Nos últimos dois meses, ela teve muitos sonhos com Mateus. Mas, na maioria desses sonhos, ele era apenas uma silhueta vaga; não importava o quanto ela gritasse ou corresse atrás dele, nunca conseguia alcançá-lo. Exceto naquela vez. Ela sonhou com ele, viu claramente o seu rosto. Sentiu o seu toque, até mesmo as batidas do coração e a respiração dele. Tudo era tão real, como se não fosse um sonho, mas algo que realmente estivesse acontecendo. Não era um sonho... Valentina ficou chocada com essa suposição. Naquele momento, era como se ela tivesse agarrado algo, assim como antes ela havia esperado que "Caetano" talvez fosse Mateus. Embora aquela ligação de minutos atrás tivesse provado que Caetano não era Mateus, qualquer fio de esperança ou pista era algo que Valentina não hesitaria em tentar agarrar. E o sonho daquela noite, bem como o local onde aconteceu, era no Mar Grande Hotel. — Vamos para o hotel, para o Mar Grande Hotel. — Valentina se levantou apressada. Se
Rafaella estava muito satisfeita com o presente que estava prestes a dar para Valentina. Ainda mais satisfeita ao ter o perfil perfeito de Mateus diante de seus olhos. A uma distância tão curta, ela não conseguiu esconder a satisfação que sentia no coração. — Mat... — Rafaella de repente se aproximou dele. Seu movimento para mais perto, no entanto, fez Mateus dar um pequeno passo para trás. Esse recuo foi quase instintivo. Desde que Mateus despertou, não importava quantas vezes Baltazar lhe fizesse sugestões psicológicas, ou quantas vezes Baltazar repetisse para ele que Rafaella era sua noiva, que os dois tinham um relacionamento muito íntimo. Mas toda vez que Rafaella tentava se aproximar dele, a reação que recebia era sempre de rejeição, sem exceção. O sorriso no rosto de Rafaella congelou por um breve instante, mas logo voltou ao normal. — Mat, amanhã partiremos, e, no futuro, nossa casa será lá. Quando chegarmos, você poderá continuar seus estudos, e eu cuidarei bem
Sim, contanto que conseguissem encontrá-lo, tudo valeria a pena. Do outro lado da linha, os dois se encorajavam mutuamente. Ao desligar o telefone, Valentina olhou para o horário no celular e, de repente, se lembrou de que dia era hoje. A final do concurso de design de joias era hoje. Nos últimos dias, sua mente estava completamente ocupada com a busca por Mateus, e ela já havia deixado o assunto da final completamente de lado. Solange não a havia lembrado disso. Ela sabia que tinha sido Daniel, que estava na cidade JC, quem havia dado instruções para que ela não se preocupasse com o concurso de joias. Mas hoje, ela sabia que deveria ir. Valentina reuniu forças. Depois de se lavar e se arrumar, trocou de roupa e, antes de sair, colocou o anel que Mateus lhe havia dado. O local da final do concurso de design de joias era o mesmo do ano passado. Logo cedo, muitos repórteres já haviam se reunido ali. Além dos participantes, algumas figuras influentes da alta socied
"Sair agora?!" Do outro lado da linha, um som de vozes confusas encheu o telefone. Agatha ficou na dúvida se tinha escutado direito. — O que você disse? Ela tinha vindo aqui hoje para gastar dinheiro. Além disso, Fábio estava presente, então ela definitivamente não iria embora. Mas a voz do homem do outro lado do telefone ficou ainda mais incisiva: — Saia imediatamente! — Por quê? — Agatha perguntou, insatisfeita. — Minha esposa e os parentes dela também foram ao local da final. É melhor vocês não se encontrarem! — A voz do homem era ansiosa e cheia de nervosismo, claramente demonstrando o medo que sentia em relação à esposa. Esse medo, por sua vez, só irritou ainda mais Agatha. Esse homem era o genro da família Junqueira, e sua esposa era tia de Fábio. Naturalmente, a família da esposa era a família Junqueira. E foi exatamente por isso que Agatha o procurou. "Pessoas da família Junqueira... Além do Fábio, veio mais alguém?" Enquanto pensava nisso, Agatha viu
De repente, um grito ecoou da direção da porta. O som atraiu imediatamente a atenção de todos. Quase todas as pessoas no local, de forma instintiva, olharam na direção de onde vinha o grito. Finalmente, os olhares se fixaram na entrada, onde estava a pessoa que chamava tanto a atenção. Quando viram quem estava ali, todos ficaram surpresos por um momento. Logo depois, ligaram rapidamente a figura diante deles à imagem que haviam visto pouco antes em suas mentes. — É ele! — Era ele, não era? O protagonista masculino daquele vídeo escandaloso que acabava de ser exibido na tela grande. Aquilo estava ficando interessante! O protagonista havia chegado, e a esposa oficial dele, junto com os familiares dela, também estavam presentes no evento! Um ou outro convidado lançou olhares para a família Junqueira. Os rostos dos membros da família Junqueira estavam todos sombrios. Agora sim, o espetáculo ia começar! Na entrada, Tadeu, que acabava de chegar às pressas, parecia com
— Tia, pode falar. — Valentina encarou Marilda diretamente. — Mostre o vídeo novamente, por favor. Assim que Marilda terminou de falar, todos no local ficaram surpresos. "Reproduzir o vídeo de novo?! Ela quer que o Tadeu entenda perfeitamente a gravidade da situação! Mas exibir isso novamente também não seria prejudicial à própria imagem dela?" Todos olharam para Marilda, percebendo que seu objetivo ia além de apenas expor Tadeu. E, de fato, não estavam errados. Marilda se aproximou de Valentina e sussurrou algo em seu ouvido. Ninguém conseguiu ouvir o que foi dito, mas isso só aumentou a curiosidade de todos no local. Valentina, após escutar a frase de Marilda, ficou um instante em choque, mas logo entendeu exatamente o que sua tia pretendia. — Certo, entendi. — Valentina encarou Marilda nos olhos. Se essa era a decisão de sua tia, ela, obviamente, ajudaria. Não apenas ajudaria, mas faria tudo com perfeição. Valentina pegou o celular, fez uma ligação e deu algumas
Na mente de Agatha, incontáveis perguntas começaram a surgir. Ela havia claramente assistido ao espetáculo da família Junqueira e editado o vídeo, alterando seu rosto e sua voz. Mas como isso... Perdida em pensamentos, Agatha sentiu os olhares incisivos que se voltavam contra ela. Alguns desses olhares ardiam como fogo. Instintivamente, ela olhou na direção deles e cruzou o olhar com Fábio. O rosto que ela tanto admirava agora exibia apenas desprezo e repulsa. O coração de Agatha foi profundamente apunhalado. — Agatha! — Gritou Dedé, furioso. Mesmo com a máscara, ele ainda conseguiu reconhecê-la. Ele jamais imaginou que a mulher envolvida com seu cunhado fosse Agatha! "Ela está fazendo isso de propósito? Tentando se vingar da família Junqueira?" Dedé estava furioso. O grito de Dedé trouxe Agatha de volta à realidade. Ela imediatamente percebeu que, enfrentando a família Junqueira sozinha, não teria a menor chance de se safar. Sua primeira reação foi tentar fugir
O desprezo de Fábio feriu profundamente Agatha. Naquele momento, a grande tela exibia uma mulher chamando pelo nome de Tadeu de forma submissa, acompanhada de gemidos que faziam qualquer um corar e perder o fôlego. Pela primeira vez, Agatha sentiu uma vergonha insuportável. Quase que por instinto, ela deu um passo à frente em direção ao Fábio: — Fábio, foi ele... Eu não tive escolha... Agatha acreditava que, ao fazer isso, poderia atingir a família Junqueira. Ela sabia que o ocorrido de hoje seria um golpe para os Junqueira. Mas só agora percebeu que ainda se importava com o que Fábio pensava dela. No fundo, ela não conseguia suportar o desprezo e o olhar de desdém dele. Ela queria encontrar uma desculpa digna para si mesma, mas, antes que pudesse terminar a frase, Fábio respondeu friamente: — Eu sei o que você está pensando. Quase que automaticamente, o rosto de Agatha corou. Era como se os pequenos cálculos em sua mente fossem completamente transparentes para