Ela não é exatamente contrária a deixar tudo para trás. Só que...Só que havia uma sensação inexplicável de relutância em seu coração, algo que ela não sabia de onde vinha e precisava de uma razão para entender. Ou talvez, precisasse que a outra parte desse a ela um motivo incontestável para partir.- Loh, eu não estou dizendo que não quero ir com você.Tatiana voltou a encará-lo, os olhos revelando uma emoção um tanto complexa. Ela hesitou, mas finalmente conseguiu expressar seus pensamentos.- Eu só acho que nossa vida está bem atualmente. Não há necessidade de irmos embora.Claro, ela não se esquecia da carreira de Loh. Ela mesma poderia viver tranquilamente sem depender dele, encontrando algum emprego qualquer para se sustentar. Mas esse era o pensamento dela, ela não podia interferir na vida dos outros.Então Tatiana continuou:- Claro, Loh, eu só estou falando. Porque, no momento, nossa vida parece boa. Mas, se você tiver conexões e capital para empreender no exterior, partir é n
Tatiana seguiu Lorenzo de volta, mas não foi comer. Depois de um grande choro, não só seu rosto estava pegajoso, como também seu corpo estava coberto de suor. Então, mesmo com fome, ela insistiu em voltar para o hotel para tomar um banho e recuperar as energias.O restaurante ficava no primeiro andar do hotel, e a comida não era muito diferente da dos pontos turísticos, era até mais barata.Antes de subir, Tatiana pediu para Lorenzo esperar no primeiro andar e já fazer os pedidos, afinal, ela não era exigente e comia de tudo.Lorenzo concordou, acompanhou ela até o andar de cima, trocou de casaco e desceu, se lembrando de chamar Severino para jantar com eles.Eles tinham saído juntos para passear, mas não estavam muito próximos.Logo, Severino chegou ao restaurante no local combinado com Lorenzo.Era um lugar perto da janela, com vista para o mar. Do lado de fora, uma camada de pedras cobria o chão, com plantas típicas da Cidade CH. Mais adiante, a vista noturna da cidade iluminava a
Tatiana se sentou ao lado de Lorenzo, justamente quando o garçom empurrava o carrinho de alimentos, colocando os pratos pedidos anteriormente na mesa.- O pedido do Severino ainda não chegou? Você não vai comer? - Perguntou Tatiana, surpresa, depois que o garçom saiu.Antes que Severino pudesse explicar, Lorenzo, que já estava cortando o bife dele, respondeu rapidamente:- Severino fez o pedido depois, deve demorar um pouco mais. Vamos comer.- Tudo bem, então Severino terá que esperar um pouco mais. - Disse Tatiana, sorrindo para ele, pegando a colher para provar a comida em sua frente, enquanto esperava tranquilamente que Lorenzo cortasse seu bife.Eles já haviam comido naquele restaurante antes e a comida era boa, embora o serviço fosse um pouco lento. Pedir a comida antecipadamente ajudava, mas qualquer adição no pedido significava uma longa espera.Severino não se importou, embora seu humor tivesse sido afetado ao ver Lorenzo atarefado em ajudar Tatiana. Afinal, de certa forma, Ta
No terceiro andar do hotel havia uma varanda, com um café-livraria, onde os visitantes podiam descansar gratuitamente. Do lado de fora, a varanda era adornada com uma variedade de flores, sendo as rosas as mais abundantes. Vermelhas, brancas, cor de champanhe, todas podadas em forma de treliça e entrelaçadas com outras flores trepadeiras. O ambiente apresentava uma visão utópica sob as luzes. Era realmente lindo.A primeira impressão de Lorenzo ao trazer Severino ali foi de que ele não deveria ter trazido um homem, mas sim aquela mulher.Rosas. Se as informações que ele tinha lido estavam corretas, essas eram as flores favoritas daquela mulher. Rosas, clichês e românticas. - Sr. Borges, não sei por que o senhor me chamou para vim aqui com você. O que está acontecendo? Severino, seguindo Lorenzo, estava ficando cada vez mais nervoso com o silêncio dele. Afinal, ele não acreditava que Lorenzo o tinha trazido ali apenas para ver as rosas. Isso seria ainda mais assustador.Lorenzo con
A mente de Severino, que havia acabado de clarear, ficou confusa novamente. Ele quase não conseguiu reagir.“Quem desapareceu?”- Sr. Borges, pode ser que a Srta. Taís tenha saído para dar uma volta ou talvez ela esteja no quarto se arrumando e não ouviu o senhor bater. Espere um pouco, talvez ela volte em breve.Apesar de ter duvidado de Tatiana durante o jantar, Severino agora tentava defendê-la, na esperança de acalmar a voz fria do outro lado da linha. Mas, claramente, todas as palavras ditas por ele não surtiam efeito.Na verdade, sua explicação só parecia ter aumentado a raiva já evidente na voz gélida do outro lado:- Venha imediatamente, não me faça repetir.- Sim!Sem ousar falar mais nada, Severino respondeu rapidamente e correu para o quarto de hotel que haviam reservado. Ele não estava no mesmo andar que Tatiana e Lorenzo. Eles estavam na suíte presidencial no último andar, um apartamento extremamente luxuoso, equipado com quarto principal e um secundário. Embora Severino
- Severino? O que você veio fazer aqui?Tatiana estava vestida de forma simples, parecendo muito radiante e descontraída. Em sua mão, ela segurava uma sacola plástica branca, com dois recipientes de comida, que estavam umedecidos pela condensação, dificultando a visão de seu conteúdo original.- Que coincidência você estar aqui, Severino. – Ela continuou. - Eu comprei comida e estava pensando em te chamar para nos fazer companhia, mas já que você está aqui, vamos comer juntos.Tatiana não notou a expressão estranha de Severino e passou por ele, chamando em direção ao quarto de hóspedes:- Loh, venha aqui!Ela então se posicionou à mesa de jantar, começando a tirar os recipientes da sacola e murmurando coisas enquanto fazia isso.Quando ela levantou a cabeça novamente, notou o olhar severo de Lorenzo, que estava com uma expressão rígida e fria, os olhos negros dele fixos nela.Tatiana se assustou e deu um passo para trás, até sentir a borda da mesa de mármore em sua cintura. Ela bateu l
- O que é isso?Tatiana já estava ao lado do sofá novamente, olhando para aquele buquê de rosas no lixo.Era completamente diferente do elegante buquê de rosas vermelhas que eles compraram na trilha costeira durante à tarde. O primeiro buquê tinha apenas duas rosas, misturadas com várias outras flores para reduzir custos. A única coisa digna de elogio era a embalagem engenhosamente projetada pelo dono da barraca. No entanto, aquele buquê estava feio porque estava amassado. As flores, que já não estavam muito frescas, não estavam presas com deveriam e restaram apenas os botões. Naturalmente, Lorenzo as jogou no lixo em frente ao hotel no caminho de volta.Tatiana também não gostava muito daquele buquê.Embora fosse romântico, a embalagem ofuscava a beleza das próprias flores, dava a sensação de exagero. Além disso, naquele momento, ela só conseguia pensar na conversa com Loh, então o buquê não teve importância para ela.Mas naquele momento era diferente.As rosas no lixo claramente ha
Por que dizer que quem deu as flores não foi Loh? Ele não estava bem ali, diante de Tatiana?Tatiana franziu a testa ao olhar para as belas rosas desabrochando na entrada e depois para o rosto impassível de Lorenzo. Ela apertou os lábios e, hesitante, falou:- Loh, você quer dizer que essas rosas não foi você quem colheu? Mas, de qualquer forma, foi você quem as trouxe e me entregou. Eu não estou entendendo o que você quer dizer com isso.Ela olhou fixamente para Lorenzo, como se buscasse alguma resposta em seu rosto. Infelizmente, não encontrou nada.A expressão séria de Lorenzo havia se suavizado um pouco. Ele abaixou os olhos, mas não evitou o olhar de Tatiana.- Minha intenção não era sobre este buquê de rosas, eu estava falando sobre...- De repente, ele deu um passo à frente, se aproximando de Tatiana e diminuindo a distância entre os dois. - Eu só estava pensando, no passado eu não fui muito bom para você, e parece que hoje também não mudei muito. Como você pode ter certeza de qu