- Cidade R?Leopoldo estava prestes a sair com Wilma quando ouviu esse nome familiar e parou de repente, até a pressão do ar pareceu diminuir. Ele não havia esquecido o que sua tia havia feito anteriormente, arranjando um casamento para sua irmã, que nem havia conhecido o noivo, e ainda por cima com a família Borges. Agora, sua tia estava visitando novamente, trazendo um convidado ilustre da Cidade R?Rita, ainda sem perceber a mudança em Leopoldo, se aproximou dele com um sorriso triunfante:- Sim, eles provavelmente já estão chegando. Primo, não quer vir comigo para recebê-los?- Claro. - Leopoldo disse sem expressão, mantendo a calma enquanto se virava, aumentando a distância entre ele e Rita. Ele baixou os olhos e falou com Wilma em tom suave. - Daqui a pouco pode ter mais gente em casa, fica com a minha mãe e não sai andando por aí, tá bom?O tom de pergunta, junto com as palavras confusas de Leopoldo, deixaram Wilma corada. Mas, com outras pessoas presentes, ela não podia discuti
Ao seguir a voz e olhar para cima, eles encontraram os olhos frios e indiferentes de Leopoldo.No mesmo instante, Melissa se sentiu culpada. Sua irmã era fácil de enganar, mas esse sobrinho não era nenhum tolo. Ela rapidamente forçou um sorriso e disse:- Leo, você não conhece o meu jeito? Eu só falo sem pensar. Como eu trato vocês, vocês não sabem?Como a tia os tratava? Leopoldo não tinha esquecido. Quando era criança e seus pais ainda estavam construindo seu negócio, essa tia frequentemente falava mal deles na frente de sua mãe, dizendo que ela havia se casado com a pessoa errada, não ouvindo os mais velhos da família e escolhendo sofrer. Ela dizia que a família Siqueira era respeitada em Cidade B, e que ela poderia ter escolhido qualquer homem, em vez de alguém que só sabia fazer trabalho pesado. As palavras da tia eram repulsivas e desagradáveis.Mas os tempos mudaram rapidamente e a família Orsi também se estabeleceu firmemente em Cidade B, ascendendo à elite e calando a boca da
A voz da mulher vinha de trás das árvores, dissipando toda a tensão do confronto naquele momento.Todos ergueram os olhos em direção a um ponto específico.Lorenzo, em particular, se virou quase imediatamente ao ouvir a voz familiar, tentando vislumbrar o rosto que só aparecia em seus sonhos através das sombras densas das árvores.Não era apenas ele; Melissa também estava curiosa sobre sua sobrinha, que nunca havia encontrado, e, sem se preocupar com a aparência ansiosa de Lorenzo, se juntou aos outros para espiar curiosamente.Rita, por outro lado, não estava tão entusiasmada. Até um pouco impaciente."Ela é apenas uma garota selvagem que foi encontrada por aí. Vale a pena toda essa atenção?" Ela pensava. Criada fora de casa por mais de vinte anos, ela já deveria ter se desvinculado da família. Rita não entendia por que sua tia e primo a mimavam tanto. "Ela não foi criada ao nosso lado desde pequena, por que tratá-la tão bem?"Ela olhava com relutância, apenas querendo ver como a garo
Tatiana nunca imaginou que, em apenas um minuto, uma pessoa pudesse expressar tantas emoções diferentes em seu rosto. Só se pode dizer que sua prima tem nervos faciais muito expressivos. Tatiana não tinha intenção de continuar ali, e muito menos de ser observada por Lorenzo. Ela puxou Leopoldo:- Leo, o Edu me disse há alguns minutos que ele estava chegando. Que tal irmos encontrá-lo?Leopoldo concordou, também sem vontade de lidar com aquelas pessoas. Ele ergueu os olhos, prestes a pedir aos indesejados que se retirassem, quando Melissa, percebendo a situação, rapidamente puxou Rita.- Vocês vão buscar o Edu, certo? Então vamos logo, afinal, eu e Rita conhecemos bem o caminho para a Mansão dos Orsi. Podemos levar o Presidente Borges e o Mestre Pedro conosco! - Disse ela, temendo que Leopoldo os expulsasse, fazendo sinal para Lorenzo e Pedro segui-los.Os dois homens, especialmente Lorenzo, não pareciam se importar com a recepção fria, e seguiram Melissa, desaparecendo rapidamente no c
- A gente nem ousaria. - Eduardo, o mais velho do grupo, falou casualmente. Sua voz parou abruptamente quando seu olhar encontrou alguém, e seu olhar preguiçoso de repente se tornou penetrante.Lorenzo!- Como ele pode estar aqui? - Eduardo olhou fixamente, sua voz subitamente gelada.Tatiana, com as mãos nos bolsos do avental, também lançou um olhar para Lorenzo:- Foi aquela nossa tia querida que trouxe ele, disse que veio visitar nossa casa. Leo queria mandá-lo embora, mas ele foi tão sem vergonha que entrou direto com a tia, não teve como impedir.Diferente do frio nos olhos de Eduardo, a atitude de Tatiana em relação a Lorenzo era muito mais casual. Ela não tinha mais nenhum sentimento por esse homem, nem amor, nem ódio, e também não queria olhar mais para ele.Já que ela decidiu tratá-lo como um estranho, por que gastar mais tempo nele?Quando deixou a Cidade R, ela ainda pensava, será que é difícil esquecer alguém? Quando vê-lo novamente, o coração ainda baterá por ele? Mas a re
Marcelo finalmente não se importou muito com o mais jovem. Apesar de ainda estar insatisfeito com o ex-genro, ele manteve as formalidades necessárias. Por exemplo, agora que Lorenzo falou, ele respondeu de alguma forma.Em contraste, Gael, que estava jogando xadrez com Hélio, não mostrou a menor cortesia. Ao colocar a peça no tabuleiro com força, as peças ao redor também tremeram. As palavras que saíram de sua boca carregavam uma força imponente:- O Sr. Orsi tem realmente um temperamento afável. Se fosse eu, não deixaria ele entrar na minha casa!Embora não tenha mencionado nenhum nome, todos não eram tolos e entenderam a quem ele se referia.Lorenzo, por outro lado, não se importava. Já havia sido repreendido por Gael em Cidade R, então essa leve disfarçada já era um grande progresso. Além disso, ele sabia que merecia ser repreendido e não retrucou. Depois de receber a resposta de Marcelo, ele se virou e foi embora, com modos impecáveis. Não se via nele o mesmo ar de arrogância de an
Embora o mecanismo de autoproteção do corpo impedisse Lorenzo de ser tão frágil, a dor física desapareceu e sua consciência gradualmente voltou. O zumbido em seus ouvidos foi substituído por uma voz suave e fria de suas memórias, trazendo-lhe um certo prazer.Lorenzo nunca imaginou que ser espancado até ficar nesse estado seria aliviado pela voz dela. Parecia que ao ouvi-la, a dor desaparecia.Tatiana realmente veio da cozinha, não por outro motivo, mas porque seu bolo acabara de sair do forno. Ela pretendia chamar Edu para experimentar, mas ao chegar, viu Edu espancando alguém no chão. O punho dele atingia o estômago do homem, levantando uma nuvem de poeira. Tatiana não sabia quanta força ele usou, mas temia que Edu o machucasse gravemente, o que não valeria a pena.Só de pensar nisso, Tatiana já sentia dor de cabeça e correu para impedir.Eduardo, vendo a preocupação no rosto de sua irmã, se levantou com a mão no chão e lançou um olhar frio ao homem deitado no chão com sangue saindo
- Você...Interrompido por um grito de Tatiana, Eduardo ficou ainda mais furioso, mas mal conseguiu pronunciar uma palavra antes de ser cortado por ela:- O quê, Edu? Você pensa nas consequências do que faz? Aqui é a nossa casa, você agredir alguém já é ruim, mas e se você tivesse exagerado sem querer e algo mais sério tivesse acontecido? Vamos supor que Lorenzo aceitou ser espancado sem revidar. Mas só porque ele não reage, isso significa que você não terá problemas?Para não mencionar outra coisa, a tia que entrou em nossa casa não parece ser uma pessoa boa, sem falar nos velhos astutos do mundo dos negócios. O bolo do mundo empresarial é tão grande e Eduardo também está no topo da pirâmide em seu setor. Quantas pessoas gostariam de vê-lo cair?Mesmo que Lorenzo não faça nada sobre a agressão de hoje, a notícia inevitavelmente se espalhará. E então, usarão esse incidente para destruir a reputação de Eduardo? Sem contar que o setor em que ele atua é muito sensível à opinião pública. M