Em Vila FlorDouro, Francisca e Fábio caminhavam sozinhos juntos. No caminho, ela observava as câmeras de segurança, exatamente como Fábio havia desenhado. Quando chegaram a um lugar tranquilo e deserto, Francisca se agachou:- Fábio, tenho algo para te dizer.- Sim.- Estou planejando levar você para casa em alguns dias. Nos próximos tempos, você precisa se preparar, está bem?Fábio assentiu:- Está bem.Francisca sorriu e afagou a cabeça do filho:- Mas isso é um segredo entre nós dois. Você não pode contar a ninguém, nem mesmo à babá e ao tio Antônio. Jure! Francisca levantou a mão. Fábio estendeu a mão imediatamente:- Juro cumprir o acordo depois do toque.Francisca ainda estava um pouco preocupada, afinal, a criança ainda era pequena. No entanto, não dizer a Fábio antecipadamente e esperar até o dia da partida poderia causar problemas se algo inesperado acontecesse.Fábio percebeu a preocupação de Francisca, olhou para ela com seus grandes olhos inocentes e disse baixinho no ouvi
Antônio franziu a testa:- Não é isso que você queria?Além disso, ele realmente não conseguia entender o propósito do retorno repentino de Francisca ao país.Francisca ficou surpresa. Ela ainda não tinha se recuperado, quando Antônio disse:- Depois de todos esses anos, qualquer ressentimento que você tenha deve ter sido descarregado o suficiente. Assine o documento e esqueça o passado.Depois de ouvir essas palavras, Francisca de repente achou Antônio extremamente ridículo. Eles já haviam chegado a esse ponto, e ele ainda achava que ela estava apenas com raiva. Bastava devolver a Família Oliveira a ela, e tudo voltaria ao normal.Francisca apertou o contrato em suas mãos, foi até a máquina de triturar papéis e o colocou direto lá, observando enquanto ele se transformava em pedaços.- Agora estou te dizendo muito seriamente, não há nada do passado para esquecer, eu simplesmente não quero mais ficar com você.Ela já havia desistido, mas ainda tinha que fingir que gostava, era cansativo
Antônio apagou o cigarro que tinha na mão, sem pensar. Ele achava que, quando Francisca saísse, ela faria uma grande cena, talvez até lhe desse um tapa, como fazia antes. Mas nada disso aconteceu, ela estava extremamente calma.- Vou dar uma volta. - Disse Francisca.A garganta de Francisca estava rouca quando ela disse isso e, sem esperar a aprovação de Antônio, deixou o escritório.Ela não sabia por que, mas sentia olhares estranhos sobre si quando saía da empresa. Não havia ninguém lá dentro.Francisca foi até a rua, o céu estava nublado e a chuva fina começava a cair. Ela ficou parada sob a garoa, com um olhar vazio. Enquanto caminhava pelas ruas, não percebeu que um discreto carro preto a seguia.- Pare o carro.- Sim.O carro rapidamente parou.Dentro do veículo, Henrique pegou o guarda-chuva e o casaco, e saiu apressadamente, protegendo-se da chuva. Quando se aproximou de Francisca, ela virou a cabeça e viu o rosto bonito dele. Henrique estendeu o casaco a ela:- Você está toda
Os dois seguiram até um restaurante próximo para o jantar. Francisca não temia que a pessoa que os seguia contasse a Antônio que ela e Henrique estavam limpos. Afinal, por que temiam, se não tinham nada a esconder?Do outro lado, Antônio já havia recebido as fotos enviadas pela pessoa que os seguia. Ele segurava o celular, mas a raiva em seus olhos não conseguia ser contida. Então era por isso que ele havia saído para um encontro. Antônio sentia um peso no peito, sem saber exatamente o porquê.Foi quando o celular tocou. Era Sílvia. Ela falava entre lágrimas:- Antônio, há notícias de Los Angeles, dizem que ele pode acordar.Antônio apertou firmemente o celular:- Entendi....No restaurante, Francisca olhava os pratos elaborados, mas não tinha muito apetite, sentindo um ácido no estômago.Não sabia se era por causa de Antônio ou se ela mesma estava grávida. Não queria fazer o exame no hospital dali, nem comprar um teste de farmácia. Ela esperaria até voltar ao exterior, seria mais seg
Neste momento, Antônio não ligava mais para nada. Francisca arregalou os olhos:- Seu maldito!Antônio riu:- Eu sou um maldito, mas você, que um dia me amou loucamente?Francisca sentiu o cheiro de álcool nele e certamente ele estava bêbado, dando showzinho aqui, falando besteiras.- Eu não quero falar com um bêbado, me solta.- Não solto! - Antônio a abraçou firmemente, perguntando em seu ouvido.- Se eu te soltar, você vai fugir com o Henrique, não é?Francisca tentou tirar as mãos dele. Antônio não queria soltá-la. Ele a questionava palavra por palavra:- Por que me traiu? Não foi você quem disse que iria me amar para sempre? Por que não cumpriu sua promessa?- Você sabe como me senti quando vi aquela criança pela primeira vez? Pensei que fosse meu filho! Mas ele me disse que o pai dele é o Henrique! Nosso filho nem faz tanto tempo que se foi e você já está grávida dele? Como você pode ser tão cruel?Francisca ouvia os questionamentos dele, mordendo os lábios, sem responder.Antônio
No dia seguinte, ao meio-dia.Antônio acordou com uma dor de cabeça lancinante e, instintivamente, olhou ao redor, mas Francisca não estava lá. Ele então se levantou num rompante, tirando o lençol de cima de si.Lá em baixo, Francisca estava revisando uma nova música que havia composto, quando levantou o olhar e viu Antônio descendo as escadas com o tórax nu, usando apenas uma calça social um pouco amassada, com cara de sono. Ele parecia cada vez menos preocupado com sua aparência.Antes, Francisca não só não havia visto o irmão de camiseta, como nem mesmo os braços dele. Agora, o rapaz parecia ter uma espécie de fetiche por exibicionismo.Francisca desviou o olhar. Ao vê-la, Antônio rapidamente retornou ao quarto para tomar um banho e se trocar. Afinal, na noite anterior, havia bebido demais e Francisca vomitara em cima dele, deixando-o se sentindo muito mal.Meia hora depois, Antônio finalmente saiu do banheiro e, pegando o celular, viu que Guilherme havia ligado algumas vezes. Ele e
Claudia sentiu algo errado e ligou imediatamente para a professora de Breno.- Alô, professora, pode chamar o Breno para falar comigo?- É a mãe do Breno? Bem, o pai dele esteve aqui e levou a criança. - Respondeu a professora.Pai... Antônio? Mas Antônio nem sabia que Breno era seu filho! Então seria…Claudia ficou completamente perplexa.- Alô, mãe do Breno, você ainda está aí?- Como você deixou alguém levar meu filho? E se fosse uma pessoa ruim? Quem é ele, como ele é? - Claudia gritou furiosa no telefone.Se algo acontecesse com Breno, como ela iria explicar para Francisca? Essa professora havia sido tão irresponsável. Claudia sabia que Francisca se preocupava muito com as duas crianças, com medo que algo de ruim pudesse acontecer a elas. Agora, Breno havia sido levado e ela nem sabia para onde. Sem se importar com as suas coisas pessoais jogadas no chão, Claudia correu e pegou um táxi, pedindo para ir até a creche internacional.A professora ainda parecia confusa:- Você não sabe
Breno estava sendo carregado por Marcelo em direção à mansão, mas não parecia nada preocupado. Ele deu uma risada sarcástica: - Senhor, se você realmente é meu pai, você não acha isso vergonhoso?Marcelo parou em seus passos:- O que você quer dizer com isso?- Minha mãe me criou sozinha e nunca me bateu, mas assim que você me encontrou, já quer me agredir. Você não se sente envergonhado?Os olhos grandes de Breno estavam muito sérios. Marcelo olhou para aqueles olhos lindos e profundos, ficando um momento paralisado. Breno, carregado, estava muito desconfortável, mas ainda assim disse com calma. - Eu sempre pensei que meu pai fosse. - Ele fez uma pausa, se lembrando das descrições que Flávio fez do seu pai, e continuou. - O super-herói que salva o mundo. Ele apareceria quando eu fosse abusado para afastar todos que me incomodassem. Mas eu nunca imaginei que o abusador seria o meu super-herói.Super-herói que salva o mundo? A raiva de Marcelo se esvaiu instantaneamente. Mas, com base