Mas antes que Gabriela pudesse falar, Cristina a interrompeu:- Não faça mais isso no futuro. Eu sei que você está fazendo isso por meu bem, mas não gosto de ver as pessoas falando de você.Ao ouvir isso, Gabriela percebeu que sua filha ainda se importava com ela e engoliu as palavras que estavam em seus lábios.Nesse momento, Cristina segurou o braço de Gabriela:- Mãe, eu pesquisei na internet e descobri que você tem outra filha chamada Francisca.Gabriela ficou surpresa.Cristina continuou:- Ela se casou com Antônio?A única pessoa que realmente importava para Cristina era Antônio. Em Cidade C, poucos homens poderiam se comparar a ele.- Eu gostaria de conhecê-lo. Você pode me ajudar?Gabriela percebeu imediatamente o que Cristina estava pensando. Ela também achava que somente Cristina era digna de Antônio.- Eu não o vejo há muito tempo, mas se você quiser encontrá-lo, eu vou te ajudar.Gabriela acreditava que Antônio poderia sentir algo por Francisca e certamente ficaria impressi
Ao meio-dia, Antônio saiu, dizendo que tinha um trabalho de última hora. Francisca olhou para Sílvia, sentada no sofá com uma postura superior, e, ouvindo seu tom, não pôde deixar de zombar: - Foi você quem o deixou aqui, então que qualificação você tem para me criticar sobre como eu o cuido? Eu não o deixei passar fome ou congelar até a morte, já fiz minha parte como esposa.Sílvia foi pega de surpresa e ficou sem palavras. Após um momento, ela se levantou e olhou ao redor:- E onde está Antônio? Vou buscá-lo agora e levá-lo para casa.Agora que Admir praticamente controlava a empresa e todos os ativos haviam sido transferidos, ela não se preocupava com outros roubando a base sólida que Antônio havia construído. Era hora de trazer Antônio de volta.- Eu não vou voltar.Uma voz veio da entrada. Antônio não sabia quando ele tinha voltado, ele estava usando um sobretudo preto, parado na porta, seus olhos azuis como safiras, aparentemente sem qualquer sinal de anormalidade.Sílvia não co
Sílvia não admitia seus erros e, com voz baixa, disse a Francisca:- Se você não tivesse se casado com Antônio por tanto tempo e não tivesse gerado um filho para ele, por que eu teria pressa em encontrar alguém para substituí-lo?Dentro do contexto da empresa familiar, o que significava para uma pessoa sem filhos?- Você não tem direito de me repreender. Quem não se preocupa com o próprio filho?Sílvia disse sua última frase e saiu.Francisca ficou parada no mesmo lugar, sem entender por que de repente se sentia triste. Sua mãe nunca se importou com ela. Por isso, ela se intrometeu agora. Enquanto estava distraída, alguém segurou sua mão por trás.- Francisca, obrigado. Antônio estava se sentindo aliviado.Francisca, com a mão segurada, rapidamente se afastou:- Você não precisa me agradecer. Eu só me exaltei por um momento, senti pena de você agora, não foi por outra coisa.Depois de falar, ela foi imediatamente para o quarto de Helena. Ela esperava que o barulho lá em baixo não tive
Francisca engasgou. Com tantos parentes de Antônio por perto, como ele poderia ser órfão? Mas, para enganar a criança, só pôde concordar com ele:- Sim, por isso ele é muito solitário, tenho que adotá-lo primeiro. E mais, ele é uma pessoa estranha, pode falar muitas coisas estranhas, você não deve acreditar nele, tá?Francisca continuou a enganar o filho.Fábio atuou perfeitamente, seus olhos cheios de confiança, ele assentiu repetidamente:- Claro, pode ficar tranquila, mamãe, eu não vou acreditar nele.Francisca sentiu-se culpada ao olhar nos olhos inocentes do filho, achando que não deveria enganar uma criança assim. Mas não havia outra opção.Em sua percepção, Fábio se comportava como uma criança comum, herdando suas características. Já Breno, herdou de Antônio, tanto a memória quanto a inteligência, às vezes superando até mesmo os adultos.Breno sabia que Antônio era seu pai, mas Fábio ainda não sabia... Francisca decidiu esperar até que Fábio crescesse um pouco mais para contar a
Depois de lavarem as mãos, Antônio foi levado à mesa por Fábio, que fingia ser amigável.- Tio Antônio, como você não enxerga, você costuma cair muito? - Continuou perguntando Fábio.- Não.- Então você não é cego?Fábio continuou provocando-o. Antônio ficou completamente sem palavras, mas teve que responder pacientemente:- Eu já aprendi o caminho, então não caio.- Entendi.- Ok, vamos comer, conversamos depois. - Disse Francisca.Fábio era assim, sempre com perguntas sem fim.Sentados à mesa, Fábio logo viu o prato cheio de salada de cenoura, ele podia comer cenoura. Mas sabia que seu irmão não comia, ele herdou a mãe, e o irmão certamente herdou o pai.Fábio pegou um punhado de cenoura com o garfo e colocou no prato de Antônio:- Tio Antônio, coma mais cenoura, a professora disse que cenoura faz bem para os olhos.Breno, ao lado, não esperava tanta esperteza de Fábio, ele aproveitou a oportunidade para zombar: - Fábio, você é burro? Os olhos de tio Antônio estão cegos.Antônio fic
Breno e Helena também se aproximaram. Helena correu até ele:- Meu amor, onde ele te bateu?Helena estava furiosa, sua respiração ficou ofegante. Breno imediatamente fez um sinal para Fábio.Fábio, em pânico, disse apressadamente:- Eu estava apenas brincando com vocês.- Brincando?Helena olhou para Antônio.Antônio imediatamente disse:- Fábio e eu fizemos uma aposta, ele disse que se ele enganasse vocês que eu bater nele, e vocês certamente acreditariam.Fábio ficou sem palavras.“Papai é mesmo mais esperto.”Fábio se arrependeu naquele momento.Helena suspirou aliviada:- Garoto bobo, como você pode fazer uma aposta assim, nós devemos ser honestos e não mentir, entendeu?- Entendi, desculpe, vovó.Fábio imediatamente pediu desculpas.Francisca também estava um pouco irritada:- Fábio, daqui para frente, não faça mais esse tipo de brincadeira, entendeu? Eu e a vovó ficamos muito preocupadas.Fábio nunca sofreu uma derrota tão grande. Ele é o filho mais mimado da família, e foi engan
Francisca ficou com o rosto instantaneamente corado e imediatamente parou de se mexer. Ela só podia olhar ao redor com os olhos vagando.A sala de tralhas, que antes não tinha nada de especial, parecia ter sido renovada por Antônio. Agora, estava em tons frios e o espaço parecia ter aumentado.O quarto de Antônio ainda estava igual ao passado, tudo arrumado meticulosamente, até mesmo uma caneta estava posicionada no lado direito do porta-canetas.Devagar, seus olhos involuntariamente se voltaram para as mãos de Antônio, e lá estavam as marcas das cicatrizes. De onde vieram essas cicatrizes?- Como você se machucou com vidro nas mãos?Francisca perguntou sem poder evitar.Havia muito tempo que Antônio não abraçava Francisca assim, respirando o aroma de seu corpo, sua respiração ficou pesada:- Não me lembro.Só um tolo diria a ela. Se ele dissesse, ela saberia que tinha recuperado a maior parte de sua memória e o expulsaria novamente?Francisca suspirou em resposta:- Pena. Por acaso vo
Francisca apertou o cobertor ao redor de si mesma e recusou apressadamente:- Não, obrigada.Ela saiu dos braços de Antônio, vestiu-se rapidamente e saiu do quarto sorrateiramente. Sem perceber, no entanto, os olhos das duas crianças estavam fixos na direção dela. Fábio sussurrou baixinho:- Por que o papai está mentindo? A mamãe está claramente com ele.Breno, mais maduro para a idade, imaginou uma possibilidade:- Maldito! Mesmo depois de nos protegermos tanto!- O que você quer dizer?Fábio realmente não entendia.Breno, que também não tinha um entendimento completo, mas conhecia um pouco do que avó Helena gostava de assistir, disse:- Vá assistir às novelas românticas que avó Helena tanto gosta, você vai entender o que os homens e mulheres fazem quando estão juntos, eles se beijam!Fábio sempre estava no hospital, enquanto Breno assistia às intermináveis novelas românticas com Helena em casa. Cada vez que assistiam, Helena ficava emocionada e Breno, mesmo não gostando tanto, era um