- Louco? - Indagou Guilherme. Guilherme não ficou irritado ao ouvir esse insulto. Ele já tinha ouvido tantas vezes termos como esses associados a ele... Louco, demônio, psicopata...As pessoas pareciam sempre prontas a usar tais palavras quando não conseguiam entender as ações de alguém. Ele, porém, não se considerava um louco. Mas se fosse Tatiana quem o chamasse assim, ele poderia perdoar. - Louco então. Se isso faz você se sentir melhor, eu não me importo que me xingue mais algumas vezes. - Disse Guilherme. Guilherme retirou a mão que havia tocado o cabelo dela e baixou os olhos. Não estava claro se ele estava falando com Tatiana ou consigo mesmo.Quando levantou o olhar novamente, seu rosto voltou àquela expressão selvagem, sem qualquer traço de ternura do dia anterior.Já que a máscara tinha sido removida, não havia mais razão para continuar fingindo. Era melhor mostrar sua verdadeira face, poupando ela de ver uma farsa e ele de continuar com a encenação.Assim, talvez fosse m
Tatiana ouviu o som e virou a cabeça, com uma expressão inocente no rosto. Seu rosto originalmente pálido agora exibia uma marca vermelha causada pelo atrito do guardanapo, combinando com sua aparência atual, o que a tornava extremamente lamentável.Guilherme hesitou por um momento, e seus olhos, já escuros, se tornaram ainda mais profundos ao ver a cena.Ao perceber isso, o medo no coração de Tatiana aumentou. Ela olhava fixamente para Guilherme, que se aproximava. Quando ele parou na sua frente e estendeu a mão na sua direção, ela instintivamente se recostou na cadeira atrás de si. Mas o espaço era limitado, não havia para onde fugir. Logo, Guilherme não avançou mais. Quando Tatiana evitou instintivamente seu toque, ele parou no meio do gesto, com a palma da mão suspensa no ar.Seu rosto bonito não demonstrava nenhuma emoção, mas era evidente que ele estava de mau humor. Um desprezo tão claro não agradaria ninguém, muito menos alguém tão orgulhoso como o Sr. Borges. Ele sempre f
No lado de fora do hotel, os guarda-costas de preto que cercavam Eduardo e Alex se dispersaram, deixando de restringir os dois irmãos que permaneciam no meio do pavimento de cimento.Antes de partir eles limparam a mancha de sangue no chão como se nada tivesse acontecido.Os dois ficaram sozinhos na estrada deserta, sem nenhum turista à vista. Apesar do sol escaldante, havia uma frieza sutil no ar.- Irmão, e agora? - Perguntou Alex.A insatisfação ainda queimava em seus corações, fazendo com que não quisessem sair dali. Mas ficar sob o sol não resolveria nada; sem agir, a sensação de falha persistiria.Eduardo mordeu os lábios e hesitou por um momento, enquanto seus olhos profundos permaneciam fixos na espessa porta de vidro, tentando, em vão, enxergar a figura da irmã. Contudo, a razão o alertava constantemente da impossibilidade. Ele já a havia visto entrar no elevador, e a última visão que teve dela foi apenas um vislumbre apressado pelo canto do olho.Eduardo respirou fundo e, fi
Tatiana rapidamente terminou de se lavar.Depois de trocar de roupa, de repente, surgiu nela o desejo de se esconder na suíte principal e não sair. O sentimento de confusão, que geralmente só surgia à noite, apareceu novamente, inundando ela como uma maré.Ela olhou para si mesma no espelho, seus pensamentos estavam confusos.Não sabia se era o vapor do banheiro ou se ela tinha chorado demais naquele dia, mas seu rosto estava anormalmente vermelho, e seus olhos também estavam avermelhados, tristes e lamentáveis.Tatiana nem imaginava que tinha se mostrado daquela forma diante de Guilherme.Ela era realmente tão fraca assim?Ela não se lembrava dos últimos cinco anos, não conseguia lembrar como era sua personalidade verdadeira, mas sabia que definitivamente não deveria ser assim.Era como um canário dourado preso em uma gaiola.Como isso tinha acontecido?Não deveria ser assim.Apenas um mês sendo cuidada por Guilherme e ela já tinha se moldado aos gostos dele.Tatiana estava confusa.E
Tatiana não ficou chocada por muito tempo. Após apenas alguns segundos encarando Guilherme, ela se levantou do sofá. Ela escondeu suas emoções e perguntou:- Já que você acha que minhas roupas são infantis, qual roupa você acha que eu deveria usar?Guilherme lançou um olhar para ela, prestes a responder, quando ouviu uma batida na porta. Severino interrompeu seus pensamentos.Guilherme não gostava de fechar portas, e no andar superior geralmente não havia ninguém, então a porta do quarto estava apenas encostada. Ao virar ligeiramente, pôde ver quem estava na entrada.Tatiana, ao olhar para Severino, sentiu um vislumbre de aversão nos olhos dele. Antes que pudesse confirmar, Severino desviou o olhar.Sem escolha, Tatiana também desviou o olhar.Severino estava lá para falar com Guilherme, e parecia algo sério, dada sua expressão severaProvavelmente por causa da presença de Tatiana, ele não disse nada. Apenas lançou um olhar para o fundo do quarto antes de fixar os olhos novamente em G
A garota que estava na porta do quarto principal estava vestida comum vestido vermelho, o modelo mais simples de vestido de alça, que, mesmo assim, transmitia uma sensação de elegância.E nem precisava mencionar que Tatiana já tinha um rosto bonito por si só; combinado com o longo vestido, sua presença era inebriante.Se o vestido verde que ela usou no jantar do dia anterior a fazia parecer uma ninfa dos campos, então aquele vestido vermelho flamejante a transformava numa princesa das chamas.Mesmo sem nenhuma maquiagem, era impossível desviar os olhos dela.Parecia que Tatiana havia trocado de vestido às pressas; nem mesmo arrumara bem o cabelo, simplesmente havia desfeito a trança que usava antes e agora o penteava rapidamente com os dedos longos.Ao abrir a porta, viu Guilherme parado à sua frente. Tatiana, um pouco ansiosa, perguntou:- Eu não estou atrasada, né? Este vestido está bom? Não vou te fazer passar vergonha, vou?A voz agitada de Tatiana imediatamente trouxe Guilherme de
Tatiana saiu do quarto logo depois. Ela tinha um corpo bonito, e o vestido azul e branco caía perfeitamente, e lhe dava um ar gracioso e elegante. As mangas do vestido cobriam todas as cicatrizes em seus ombros e braços, escondendo qualquer marca que pudesse assustar alguém.Quando saiu do quarto principal, Severino já não estava mais lá. Ela viu Guilherme de pé ao lado do balcão, balançando uma taça de vinho tinto com uma fina camada de vinho.Por causa da conversa anterior, a expressão de Tatiana não era das melhores. Na verdade, poderia ser descrita como bem desagradável, e seu tom de voz refletia isso.- Troquei de roupa. Para onde vamos agora?Parecia uma senhorita dando ordens a seu guarda-costas, só que sem um destino definido. Guilherme, no entanto, não pareceu se aborrecer com essa atitude.Ele desceu do banco alto, colocou uma mão no bolso da calça, os olhos estreitos fixos nela, com uma postura levemente superior. Satisfeito com a nova roupa dela, ele pousou a taça de vin
- Nada que me deixe feliz. - Guilherme repetiu as palavras dela, rindo baixinho logo em seguida. Ele levantou o olhar e continuou. - Srta. Taís quer dizer que estar comigo não é tão agradável assim?Isso não era algo evidente? Qualquer pessoa que estivesse com um louco que poderia surtar a qualquer momento certamente ficaria um pouco apreensiva. Sem mencionar que, há apenas duas horas, ele estava a ameaçando com seu irmão e pessoas desconhecidas. As pequenas coisas poderiam ser ignoradas, mas isso não.No entanto, Tatiana naturalmente não ousaria dizer isso diretamente a Guilherme. Ela havia percebido que quanto mais o contrariava, mais ele a forçava a ceder com uma atitude ainda mais rígida. Por outro lado, se ela dissesse algo que ele gostasse de ouvir, talvez seu humor melhorasse e a questão passasse sem maiores problemas.Mesmo que sua expressão fosse tão falsa que qualquer um pudesse perceber, ele ainda preferia assim.Tatiana ponderou suas palavras e então disse:- Na verdade, ne