Antes mesmo de Boris terminar de falar, um olhar gelado o perfurou. - O que você disse?- É do lado da Sra. Borges... - Boris sentiu um arrepio sob aquele olhar penetrante, e percebeu que se referiu de maneira inadequada a Tatiana. - Foi o funcionário responsável pela transição com a Srta. Tatiana que disse. A Mansão Riacho Belo, bem como outras propriedades em seu nome, estão todas à venda, e ainda tem...A cada palavra que Boris dizia, o rosto de Lorenzo escurecia ainda mais, fazendo sua voz diminuir involuntariamente, até que ele não ousasse dizer mais nada.Ele não pretendia contar aquilo a Lorenzo. Afinal, os bens divididos no acordo de divórcio agora eram de propriedade de Tatiana, e ela tinha todo o direito de fazer o que quisesse com eles.Mas quando viu que a Mansão Riacho Belo também estava à venda, Boris não conseguiu se conter. Seu pai trabalhava para a família Borges, e depois da universidade, ele também começou a trabalhar para eles. Ele não tinha uma relação tão próxima
A condição da Sra. Giovanna era conhecida por todos na família Orsi. Sempre que o assunto do desaparecimento de Tatiana era mencionado, ela parecia se transformar, como se consumida pela culpa e pelo remorso. Quando Sofia terminou de falar, percebeu imediatamente que havia dito algo errado e olhou instintivamente para Giovanna. Felizmente, os problemas antigos de Giovanna não se manifestaram novamente. Com um sorriso no rosto, o olhar afetuoso de Giovanna repousava apenas sobre Tatiana. Ela disse: - Me arrependo pelo passado, mas agora Tatiana pode ficar com a gente. Os dias que estão por vir ainda são longos. A filha dela havia sofrido muito fora de casa, e ela também havia sofrido em casa, e seu estado se refletiu em toda a família. Era melhor não pensar no passado. Dali para frente, eles apenas precisavam mimar a menina. É necessário olhar para frente. Vendo a reação de Giovanna, todos respiraram fundo aliviados.Marcelo, que estava ao lado da Sra. Giovanna, não conse
A expressão de Eduardo já estava completamente sombria, mas Marcelo ainda não havia percebido, e continuou falando com a mesma atitude:- Antes, sua irmãzinha estava na Cidade R, e você tinha alguém para cuidar de você lá. Agora que Taís voltou, toda a nossa família está em Cidade B. Você não deveria ficar sozinho na Cidade R. Escolha um momento para trazer a empresa de volta para cá. Não me oponho ao seu envolvimento no mundo do entretenimento...Sem esperar que Marcelo terminasse, Eduardo o interrompeu friamente:- E desde quando eu preciso da sua permissão?Marcelo ficou momentaneamente estático com a resposta dele.- O que você disse?Eduardo alterou seu tom e falou:- Eu disse que não preciso da sua permissão para fazer o que quero.Seus olhos frios estavam fixos em Marcelo, e ele exalava arrogância e teimosia.Tatiana, que estava perto dele, estendeu a mão e puxou seu braço, esperando que Eduardo controlasse suas emoções.Mas assim que seus dedos tocaram a manga de sua camisa, Ed
- Anteriormente, na casa, não foi minha intenção afastar a sua mão, eu não me controlei por estar irritado, peço desculpas a você - Disse Eduardo em um tom sério, seus olhos escuros estavam fixos nela. Depois de um tempo, ele puxou de volta a manga da sua roupa. - Me deixe aqui, vou mandar uma mensagem para o Elio vir aqui te buscar, para você não se perder no caminho de volta. Se você quiser sair amanhã, eu venho te buscar, eu já vou.Mas antes que ele pudesse se virar, Tatiana agarrou firmemente sua roupa.- Eu quero ir com você!Eduardo parou. Ele não disse nada, mas a expressão em seu rosto demonstrava sua confusão.Tatiana, por outro lado, não soltou a mão, parecia estar bem decidida.- Eu tenho algo para te dar.Eduardo apertou os lábios, mas não tentou se soltar.- Se você quer vir comigo, então venha.Ele se virou para liderar o caminho, e sob a luz fraca do poste, era possível ver claramente um leve sorriso nos cantos de seus lábios, que infelizmente desapareceu em um instante,
Tatiana não temia Eduardo, e mesmo depois de ser repreendida, ela apenas piscou inocentemente.Eduardo exibia um rosto cheio de resignação e parou para esperar por ela.- O que está fazendo aí parada? Vai voltar para casa ou não?A luz da lua passava pelos galhos das grandes árvores na rua, lançando uma sombra suave que se interpunha exatamente entre as sombras de ambos, como se fosse um abismo intransponível.Tatiana ultrapassou as sombras e disse com uma voz suave:- Eduardo, o que eu disse é sério, mesmo que o que eu disse antes tenha sido uma brincadeira, eu realmente espero que você não guarde tudo para si. Você ainda se lembra do que eu disse para o Geovane esta tarde, não é? Chorar é uma forma saudável de expressar emoções, não é motivo para se envergonhar. Espero que quando você estiver emocionado, possa se abrir com alguém ou encontrar outras maneiras de se expressar, em vez de sair abruptamente como hoje. Fazer isso não só machuca os outros, mas também nos deixa preocupados,
Leopoldo e os outros chegaram rapidamente. Os irmãos chegaram com pressa, trazendo um pequeno rapaz. Quando Tatiana soube que seu adorável sobrinho estava a caminho, ela interrompeu sua conversa com Gabriela e foi receber o pequenino.Assim que o garotinho saltou do carro, foi prontamente erguido e envolto em um abraço macio e perfumado.- Meu Deus, como o Geovane é adorável! Ele tem um cheirinho de leite e é tão fofinho!Antes, Tatiana detestava crianças pequenas, especialmente aquelas da idade de Geovane, pois achava o alvoroço que elas causavam muito irritante. No entanto, ela tinha um carinho e uma afeição especiais por Geovane. Apesar de não terem se visto muitas vezes, ela já nutria um apreço especial pela criança.Leopoldo desceu do assento do motorista e olhou com resignação, mas também com uma ponta de surpresa, para sua irmã mais nova abraçando seu filho.O pequeno, que normalmente era indiferente a todos, como um idoso rabugento de cinco anos de idade, agora mostrava um cari
Tatiana desviou o olhar rapidamente, pensando em como o havia encarado anteriormente, e se sentiu um pouco envergonhada. Ela esboçou um sorriso cortês e balançou ligeiramente o pequeno que segurava em seus braços.- Não é pesado, eu costumava amarrar sacos de areia nos meus braços enquanto treinava para trabalhar na cozinha, então esse pequenino não pesa nada para mim.Geovane, que estava em seus braços, apertou Tatiana inconscientemente devido ao movimento, mas depois de ouvir suas palavras, sentiu pena dela.- Tia Taís, você pode me colocar no chão para eu andar sozinho, eu já tenho cinco anos, não precisa me segurar o tempo todo."Minha tia já passou por muitas dificuldades lá fora, e agora que voltou para casa, preciso cuidar dela!” Pensando assim, Geovane se recusou a deixar Tatiana continuar o segurando e lutou para descer de seus braços.Tatiana, com medo de deixar o menino cair, se apressou em colocar ele no chão com cuidado.Emanuel observou tudo em silêncio, com os lábios fi
Cidade R.Uma tempestade violenta desabou durante a noite, e a chuva batia intensamente contra o vidro panorâmico.Lorenzo acordou assustado e confuso por causa da tempestade. Certo de que não conseguiria dormir novamente, ele se levantou da cama e ficou de pé em frente à janela, observando distraidamente a paisagem noturna da cidade.Desde o divórcio com Tatiana, ele passou a morar na empresa, e voltava ocasionalmente para a Mansão Orsi por alguns dias, mas a maior parte do tempo se dedicava ao trabalho.Ele havia sonhado novamente com Tatiana.Aquela pessoa que deveria ter esquecido há muito tempo insistia em aparecer em seus sonhos, era como se fosse impossível se desvencilhar dela.Lorenzo observava as colunas de chuva escorrendo lentamente pelo vidro, sua mente fervilhava em incompreensão. "Por que sonho com ela repetidas vezes?" Ele fechou os olhos, tentando mergulhar em meditação, focar apenas no som da chuva caindo no telhado do lado de fora.No entanto, involuntariamente, Lo