Mariane acordou um pouco e viu que era um médico. Imediatamente, ela se sentiu ameaçada e se encolheu ainda mais.Vinicius a segurou em seus braços, puxando seu braço para que o médico pudesse fazer o curativo rapidamente.- Eu não quero ver o médico, eu não quero! - Ela repetia incessantemente.A situação era tão grave que até Túlio ficou surpreso, mas Vinicius permaneceu calmo, controlando firmemente seu corpo e cobrindo seus olhos com a mão.- O médico só vai olhar para sua ferida e ir embora rapidamente, Mariane. Por favor, obedeça.Depois que ele terminou de falar, a mulher desajuizada inexplicavelmente se acalmou um pouco. Em seguida, ela encostou o rosto em seu peito.O quarto ficou silencioso novamente, apenas com os sons sutis dos movimentos do médico.Dez minutos depois, o ferimento foi tratado, mas Mariane não se mexia.Vinicius se assustou e olhou para ela, percebendo que seu rosto estava vermelho e que ela havia desmaiado.Ele imediatamente olhou para o médico.O médico ra
- Irmão, a Mari está doente?- Sim, ela está com febre, precisa tomar remédio.- Nesse caso, vou deixar o pedaço de bolo com mais morangos para a Mari.Mariane ouviu essa conversa enquanto ainda estava meio sonolenta e imediatamente reconheceu as vozes de Túlio e Raquel. Um leve sorriso se formou em seus lábios.Ela estava doente?Com febre?Parecia que sim, todo o seu corpo estava quente e desconfortável.Ao abrir os olhos, a luz à sua frente era amarelada e suave, e tudo parecia preto e branco.Que estilo mórbido.Seria o quarto do Vinicius?Ela se mexeu um pouco e, de repente, sentiu uma dor intensa no braço, seguida de tontura e fraqueza nas mãos e nos pés.Ela caiu pesadamente na cama.Respirando suavemente, fragmentos de memórias começaram a surgir em sua mente.Água, arrepio, beijo, calor.E aqueles olhos gélidos e imersos, ela o encarou e capturou seus lábios, repetindo constantemente suas palavras suplicantes: “Por favor, não vá embora.”Ela ficou atordoada na cama, recordando
Mariane não sabia que remédio Vinicius a tinha dado, mas depois de tomá-lo, sua cabeça estava pesada e embaçada.Ela sentia que sua doença tinha piorado.Levantando-se com dificuldade, ela abriu a porta do quarto e tudo estava escuro ao seu redor. Sua boca estava seca, então ela pegou uma jarra de água e bebeu tudo de uma vez.Depois, ela se sentou no sofá e sua mente parecia estar clara, mas ao mesmo tempo confusa.Seu estômago roncou.Ela estava com fome.Um aroma doce pairava no ar e ela se aproximou para ver. Havia um bolo na mesa.Ela se lembrou.Deve ser o bolo de aniversário que Vinicius deu para seu filho.Não conseguindo pensar em mais nada, ela estava com muita fome e queria comer.Ela pegou um pedaço grande, ficou de pé na sala escura e encontrou um canto com três lados bloqueados. Segurando o bolo, ela se escondeu ali.Vinicius ouviu um barulho vindo do escritório e saiu da sala de estar, mas não viu ninguém. Ele franziu a testa e seguiu o som.Finalmente, ele encontrou uma
Mariane, na verdade, sabia que estava tendo um ataque, mas ela instintivamente queria argumentar.Vinicius a puxou para fora e ela se encolheu para dentro.Ambos ficaram em confronto, ele sentiu como se estivesse puxando um gato escondido debaixo da cama, quanto mais ele puxava, mais ela se escondia.No final, sem outra opção, ele a levantou completamente!Mariane gritou.Em seguida, o homem a segurou sentada em sua cadeira, prendendo ela em seus braços e ordenando:- Não se mexa!Mariane tentou se controlar enquanto respirava profundamente e disse a ele:- Vinicius, não se preocupe comigo, me solte, estou tendo um ataque.Vinicius sentiu que essas palavras soavam lúcidas, então ele tentou perguntar:- Você não estava teimando que não estava doente?- Estou doente! Estou! Me solta logo!Vinicius franziu a testa, olhou para os restos de comida no chão e depois para a falta de controle dela, ficando cada vez mais irritado.- Eu te solto e você vai comer até morrer?Mariane realmente não
Mariane teve uma resposta e parou de falar por um momento, mas logo começou a tagarelar novamente.- Vinicius, para onde estamos indo? Seu carro está quebrado, sinto que está um pouco instável.Ele olhou para ela por um momento.Ela estava se sacudindo sozinha.Ele suspirou aliviado e franziu a testa, dizendo:- O carro quebrou, não se mexa.- Ah, ok, não vou me mexer. - Ela lambeu os lábios e olhou para o rosto dele, dizendo de repente. - Você não foi dar feliz aniversário para o seu filho, ele vai ficar chateado?O que estava acontecendo?Ela estava sempre focada na criança.Vinicius olhou para ela e disse:- Ele não vai ficar.- Vai! Vai ficar chateado! - Ela murmurou algumas vezes e depois disse. - Me deixe aqui e vá dar feliz aniversário para o seu filho.Vinicius virou bruscamente o volante e acelerou o carro pela estrada.Ao lado, Mariane falava cada vez mais rápido e o assunto sempre girava em torno do "filho".Quando eles chegaram a um pátio antigo na área antiga da cidade, Vi
Desde que Vinicius teve problemas nos ouvidos, ele vinha sido tratado pelo Dr. Santini. O velho médico era competente e ético, nunca revelando nada a ninguém. De certa forma, ele era um ancião respeitado por Vinicius.Ao ser encarado pelo olhar repreensivo do mais velho, Vinicius se sentiu envergonhado e desconfortável.- Não tenho. - Ele respondeu.Mariane ficou irritada e imediatamente demonstrou sua frustração, elevando o tom de voz:- Tem sim! Seu filho tem vários anos, eu sei.Vinicius estava quase enlouquecendo. Ele a segurou firmemente, questionando: - Quem te disse issoO Dr. Santini suspirou e o lembrou:- Independentemente de ter ou não, acalme ela primeiro. Ela deve se preocupar com isso no dia a dia, e é por isso que está tendo esses surtos.Vinicius concordou e olhou novamente para Mariane.- Mariane, ouça o que eu digo, pare de pensar no assunto da criança. Eu não tenho filho.- Você tem! - Ela o encarou com os olhos arregalados e repetiu, em seguida, começou a se agarra
Vinicius quase desmaiou de raiva. Ele repetidamente se lembrou de não discutir com alguém que não estava em pleno juízo. Ele pegou o aparelho auditivo de volta e disse:- Você viu o suficiente, fique quieta por um minuto, não se mova.Mariane piscou rapidamente, lembrando-se de que tinha prometido a ele. Mesmo que não conseguisse ficar quieta, ela se conteve e começou a contar.Dr. Santini aproveitou a oportunidade para se aproximar, puxou o braço dela e retirou sangue.Ao ver a agulha penetrar no braço e sentir a dor, Mariane estremeceu, levantou a cabeça e, sem pensar duas vezes, segurou a mão de Vinicius. Ela parecia normal, ainda contando os números corretamente.Vinicius se sentiu desconfortável e levantou a mão, cobrindo os olhos dela, tentando distraí-la com uma conversa.No entanto, Mariane não respondeu ao que ele disse. Ela não podia parar, precisava contar até sessenta.Dr. Santini foi rápido e terminou antes de um minuto.Vinicius segurou o braço de Mariane, esperando que o
Dr. Santini garantiu que, com uma injeção, não haveria dependência, e somente então Vinicius concordou.Caso contrário, ele preferiria que Mariane fizesse uma cena a noite toda.De volta ao quarto de Mariane, ela estava ajoelhada na cabeceira da cama, tentando soltar a mão.Vinicius tentou acalmá-la e conversar com ela:- Eu vou te fazer um lanche da noite daqui a pouco.Mariane olhou para ele, dizendo:- Você quer me prejudicar.Vinicius respondeu:- É claro que não.- Então por que está sendo tão gentil comigo? - Ela o olhou com desdém e continuou a lutar com a mão.Vinicius não era bom em acalmar as pessoas, e depois de tentar, percebeu que não estava funcionando tão bem. Então ele decidiu usar o método antigo.Ele sentou na beira da cama, puxou a mulher para perto e, enquanto conversava com ela, a segurou em seus braços.Mariane se sentia desconfortável sendo segurada, mas não reagiu como antes. Ela olhou para cima e continuou a conversa:- Vinicius, não me segure, estou quente.-