Não era só a Tatiana que estava confusa, Gael também compartilhava da mesma inquietação:- Mas como aquele garoto apareceu aqui? Será que ele ficou de olho na nossa viagem com o Hélio e nos seguiu?Hélio girou os olhos e concordou:- Provavelmente.Gael xingou com raiva:- Eu sabia! Aqueles dois garotos indo todos os dias ao Restaurante Aroma, pensei que não encontrassem nada bom para comer em Cidade R, mas eles estavam planejando contra mim!Ele rangeu os dentes e deu um soco forte na coxa.O carro era resistente, e os dois na frente não reagiram muito, mas Hélio, sentado ao lado de Gael, se moveu um pouco mais para perto da janela.- Não se preocupe, irmão mais novo, se ele veio, que venha. Não é necessariamente por minha causa. E mesmo que seja, não será tão fácil me encontrar - Tatiana falou, tentando tranquilizá-lo, sem realmente se preocupar com Lorenzo.Deixando de lado o fato de que Cidade B era território da família Orsi, até mesmo em Cidade R, ele não havia feito nada contra
Na mansão da família Orsi.Era o aniversário de Eduardo, e como ele não tinha voltado para casa nos últimos anos, a casa ancestral já estava movimentada desde cedo.Até Marcelo acordou mais cedo do que o habitual, optando por não ir à empresa como de costume.Embora a relação entre pai e filho não fosse das melhores, no fundo, havia uma preocupação mútua, especialmente agora que a filha também havia retornado. Isso era algo que não podia ser ignorado.Tatiana também não estava preguiçosa.Ela pretendia preparar a refeição de aniversário de Edu por conta própria, então naturalmente não tinha um minuto de descanso.Além disso, a casa tinha mais dois, não, na verdade três visitantes.Depois de trazer Gael e Hélio com Leo no dia anterior, ela não sabia sobre o que Giovanna e Wilma haviam conversado, mas de alguma forma Wilma acabou passando a noite na mansão.Ela pensou que, dada a personalidade de Wilma, assim que visse Leo, ela se esconderia, mas surpreendentemente, ela concordou em fica
Embora estivessem distantes um do outro, Leopoldo abaixou a cabeça, como se a puxasse para seu abraço. Wilma, oprimida pela presença dele, mal conseguia levantar os olhos para encará-lo:- Presidente Leopoldo, como você disse, você é bonito e vem de uma boa família. Há muitas mulheres boas neste mundo, e haverá alguém mais adequada para você. Eu e você não somos compatíveis.Finalmente, incapaz de suportar mais, Wilma deu um passo para trás e, levantando a cabeça com determinação, falou.Desde tempos imemoriais, casamentos têm sido uma questão de compatibilidade entre famílias. Se dois não combinam, simplesmente não combinam.Mas Leopoldo não se entristeceu com a ação dela. Ele baixou os olhos, olhando seriamente para Wilma:- Wilma, compatibilidade não é algo que se decide falando. Se você não acredita, pode tentar. Eu posso protegê-la, e minha família também.A família Orsi foi uma empresa fundada pelo pai dele, Marcelo, sem nenhum apoio financeiro. Estritamente falando, em termos de
- Cidade R?Leopoldo estava prestes a sair com Wilma quando ouviu esse nome familiar e parou de repente, até a pressão do ar pareceu diminuir. Ele não havia esquecido o que sua tia havia feito anteriormente, arranjando um casamento para sua irmã, que nem havia conhecido o noivo, e ainda por cima com a família Borges. Agora, sua tia estava visitando novamente, trazendo um convidado ilustre da Cidade R?Rita, ainda sem perceber a mudança em Leopoldo, se aproximou dele com um sorriso triunfante:- Sim, eles provavelmente já estão chegando. Primo, não quer vir comigo para recebê-los?- Claro. - Leopoldo disse sem expressão, mantendo a calma enquanto se virava, aumentando a distância entre ele e Rita. Ele baixou os olhos e falou com Wilma em tom suave. - Daqui a pouco pode ter mais gente em casa, fica com a minha mãe e não sai andando por aí, tá bom?O tom de pergunta, junto com as palavras confusas de Leopoldo, deixaram Wilma corada. Mas, com outras pessoas presentes, ela não podia discuti
Ao seguir a voz e olhar para cima, eles encontraram os olhos frios e indiferentes de Leopoldo.No mesmo instante, Melissa se sentiu culpada. Sua irmã era fácil de enganar, mas esse sobrinho não era nenhum tolo. Ela rapidamente forçou um sorriso e disse:- Leo, você não conhece o meu jeito? Eu só falo sem pensar. Como eu trato vocês, vocês não sabem?Como a tia os tratava? Leopoldo não tinha esquecido. Quando era criança e seus pais ainda estavam construindo seu negócio, essa tia frequentemente falava mal deles na frente de sua mãe, dizendo que ela havia se casado com a pessoa errada, não ouvindo os mais velhos da família e escolhendo sofrer. Ela dizia que a família Siqueira era respeitada em Cidade B, e que ela poderia ter escolhido qualquer homem, em vez de alguém que só sabia fazer trabalho pesado. As palavras da tia eram repulsivas e desagradáveis.Mas os tempos mudaram rapidamente e a família Orsi também se estabeleceu firmemente em Cidade B, ascendendo à elite e calando a boca da
A voz da mulher vinha de trás das árvores, dissipando toda a tensão do confronto naquele momento.Todos ergueram os olhos em direção a um ponto específico.Lorenzo, em particular, se virou quase imediatamente ao ouvir a voz familiar, tentando vislumbrar o rosto que só aparecia em seus sonhos através das sombras densas das árvores.Não era apenas ele; Melissa também estava curiosa sobre sua sobrinha, que nunca havia encontrado, e, sem se preocupar com a aparência ansiosa de Lorenzo, se juntou aos outros para espiar curiosamente.Rita, por outro lado, não estava tão entusiasmada. Até um pouco impaciente."Ela é apenas uma garota selvagem que foi encontrada por aí. Vale a pena toda essa atenção?" Ela pensava. Criada fora de casa por mais de vinte anos, ela já deveria ter se desvinculado da família. Rita não entendia por que sua tia e primo a mimavam tanto. "Ela não foi criada ao nosso lado desde pequena, por que tratá-la tão bem?"Ela olhava com relutância, apenas querendo ver como a garo
Tatiana nunca imaginou que, em apenas um minuto, uma pessoa pudesse expressar tantas emoções diferentes em seu rosto. Só se pode dizer que sua prima tem nervos faciais muito expressivos. Tatiana não tinha intenção de continuar ali, e muito menos de ser observada por Lorenzo. Ela puxou Leopoldo:- Leo, o Edu me disse há alguns minutos que ele estava chegando. Que tal irmos encontrá-lo?Leopoldo concordou, também sem vontade de lidar com aquelas pessoas. Ele ergueu os olhos, prestes a pedir aos indesejados que se retirassem, quando Melissa, percebendo a situação, rapidamente puxou Rita.- Vocês vão buscar o Edu, certo? Então vamos logo, afinal, eu e Rita conhecemos bem o caminho para a Mansão dos Orsi. Podemos levar o Presidente Borges e o Mestre Pedro conosco! - Disse ela, temendo que Leopoldo os expulsasse, fazendo sinal para Lorenzo e Pedro segui-los.Os dois homens, especialmente Lorenzo, não pareciam se importar com a recepção fria, e seguiram Melissa, desaparecendo rapidamente no c
- A gente nem ousaria. - Eduardo, o mais velho do grupo, falou casualmente. Sua voz parou abruptamente quando seu olhar encontrou alguém, e seu olhar preguiçoso de repente se tornou penetrante.Lorenzo!- Como ele pode estar aqui? - Eduardo olhou fixamente, sua voz subitamente gelada.Tatiana, com as mãos nos bolsos do avental, também lançou um olhar para Lorenzo:- Foi aquela nossa tia querida que trouxe ele, disse que veio visitar nossa casa. Leo queria mandá-lo embora, mas ele foi tão sem vergonha que entrou direto com a tia, não teve como impedir.Diferente do frio nos olhos de Eduardo, a atitude de Tatiana em relação a Lorenzo era muito mais casual. Ela não tinha mais nenhum sentimento por esse homem, nem amor, nem ódio, e também não queria olhar mais para ele.Já que ela decidiu tratá-lo como um estranho, por que gastar mais tempo nele?Quando deixou a Cidade R, ela ainda pensava, será que é difícil esquecer alguém? Quando vê-lo novamente, o coração ainda baterá por ele? Mas a re