No aeroporto de Cidade B, perto do rio.- Velho, eu já te avisei com antecedência: se você tentar ser enigmático novamente e irritar minha jovem mestra, pode esquecer não só dela cozinhar para você, mas também de pisar no Aroma Restaurante de novo! - Gael, seguindo o fluxo de pessoas que saíam do terminal do aeroporto, não parava de resmungar. Ele não tinha cessado durante todo o caminho.Logo atrás vinha Hélio, de cabelos grisalhos, com as pálpebras caídas, ignorando completamente Gael. Só depois de Gael repetir impacientemente, Hélio acenou displicentemente com a cabeça:- Entendi, entendi. Quantas vezes mais você vai dizer isso para parar? Como se eu não levasse a sério uma questão tão importante quanto comer.Ele já havia sido prejudicado uma vez por ser pretensioso, não se atreveria a repetir o erro.Gael, no entanto, não acreditava:- É melhor que seja assim.Se não fosse por este velho ser seu amigo de longa data, ele não o teria trazido.Mas, não há dúvida de que o velho era um
Virando a cabeça, dois idosos de cabelos grisalhos já se aproximavam.Depois de tanto tempo sem ver, Gael mal conseguia esconder sua alegria no rosto. Se não fosse pela idade avançada, talvez ele até corresse ao encontro dela:- Irmã mais nova, quanto tempo sem nos vermos!Embora já fosse de idade, Gael tinha um espírito jovem. Seu cabelo quase todo caído, restava apenas um pouco na parte de trás da cabeça, que ele prendia de forma estilosa e adorável.- Faz tempo mesmo! - Tatiana respondeu a Gael sem a formalidade de um jovem diante de um ancião, dando-lhe um leve soco no braço.Leopoldo observava com um sorriso ao lado. Se ele conhecesse melhor Gael, certamente brincaria dizendo que Gael só estava um pouco careca, e não completamente.Enquanto conversavam, ouviram duas tosses leves atrás deles.Foi então que Tatiana percebeu Hélio seguindo Gael. Mesmo tendo notado sua presença antes, agora tinha certeza de que era ele, se sentindo ainda com sentimentos mistos.Ela tinha se concentrad
- Tudo bem, Loh, você está bem preparado. - O motorista era Pedro, e o carro era novinho, trazido pela filial do grupo antes deles decolarem.Pedro, além de gostar de mulheres bonitas, tinha um certo interesse por carros. Quanto a itens como relógios de grife, ele não entendia muito, preferindo a emoção de perseguir um Maybach pela estrada:- Ouvi dizer que os filhos ricos de Cidade B sabem se divertir mais do que os de Cidade R, às vezes até organizam corridas de carro. Loh, você está interessado?Lorenzo mantinha o olhar fixo no Maybach à frente, sem dar atenção a Pedro:- Se concentre na direção.- Estou dirigindo direitinho, falar não atrapalha... - Pedro foi interrompido quando o carro fez uma curva, e, ao perder de vista o carro à frente, ele freou bruscamente. Depois de procurar por algum tempo, não encontrou nenhum carro à frente, como se tivesse desaparecido no ar.Sem encontrar o carro, Pedro não se conteve e soltou um palavrão.Como o carro que estava à frente desapareceu ap
Não era só a Tatiana que estava confusa, Gael também compartilhava da mesma inquietação:- Mas como aquele garoto apareceu aqui? Será que ele ficou de olho na nossa viagem com o Hélio e nos seguiu?Hélio girou os olhos e concordou:- Provavelmente.Gael xingou com raiva:- Eu sabia! Aqueles dois garotos indo todos os dias ao Restaurante Aroma, pensei que não encontrassem nada bom para comer em Cidade R, mas eles estavam planejando contra mim!Ele rangeu os dentes e deu um soco forte na coxa.O carro era resistente, e os dois na frente não reagiram muito, mas Hélio, sentado ao lado de Gael, se moveu um pouco mais para perto da janela.- Não se preocupe, irmão mais novo, se ele veio, que venha. Não é necessariamente por minha causa. E mesmo que seja, não será tão fácil me encontrar - Tatiana falou, tentando tranquilizá-lo, sem realmente se preocupar com Lorenzo.Deixando de lado o fato de que Cidade B era território da família Orsi, até mesmo em Cidade R, ele não havia feito nada contra
Na mansão da família Orsi.Era o aniversário de Eduardo, e como ele não tinha voltado para casa nos últimos anos, a casa ancestral já estava movimentada desde cedo.Até Marcelo acordou mais cedo do que o habitual, optando por não ir à empresa como de costume.Embora a relação entre pai e filho não fosse das melhores, no fundo, havia uma preocupação mútua, especialmente agora que a filha também havia retornado. Isso era algo que não podia ser ignorado.Tatiana também não estava preguiçosa.Ela pretendia preparar a refeição de aniversário de Edu por conta própria, então naturalmente não tinha um minuto de descanso.Além disso, a casa tinha mais dois, não, na verdade três visitantes.Depois de trazer Gael e Hélio com Leo no dia anterior, ela não sabia sobre o que Giovanna e Wilma haviam conversado, mas de alguma forma Wilma acabou passando a noite na mansão.Ela pensou que, dada a personalidade de Wilma, assim que visse Leo, ela se esconderia, mas surpreendentemente, ela concordou em fica
Embora estivessem distantes um do outro, Leopoldo abaixou a cabeça, como se a puxasse para seu abraço. Wilma, oprimida pela presença dele, mal conseguia levantar os olhos para encará-lo:- Presidente Leopoldo, como você disse, você é bonito e vem de uma boa família. Há muitas mulheres boas neste mundo, e haverá alguém mais adequada para você. Eu e você não somos compatíveis.Finalmente, incapaz de suportar mais, Wilma deu um passo para trás e, levantando a cabeça com determinação, falou.Desde tempos imemoriais, casamentos têm sido uma questão de compatibilidade entre famílias. Se dois não combinam, simplesmente não combinam.Mas Leopoldo não se entristeceu com a ação dela. Ele baixou os olhos, olhando seriamente para Wilma:- Wilma, compatibilidade não é algo que se decide falando. Se você não acredita, pode tentar. Eu posso protegê-la, e minha família também.A família Orsi foi uma empresa fundada pelo pai dele, Marcelo, sem nenhum apoio financeiro. Estritamente falando, em termos de
- Cidade R?Leopoldo estava prestes a sair com Wilma quando ouviu esse nome familiar e parou de repente, até a pressão do ar pareceu diminuir. Ele não havia esquecido o que sua tia havia feito anteriormente, arranjando um casamento para sua irmã, que nem havia conhecido o noivo, e ainda por cima com a família Borges. Agora, sua tia estava visitando novamente, trazendo um convidado ilustre da Cidade R?Rita, ainda sem perceber a mudança em Leopoldo, se aproximou dele com um sorriso triunfante:- Sim, eles provavelmente já estão chegando. Primo, não quer vir comigo para recebê-los?- Claro. - Leopoldo disse sem expressão, mantendo a calma enquanto se virava, aumentando a distância entre ele e Rita. Ele baixou os olhos e falou com Wilma em tom suave. - Daqui a pouco pode ter mais gente em casa, fica com a minha mãe e não sai andando por aí, tá bom?O tom de pergunta, junto com as palavras confusas de Leopoldo, deixaram Wilma corada. Mas, com outras pessoas presentes, ela não podia discuti
Ao seguir a voz e olhar para cima, eles encontraram os olhos frios e indiferentes de Leopoldo.No mesmo instante, Melissa se sentiu culpada. Sua irmã era fácil de enganar, mas esse sobrinho não era nenhum tolo. Ela rapidamente forçou um sorriso e disse:- Leo, você não conhece o meu jeito? Eu só falo sem pensar. Como eu trato vocês, vocês não sabem?Como a tia os tratava? Leopoldo não tinha esquecido. Quando era criança e seus pais ainda estavam construindo seu negócio, essa tia frequentemente falava mal deles na frente de sua mãe, dizendo que ela havia se casado com a pessoa errada, não ouvindo os mais velhos da família e escolhendo sofrer. Ela dizia que a família Siqueira era respeitada em Cidade B, e que ela poderia ter escolhido qualquer homem, em vez de alguém que só sabia fazer trabalho pesado. As palavras da tia eram repulsivas e desagradáveis.Mas os tempos mudaram rapidamente e a família Orsi também se estabeleceu firmemente em Cidade B, ascendendo à elite e calando a boca da