?Ela tinha orgulho demais e não perguntou sobre Francisca. Afinal, se Admir admitisse seu interesse por Francisca, seria uma humilhação para ela mesma.- Já disse que seria discutido isso depois do casamento.Admir falou com uma voz suave, mas impaciente.Cristina apertou os punhos:- Você é tão conservador!A aversão de Admir por ela atingiu o limite, e coincidentemente, Sónia ligou para ele. Pe
Admir falou e olhou para a porta, os seguranças entraram e levaram Cristina embora. Cristina ainda queria que Admir a acompanhasse, mas ao pensar no que aqueles homens fizeram com ela, ela não tinha coragem alguma.Admir observou em silêncio enquanto ela saía, tirou o casaco, limpou as mãos e jogou-o no lixo ao lado.Do outro lado.A cidade C estava coberta de branco, o rio estava congelado com uma camada espessa de gelo. Francisca estava encostada na cadeira, olhando pela janela. O calor dentro do carro fazia com que a janela ficasse embaçada, dificultando a visão do lado de fora.Francisca desviou o olhar e olhou para o presente em seu colo, querendo ver o que tinha dentro. Ela tirou uma pequena caixa delicada do saco e a abriu. Ao ver o que tinha dentro, seus olhos se arregalaram. Era um anel de prata lindamente trabalhado, com as iniciais de Francisca e Admir gravadas, como ela mesma tinha esculpido quando era criança. Originalmente, esse anel era um par, uma para Francisca e outra
Dois homens sentaram-se no carro esperando escurecer. Após anoitecer, seus subordinados poderiam roubar o anel. Francisca voltou para casa e deixou a sacola de presente em cima da mesa, em seguida, foi para o quarto de Helena e pediu à enfermeira que descansasse.Depois do tratamento dos especialistas, a saúde mental de Helena melhorou bastante. Se ela pudesse manter-se assim, poderia viver mais alguns anos. Elas não perceberam que alguém havia entrado furtivamente. Não demorou muito para que a caixa contendo o anel fosse entregue a Antônio.Guilherme abriu a caixa e avaliou o anel:- Tão barato, impossível ser um presente do Mestre Admir, não é?Antônio não acreditava que Admir daria algo tão barato como presente.- Veja se há algo mais?Guilherme examinou com cuidado e notou que as iniciais estavam gravadas no interior do anel: [FRAN&ANTO]- Parece ser uma abreviação, não são as iniciais da senhora e do seu nome? - Guilherme sorriu e disse. - Senhor, isso não poderia ser uma surpres
Antônio entrou apressadamente, fingindo não saber que Francisca estava ali, e colocou a sacola do presente no chão. Francisca ficou confusa:- O que você está fazendo com as minhas coisas?Ela desceu as escadas e deu uma olhada dentro da sacola, a caixa ainda estava lá.- Você olhou? Francisca perguntou novamente.Antônio ficou parado no lugar:- Não, eu não consigo ver.Mas Francisca não acreditou, ele claramente pegou o presente e até levou para fora, quem sabia tinha pedido a alguém para dar uma olhada.- Então você quer saber o que tem dentro?Francisca perguntou de propósito.Antônio ergueu uma sobrancelha:- Não estou interessado.Francisca não ficou chateada, sentou-se e abriu o presente por conta própria.- Seu irmão lhe deu um presente bem valioso, é um pingente de ouro, eu vou ficar com ele, pode ser?Antônio ouviu em silêncio enquanto Francisca deliberadamente mentia para si mesma, mas ele não poderia desmascará-la. Ele pensou que não valia a pena ficar com ciúmes das coisa
Antônio queria explicar que nada havia acontecido entre ele e Catarina, mas agora estava fingindo amnésia.- Não. - Antônio fechou os olhos. - Vamos dormir.Francisca saiu um pouco dos braços dele e adormeceu inquieta. Amanhã ela teria que ir ao hospital fazer o exame de gravidez, então precisava descansar bem hoje....Do outro lado, no Hospital da Cidade C.Cristina estava deitada no quarto do hospital, finalmente se acalmando. Alex já havia enviado alguém para descobrir quem havia insultado sua filha, mas a família Costa voltou com muitos inimigos, então estava difícil descobrir quem era o responsável.Gabriela ainda estava irritada com o incidente no noivado, mas assim que soube do ocorrido com Cristina, veio imediatamente vê-la:- Cristina, você está bem?No entanto, Cristina não estava com uma boa expressão para ela.- Você não vê com seus próprios olhos? Precisa perguntar?Antes, Cristina estava disposta a dar uma chance a Gabriela, afinal, ela era casada com seu pai há cinco an
Cristina finalmente entendeu por que o pai se casou com Gabriela, essa madrasta que se preocupa mais com ela do que sua própria mãe. No começo, ela pensava que Gabriela só estava agradando-a, agora tudo fazia sentido. Também entendeu por que Lara, com mais de cinquenta anos, só tinha ela como filha.Cristina olhou para os pedaços de papel na lixeira, levantou-se e jogou os pedaços de papel no vaso sanitário do banheiro, dando descarga.“Eu sou filha da empresária Lara, não uma filha inútil de uma atriz.”Para Cristina, dançar era apenas uma forma de desenvolver seu senso estético. Mesmo que se tornasse uma dançarina famosa mundialmente, não era tão real quanto ser uma empresária. Além disso, com os métodos de Lara, quem quer que ela quisesse tornar-se uma dançarina famosa, poderia ser comprado com dinheiro. Comparada com Gabriela, que agora era apenas uma dona de casa, somente Lara era digna de ser sua mãe.Decidindo tudo isso, Cristina chamou Gabriela novamente, com um sorriso falso e
Fábio pensava assim em seu coração, mas disse em voz alta:- Você é que está morto, meu pai não vai morrer, você é um homem mau.Antônio não gostava de crianças, especialmente desse garoto à sua frente. Ouvir o choro dele só aumentava sua impaciência.- Pare de chorar.- Não.Fábio continuou fingindo chorar, sem derramar nenhuma lágrima.Antônio não podia ver que era falso, preocupado que Francisca o visse assim quando saísse do exame, ele ficou irritado.- Seu pai não morreu.- Mas você amaldiçoou meu pai!Fábio chorou ainda mais alto.Antônio ficou ainda mais irritado:- Pare de chorar, eu estava brincando.Fábio não esperava que seu pai fosse se rebaixar desse jeito. Ele olhou para o relógio na parede e percebeu que era porque estava quase na hora do exame de sua mãe. Parece que seu pai ainda tinha medo de sua mãe. Ele poderia aproveitar essa oportunidade.- Você é adulto, como pode brincar assim? Meu pai morreu, eu quero voltar para o país A com minha mãe e visitar o túmulo do meu
Gabriela, impaciente, permanecia em pé, finalmente vendo Francisca e ficando surpresa por um momento. Seu olhar se fixou em Fábio, cheio de dúvidas. Quem era essa criança?Gabriela não reconhecia Fábio, mas ele já havia investigado sobre ela e logo percebeu que ela era sua avó por parte de mãe. Um lampejo de raiva cruzou seus olhos e ele apertou os punhos secretamente. É essa velha mulher, quase matou minha mãe, eu tenho que ensinar uma lição para ela.Gabriela claramente percebeu o ressentimento nos olhos da criança e ficou intrigada. Por que uma criança tão pequena olharia para ela com tanto ódio? Não se importando muito, Gabriela se aproximou rapidamente dos três.Francisca instintivamente se colocou na frente de Fábio:- Fábio, você e seu tio Antônio vão para casa. Eu tenho algo para resolver.Antônio também ouviu os passos de uma pessoa desconhecida, mas não sabia quem era. Fábio pensou que não deveria fazer algo errado na presença de sua mãe, então se virou para Antônio e disse: