Francisca sentiu um leve aperto no peito. Essa era a primeira vez que ela era a esposa de alguém, afinal, quando era que ela não havia sido a primeira dele também? Havia frieza no olhar de Francisca: - Antônio, volte para a Cidade C, não quero que você me aborreça.Antônio a abraçou, o corpo um pouco enrijecido, a voz rouca:- Não vou voltar, tenho todo o tempo e paciência do mundo.Francisca ficava cada vez mais confusa, erguendo o rosto para encará-lo:- Você sempre não gostou de mim. Por que agora está me perseguindo dessa forma?Antônio engoliu em seco. - Porque eu nunca pensei em me divorciar! - Ele disse, afastando os lençóis e se levantando. - Quando você precisar de algo, é só me procurar, a partir de agora eu sou seu proprietário.Francisca nem sequer viu Antônio saindo. Ela entrou em contato com o antigo proprietário ainda naquela noite e descobriu que a casa havia sido vendida.Ela só pôde mandar trocar a fechadura eletrônica. Recentemente, uma de suas novas composições hav
Afinal, para surpresa de Antônio, aqueles homens atrás não o seguiram. Ao chegar do lado de fora, Francisca respirava fundo, e ao erguer o rosto, Antônio notou os ferimentos em seu rosto:- O que houve?Francisca, lendo seus lábios, mais ou menos entendeu o que ele queria dizer:- Não foi nada.Ela soltou a mão de Antônio, não querendo continuar a conversa com ele naquele momento, e foi em direção ao local com mais pessoas. Antônio a seguiu rapidamente, segurando sua mão:- Você foi agredida?Nesses últimos dias, Antônio havia seguido Francisca. Hoje, viu quando ela foi a um restaurante, então a acompanhou, e acabou presenciando a cena no corredor.- Me solte.Francisca não queria que Antônio visse seu ar desordenado. Mas Antônio não a soltou, segurando firmemente seu queixo, as marcas de dedos em seu rosto bem visíveis. Ele olhou em direção à porta do restaurante, onde dois homens americanos ainda observavam a cena.De repente, Antônio entendeu tudo. Ignorando a resistência de Francis
O coração de Antônio disparou. Entretanto, as palavras de Guilherme o deixaram gelado:- O resultado é que não há relação sanguínea.Não houve relação sanguínea...Então Francisca não havia mentido para ele, e o filho que ela esperava havia morrido antes de nascer. Fábio e a outra criança eram de Henrique! As mãos de Antônio se fecharam com força, os nós dos dedos ficando brancos, e sua garganta parecia estar em chamas.- Entendi.Ele desligou o telefone. O ar dentro do carro parecia ter ficado mais frio, e Antônio olhou para as marcas de mordida em suas próprias mãos, seu semblante gelado. Antes, ele havia achado que Francisca o havia enganado, mas agora via que era ele o tolo. Não pediu ao motorista para voltar para casa, mas foi até um bar nas proximidades....Quando Francisca voltou, ainda abalada. Nesse momento, Helena e os outros ligaram.- Mamãe.- Mamãe.Os dois filhos apareceram na tela. Francisca teve certeza de que Antônio não havia a seguido de volta e então se atreveu a r
As fotos eram montagens de Antônio com Catarina, com legendas acusando a namorada de traição. Quando Antônio tomou conhecimento, as imagens já haviam se espalhado e estavam entre os assuntos mais comentados.O departamento de tecnologia já havia removido todas as fotos, agora estavam investigando e descobriram que o método usado era semelhante ao do acesso indevido à conta bancária pessoal de Antônio anteriormente, ambos ocorridos por volta das 3 ou 4 da manhã. Antônio, depois de se recuperar da bebedeira, olhava aquela foto com uma forte dor de cabeça.- Então até agora não descobriram quem fez isso? - Perguntou Antônio.Guilherme hesitou por um momento antes de responder:- Rastreamos o endereço até a mansão particular de Marcelo em Baia, mas com certeza não foi ele quem fez isso. Já o acesso à sua conta bancária foi de um endereço onde mora a Claudia. Tenho uma suspeita, será que não foi aquela criança?Ao mencionar Breno, Antônio ficou em silêncio:- Diminuam a repercussão dessa no
Francisca não sabia por que ele havia feito aquela pergunta, mas vendo que ele havia enviado o dinheiro tão prontamente, ela imaginou que era apenas compaixão por ela, nada mais. Então ela também começou a conversar com ele.[Na verdade, eu me sinto muito livre e feliz depois do divórcio, até a pressão diminuiu.]Antônio olhava para a mensagem de Francisca na tela, sua mão hesitou ao digitar. Ele não estava satisfeito:[Por quê? Você não gostava do seu ex-marido?]Francisca não sabia como responder, pensando que era um estranho que ela nunca havia visto, então ela não escondeu nada.[Geralmente, quem toma a iniciativa de se separar é porque refletiu muito, não é só por um motivo.]Antônio ficou quieto e introspectivo, digitou algumas linhas, mas depois as apagou e não respondeu.[Se não tem mais nada, vou desconectar, tchau.]Francisca enviou a mensagem.Antônio fechou a janela da conversa dos dois. Ele ficou pensando nas palavras de Francisca, sentado sozinho por um bom tempo, querend
Antônio sentiu um sobressalto inexplicável no peito, se afastando da multidão, apressado em encontrá-la. Só se acalmou quando a viu no caixa.Francisca, após o pagamento, voltou para casa, fez e comeu sua refeição, então descansou. Grávida, ela precisava cuidar muito bem dessa gestação. Depois de escrever um pouco suas partituras, Francisca se deitou no sofá, ouvindo música e lendo, colocando suavemente a mão sobre a barriga, falando baixinho:- Meu amor, você está crescendo rápido.Nesse momento, seu celular tocou. Francisca atendeu e viu uma mensagem de um número desconhecido, contendo uma foto sangrenta. Suas mãos tremeram e o celular quase caiu no chão. Achando ser uma brincadeira de mau gosto, ela deletou a mensagem sem dar muita importância.À noite, quando a escuridão caiu, Francisca ouviu barulhos estranhos do lado de fora. Ela dormia leve e logo acordou, indo até a sala:- Quem está aí? Antônio, é você?Ela tinha trocado a fechadura, achando que Antônio não poderia entrar e fa
O corpo de Francisca tremia um pouco:- Antônio, se acabou entre nós, não faça isso!Antônio, enquanto arrancava suas roupas, disse:- Você acha que o divórcio é algo que só você decide?Francisca não conseguia escapar e não tinha forças para resistir. A única solução era morder. Ela cravou os dentes no ombro de Antônio. Ele gemeu de dor, mas não parou.A boca de Francisca estava cheia de sangue fresco e ela olhava atordoada para ele, xingando em seguida:- Antônio, seu desgraçado! Você disse que nunca iria me tocar quando nos casamos, e agora que eu não gosto mais de você, o que está fazendo?Ela continuou a dizer coisas ainda piores:- Eu me enganei, não é que eu não gosto mais de você, é que desde o início eu não gostava de você! Você nem ao menos é o meu tipo, você é um louco! Se eu soubesse desde o começo que você tinha um irmão gêmeo, eu nunca teria me casado com você!Ouvindo essas palavras, Antônio sentiu uma dor em seu peito. Fingindo não se importar, ele segurou o rosto de Fr
Neste momento, Francisca decidiu que precisava cortar definitivamente os laços com Antônio.Durante a noite, ventos fortes e nevascas. Francisca estava firmemente abraçada por Antônio, sua garganta estava seca e ela realmente queria beber água.- Eu preciso de água.Ela disse sem vida.Antônio foi pegar a garrafa d'água do criado-mudo, e Francisca pôde ver claramente as marcas de dentes em suas mãos. Havia também marcas em seus ombros, e seus lábios estavam rasgados.Ele abriu a água e entregou a ela. Francisca bebeu alguns goles, se sentindo um pouco melhor, mas então seu estômago começou a queimar e ela sentiu vontade de vomitar. Não aguentando mais, ela empurrou o braço de Antônio e se inclinou sobre a cama, vomitando.Antônio se levantou e estendeu a mão, dando tapinhas nas costas dela:- O que houve?Francisca bateu na mão dele:- Não me toque!A mão de Antônio ficou paralisada no ar. Francisca olhou para ele com frieza:- Você pode ir embora agora?O rosto de Antônio escureceu in