Francisca apertou o cobertor ao redor de si mesma e recusou apressadamente:- Não, obrigada.Ela saiu dos braços de Antônio, vestiu-se rapidamente e saiu do quarto sorrateiramente. Sem perceber, no entanto, os olhos das duas crianças estavam fixos na direção dela. Fábio sussurrou baixinho:- Por que o papai está mentindo? A mamãe está claramente com ele.Breno, mais maduro para a idade, imaginou uma possibilidade:- Maldito! Mesmo depois de nos protegermos tanto!- O que você quer dizer?Fábio realmente não entendia.Breno, que também não tinha um entendimento completo, mas conhecia um pouco do que avó Helena gostava de assistir, disse:- Vá assistir às novelas românticas que avó Helena tanto gosta, você vai entender o que os homens e mulheres fazem quando estão juntos, eles se beijam!Fábio sempre estava no hospital, enquanto Breno assistia às intermináveis novelas românticas com Helena em casa. Cada vez que assistiam, Helena ficava emocionada e Breno, mesmo não gostando tanto, era um
O relógio de parede na sala começou a fazer barulho. Helena virou-se e murmurou:- Já é meia-noite, vou descansar um pouco.- Ok.Francisca observou a figura idosa se afastar, colocou a mão em sua barriga protuberante e pensou nas palavras que tinha dito antes, sentindo-se um pouco complicada. Houve alguns dias, Helena odiava Antônio, como ela podia mudar tão rapidamente?Helena disse que poderia ficar com Antônio? Francisca olhou novamente para Antônio e as crianças ao longe, balançando a cabeça. Não, ela não pode voltar atrás.Os galhos caídos e a grande quantidade de neve ao longo da estrada foram removidos. Antônio levou as duas crianças de volta para dentro da casa, enquanto Francisca imediatamente acendeu a lareira para que eles pudessem se aquecer um pouco mais.- Tomem um banho quente mais tarde e vamos dormir.As duas crianças assentiram.Enquanto as duas crianças comandavam Antônio ao lado, elas não sentiram frio. Mas Antônio, suas belas e elegantes mãos estavam vermelhas de
Nos feriados anteriores, Francisca costumava acompanhar Antônio até a antiga mansão da Família de Pareira. No Ano Novo, era ainda mais necessário retornar. Mas desta vez, ela não queria ir.- Estou ocupada, não tenho tempo para ir. Se Antônio quiser ir, você pode levá-lo. - Disse Francisca antes de desligar o telefone.Do outro lado, Sílvia olhou para o telefone desligado, furiosa:- Está cada vez mais sem educação. Se não fosse pela amnésia de Antônio, ela não teria a audácia de se comportar assim!Ao lado, a secretária perguntou baixinho:- Então, ainda vamos buscar o Mestre Antônio?- Vamos buscar sim, mesmo que Francisca não queira vir, Antônio precisa vir, ele é o primogênito da Família de Pareira. - Respondeu Sílvia.Na verdade, Sílvia também não queria que Antônio comparecesse ao evento desta noite, afinal, ele estava cego e com amnésia, o que poderia ser constrangedor. Mas o avô de Antônio havia deixado claro que queria que Antônio voltasse para ver todos.Mestre Pareira não es
Este ano, a Família de Pareira apenas realizou um banquete em casa, apenas alguns parentes da Família de Pareira vieram, os demais não vieram. Mesmo assim, a sala de estar estava lotada de pessoas.O Mestre Pareira estava sentado na posição mais alta, descascando uvas para seu bisneto Flávio comer, demonstrando claramente seu amor e carinho. Flávio também estava com uma expressão arrogante, ignorando completamente as outras pessoas presentes.- Bisvovô, eu quero aquele ali. Flávio apontou para uma moeda antiga nas mãos de um homem de meia-idade.O homem de meia-idade era filho do irmão do Mestre Pareira e, ao ver que Flávio queria sua moeda, ficou um pouco relutante:- Flávio, se você gosta tanto assim, amanhã eu te mando uma caixa cheia de novas, tudo bem?Essa moeda, ele brincava com ela desde jovem, como poderia dar para uma criança?- Não, eu quero aquela...Vendo isso, Mestre Pareira bateu levemente na mão de Flávio:- Está bom, está bom.Com essas palavras, um olhar de entendime
Humilhação?Francisca ouviu o que Guilherme disse, mas manteve uma expressão calma:- E o que isso tem a ver comigo?No passado, ela também sofreu todo tipo de humilhação na Família de Pareira, e Antônio não a ajudou.Guilherme ficou sem palavras. Ele abaixou a voz:- Pense no fato de que o Sr. Antônio já te ajudou uma vez. Por favor, ajude-o dessa vez, pode ser?Ao ouvir isso, Francisca lembrou-se de quando Antônio a ajudou a resolver o problema com o Sr. Peel no exterior.Ela ficou em silêncio por um momento antes de responder:- Mesmo que eu vá, o que posso fazer? Um de nós é cego e o outro tem audição fraca. Você tem certeza de que posso ajudá-lo?Francisca estava sendo honesta. A poderosa Família de Pareira nunca lhe daria importância.- Bem...Guilherme hesitou.Vendo isso, Francisca achou que ele havia desistido e começou a se levantar para pagar a conta.Guilherme explicou rapidamente:- O principal motivo pelo qual me sentiria mais tranquilo é se você estiver presente.Guilher
Na antiga mansão de família Pareira.Após atender uma ligação, Sílvia estava de bom humor. Breno, surpreendentemente, procurou por ela, considerando que antes ele sempre foi distante. Mas nesse momento, Antônio ainda não havia chegado e havia murmúrios ao redor.- Será que Antônio não vem mais?- Não era combinado que ele viria? Por que não aparece? Antônio nunca descumpriu sua palavra.- Vocês não ouviram? Antônio ficou cego, agora vai vir aqui passar vergonha.- O quê? Não pode ser verdade, certo?Todos estavam curiosos para saber se Antônio estava realmente cego ou se era apenas uma farsa. Se fosse verdade, seria um grande espetáculo.Finalmente, Antônio entrou acompanhado do mordomo. Todos olhavam para a porta e viram Antônio vestindo roupas elegantes, mas seus olhos antes brilhantes agora estavam sem vida, sendo conduzido pelo mordomo até o salão.Depois que Antônio chegou, ele não cumprimentou ninguém. Sílvia se aproximou e disse ao Mestre Pareira:- Pai, o médico disse que Antôn
Roberto avistou Antônio sentado sozinho em um canto, sem se render. Ele ainda se lembrava da arrogância de Antônio antes de tudo acontecer. Olhou na direção de Admir e notou que ele não estava tomando partido de Antônio, então ousadamente se aproximou com um copo de bebida na mão.- Antônio, agora que você está bebendo da minha bebida, peça desculpas para mim. O passado já passou, não guardo rancor. - Disse Roberto, balançando o copo de vinho e cuspindo um pouco de saliva nele antes de oferecê-lo.Antônio nem sequer levantou a cabeça em resposta. Roberto, vendo que ele estava sendo completamente ignorado, ficou furioso. Inclinou-se, abaixou a voz:- Você pensa que ainda é o Antônio de antes? Agora, eu poderia te esmagar como se esmaga uma formiga. Aconselho você a encarar a realidade.As outras pessoas ao redor olharam, mas não se atreveram a intervir. Antônio apertou o punho, pronto para acertar Roberto no próximo segundo, mas de repente ouviu uma voz familiar.- Antônio, como você vo
Francisca não sabia, mas Antônio estava sofrendo em silêncio. Ele entendia mais do que ninguém que, mesmo sem enxergar, havia muitas pessoas querendo tirar sua vida, e agora não era hora de preservar seu orgulho.- Obrigado. - Disse Francisca, sentando-se e oferecendo a ele um pedaço de bolo. - Coma também.A cena dos dois comendo o bolo juntos chamou a atenção de Admir, e o olhar afável dele de repente se tornou frio.Quando Sónia chegou, ela imediatamente notou Francisca e Antônio no canto. Embora ambos fossem alvo de insultos, eles pareciam não se importar mais, imersos em seu próprio mundo.Sónia observou Francisca com atenção e percebeu que ela era realmente bonita, elegante em todos os seus movimentos. Especialmente seus olhos, pareciam pedras preciosas. Não era de admirar que Antônio não quisesse se divorciar dela.Enquanto isso, no escritório de Mestre Pareira, Sílvia estava sendo repreendida. Era tudo sobre como ela havia enganado todos, permitindo que Admir se passasse por An