Tatiana não ficou chocada por muito tempo. Após apenas alguns segundos encarando Guilherme, ela se levantou do sofá. Ela escondeu suas emoções e perguntou:- Já que você acha que minhas roupas são infantis, qual roupa você acha que eu deveria usar?Guilherme lançou um olhar para ela, prestes a responder, quando ouviu uma batida na porta. Severino interrompeu seus pensamentos.Guilherme não gostava de fechar portas, e no andar superior geralmente não havia ninguém, então a porta do quarto estava apenas encostada. Ao virar ligeiramente, pôde ver quem estava na entrada.Tatiana, ao olhar para Severino, sentiu um vislumbre de aversão nos olhos dele. Antes que pudesse confirmar, Severino desviou o olhar.Sem escolha, Tatiana também desviou o olhar.Severino estava lá para falar com Guilherme, e parecia algo sério, dada sua expressão severaProvavelmente por causa da presença de Tatiana, ele não disse nada. Apenas lançou um olhar para o fundo do quarto antes de fixar os olhos novamente em G
A garota que estava na porta do quarto principal estava vestida comum vestido vermelho, o modelo mais simples de vestido de alça, que, mesmo assim, transmitia uma sensação de elegância.E nem precisava mencionar que Tatiana já tinha um rosto bonito por si só; combinado com o longo vestido, sua presença era inebriante.Se o vestido verde que ela usou no jantar do dia anterior a fazia parecer uma ninfa dos campos, então aquele vestido vermelho flamejante a transformava numa princesa das chamas.Mesmo sem nenhuma maquiagem, era impossível desviar os olhos dela.Parecia que Tatiana havia trocado de vestido às pressas; nem mesmo arrumara bem o cabelo, simplesmente havia desfeito a trança que usava antes e agora o penteava rapidamente com os dedos longos.Ao abrir a porta, viu Guilherme parado à sua frente. Tatiana, um pouco ansiosa, perguntou:- Eu não estou atrasada, né? Este vestido está bom? Não vou te fazer passar vergonha, vou?A voz agitada de Tatiana imediatamente trouxe Guilherme de
Tatiana saiu do quarto logo depois. Ela tinha um corpo bonito, e o vestido azul e branco caía perfeitamente, e lhe dava um ar gracioso e elegante. As mangas do vestido cobriam todas as cicatrizes em seus ombros e braços, escondendo qualquer marca que pudesse assustar alguém.Quando saiu do quarto principal, Severino já não estava mais lá. Ela viu Guilherme de pé ao lado do balcão, balançando uma taça de vinho tinto com uma fina camada de vinho.Por causa da conversa anterior, a expressão de Tatiana não era das melhores. Na verdade, poderia ser descrita como bem desagradável, e seu tom de voz refletia isso.- Troquei de roupa. Para onde vamos agora?Parecia uma senhorita dando ordens a seu guarda-costas, só que sem um destino definido. Guilherme, no entanto, não pareceu se aborrecer com essa atitude.Ele desceu do banco alto, colocou uma mão no bolso da calça, os olhos estreitos fixos nela, com uma postura levemente superior. Satisfeito com a nova roupa dela, ele pousou a taça de vin
- Nada que me deixe feliz. - Guilherme repetiu as palavras dela, rindo baixinho logo em seguida. Ele levantou o olhar e continuou. - Srta. Taís quer dizer que estar comigo não é tão agradável assim?Isso não era algo evidente? Qualquer pessoa que estivesse com um louco que poderia surtar a qualquer momento certamente ficaria um pouco apreensiva. Sem mencionar que, há apenas duas horas, ele estava a ameaçando com seu irmão e pessoas desconhecidas. As pequenas coisas poderiam ser ignoradas, mas isso não.No entanto, Tatiana naturalmente não ousaria dizer isso diretamente a Guilherme. Ela havia percebido que quanto mais o contrariava, mais ele a forçava a ceder com uma atitude ainda mais rígida. Por outro lado, se ela dissesse algo que ele gostasse de ouvir, talvez seu humor melhorasse e a questão passasse sem maiores problemas.Mesmo que sua expressão fosse tão falsa que qualquer um pudesse perceber, ele ainda preferia assim.Tatiana ponderou suas palavras e então disse:- Na verdade, ne
Tatiana, depois de um tempo, percebeu que quase tinha acabado de comer o prato inteiro, enquanto Guilherme, sentado à sua frente, mal tinha tocado nos talheres.Se sentindo um pouco constrangida, ela tentou mudar de assunto para disfarçar.- Certo, por que não vi o Severino?Guilherme parecia mais interessado nas bebidas do restaurante. Enquanto servia comida para Tatiana, já tinha bebido mais da metade do copo. Ao ouvir a pergunta de Tatiana, ele levantou o olhar e disse: - Por quê? Você precisa falar com ele?Desde que chegaram à Cidade CH, na maioria das vezes, só os dois saíam para passear. Apenas o jantar da noite passada foi compartilhado pelos três, então a menção de Tatiana foi um pouco surpreendente.Tatiana percebeu o constrangimento e pegou uma fruta da mesa.- Não é nada importante, só me lembrei de repente. Antes, no hotel, vimos ele, não é? Achei que ele fosse se juntar a nós hoje.Guilherme soltou uma leve risada ao ouvir isso e, abaixando o olhar, notou a pilha de ca
Guilherme franziu a testa enquanto se aproximava. Ele retirou um lenço do bolso e a entregou.- Por que não disse antes que não estava se sentindo bem?Sem prestar atenção no que Tatiana falava, ele já havia largado todas as sacolas de compras para ir até uma loja próxima para comprar duas garrafas de água mineral. Ao voltar, ele abriu uma delas e a entregou.Tatiana aceitou a água com um agradecimento, e só depois de terminar a primeira garrafa começou a se sentir um pouco melhor. No entanto, seu corpo ainda estava fraco, e ela não conseguia levantar a cabeça.Ela segurava o lenço que Guilherme a havia entregado, mas não o usou. Sua visão estava turva, mas sua mente ainda dizia que aquele pequeno pedaço de tecido talvez custasse mais do que ela poderia ganhar trabalhando em vários turnos em um restaurante.Mas, como ela poderia trabalhar em um restaurante?- Consegue andar? - Perguntou Guilherme.A voz dele soava abafada em seus ouvidos.Ao mesmo tempo, sentiu um cheiro que a fez se
Quando Tatiana recobrou a consciência, sua visão ainda estava turva, como se algo pressionasse suas pálpebras, a impedindo de abrir os olhos.No entanto, aos poucos, sua mente clareou e ela pôde ouvir claramente o que estava sendo dito ao redor.Parecia ser a voz de Severino.- A febre é causada por uma infecção gastrointestinal. Vamos iniciar a infusão. Assim que a febre baixar, ela deve melhorar. Depois, é só descansar bem e evitar alimentos picantes e fortes.Logo após, se ouviu a voz grave e insatisfeita de Guilherme:- Quanto tempo vai levar para ela melhorar?Tatiana, mesmo sem conseguir abrir os olhos, ao ouvir essas palavras, sentiu vontade de praguejar.Ficar doente não era algo que se podia controlar, afinal.Isso era exigir demais do médico, não?A voz de Severino era calma, provavelmente porque ele estava preparando a medicação, já que ela estava ouvindo som de vidro.- Cerca de uma semana, mas depende do estado de saúde da Srta. Taís. Ela não está muito bem e pode precisar
A ironia nas palavras era óbvia demais, o que obrigou Tatiana a abrir os olhos, irritada, e olhar para Guilherme.- Eu só estou com febre, não quebrei o braço ou a perna! - Resmungou ela.Talvez surpreso por ela ainda ter forças para falar, Guilherme levantou as sobrancelhas e disse:- Com essa aparência, qual é a diferença?Tatiana ficou em silêncio por um momento, e depois respondeu:- Enfim, eu posso tomar banho sozinha, não precisa chamar ninguém para me ajudar.- Certo. - Guilherme não insistiu, esboçando um leve sorriso no rosto belo. - Então, façamos assim: eu peço para a cozinha enviar uma canja para você, você come um pouco e depois vai se lavar. Pode ser?Tatiana franziu o cenho.Ela lançou um olhar de soslaio para Guilherme, mas o rosto do homem não mostrava nenhuma emoção extra, nem a ironia e desprezo que ela imaginava.Ela se apoiou nas mãos para tentar se sentar, pois se deitar estava realmente desconfortável, e mal começou a se mexer, Guilherme já havia dado um passo à