Ela acabou de levar o café. Será que a Presidente Valentina não tomou? — Onde está a Diretora Isadora? Por que ela não está no escritório? Preciso que ela assine uns documentos. Onde ela foi parar? — Acho que vi ela indo em direção à sala de descanso há pouco, e estava com dois copos na mão. Estranho... Ao ouvir isso, Solange despertou subitamente. Isadora foi para a sala de descanso. A Presidente Valentina também foi para a sala de descanso. Um sentimento estranho tomou conta de Solange, que, movida por um impulso inexplicável, foi na direção da sala de descanso. Sala de descanso. Isadora havia preparado um suco fresco para Valentina. Ontem, ela recebeu uma ligação do Sr. Daniel. Durante a conversa, o Sr. Daniel enfatizou que, após Valentina assumir o departamento de design, ela deveria ser bem cuidada para não se cansar, deixando clara sua preocupação com a saúde de Valentina. Ligando isso ao fato de que, no dia anterior, ela havia visto Valentina enjooada, Isadora
Solange também percebeu que havia se levantado. As duas ficaram momentaneamente surpresas. Um breve cruzar de olhares foi suficiente para que ambas entendessem o que a outra estava prestes a fazer. Os pensamentos que passaram pela mente de Solange naquele momento foram intensos. Seu coração tremia. Ela jamais poderia imaginar que todos os elogios que havia feito no escritório da Presidente Valentina anteriormente eram, na verdade, destinados a Isadora. E não apenas isso: a Presidente Valentina considerava Isadora como uma irmã! Solange estava tentando ganhar a simpatia da Presidente Valentina, querendo agradá-la e, de alguma forma, fazer Isadora parecer inferior. Mas agora... Como ela poderia competir? Não podia! Ela não tinha chance alguma. Não poderia mais encarar Isadora como uma rival imaginária; nem sequer tinha esse direito. O que ela precisava fazer agora era se concentrar em eliminar a má impressão que Isadora poderia ter dela. Isso era o mais importante. Por
Como esperado, Valentina expôs seus pensamentos e planos lentamente: — Depois que este design ganhou o prêmio, o desenho também foi comprado por Mateus. Por isso, este par de anéis não tem concorrência no mercado. Agora, porém, ela queria transformar esse par de anéis em um produto de produção em massa. Queria que esses anéis se tornassem tão conhecidos que, onde quer que Mateus estivesse, caso tivesse a chance de vê-los, ele soubesse que ela estava pensando nele. Porém... — Diamantes vermelhos são raros e extremamente valiosos... Isadora franziu o cenho. Se fossem produzidos em massa, não haveria muitas pessoas capazes de comprá-los. Mas Valentina estava decidida. Mesmo que tivesse que pagar um preço alto, nada era mais importante do que fazer Mateus voltar. Além disso, talvez o que ela menos precisasse agora fosse dinheiro e recursos. — O Grupo Freitas ainda tem algumas reservas de diamantes vermelhos. A família Castro, no país F, possui alguns depósitos de mineração.
"Volte..." Essa palavra ecoava em sua mente, enquanto uma pontada aguda se espalhava por sua cabeça. A mulher ao seu lado percebeu que algo estava errado e o apressou novamente: — Mat, vamos embora. Mas os pés do homem pareciam grudados no chão. Ele não conseguia dar um único passo à frente. Era como se uma força invisível o puxasse para trás, e sua intuição dizia que aquilo tinha algo a ver com a designer que aparecia na televisão. "Volte... Quem ela está esperando que volte?" A dor em sua cabeça ficou mais intensa, como se algo estivesse tentando emergir de dentro dela. — Mat, não se esforce tanto. Não se esqueça de que você ainda está se recuperando. — A mulher ao seu lado o segurou com cuidado. Sim, ela tinha razão. Ele ainda estava em recuperação. Há pouco tempo, ele havia sofrido um acidente de carro. O veículo caiu na água, e ele foi resgatado. Seu corpo não sofreu muitos danos, mas ele ficou submerso por tempo demais. Por isso, ele não se lembrava de
Rafaela estremeceu subitamente. Ela olhou para Mateus e, ao ver que seus olhos continuavam fechados, se sentiu aliviada. No entanto, aquele grito de "Valentina" havia provocado ondas tumultuosas em seu coração. "Com certeza foi porque ele a viu hoje. Por isso reagiu assim." Ela não podia esperar mais! Rafaela apressou o Sr. Baltazar: — Vovô, rápido. Ela deu espaço para que o Sr. Baltazar pudesse agir. Sem hesitar, ele tirou uma seringa e começou a preparar uma injeção para Mateus. Enquanto isso, o sonho de Mateus continuava. Ele não entendia por que estava sonhando com aquilo, mas, de repente, viu no sonho a designer que aparecera hoje na televisão. No sonho, ela sorriu para ele. Aquele sorriso o fez sentir um calor inexplicável. Ele a viu tomando café da manhã e, de alguma forma, se sentiu profundamente satisfeito. As cenas mudavam constantemente. Em cada uma delas, ela ora sorria, ora permanecia fria e distante. Suas emoções acompanhavam as expressões dela,
— Vali... — Daniel estava prestes a tentar convencê-la, pedindo para que desistisse dessa ideia. Mas Valentina interrompeu: — A final do concurso de design de joias será na cidade HC. Foi lá que eu e o Mateus nos conhecemos, e já faz quase um ano. Na verdade, faltavam apenas dez dias para completar um ano desde que se conheceram. Ultimamente, ela tinha relembrado os momentos que passaram juntos na cidade HC, e esse pensamento foi se tornando cada vez mais claro em sua mente. Ela queria voltar a cidade HC! Quando Valentina terminou de falar, os três já sabiam o que ela estava pensando. Inicialmente, queriam convencê-la, mas naquele momento não tinham coragem de desapontá-la. No entanto, ainda assim, a saúde de Valentina não podia ser ignorada. Por isso, os três estabeleceram algumas condições: — Você pode ir para cidade HC, mas no concurso de design você só vai participar da fase final como jurada. As outras responsabilidades ficam de fora. — Disse Daniel. Valentina
Osvaldo desceu as escadas e, no caminho, encontrou o garçom que havia anotado o pedido de Valentina. Ele perguntou casualmente: — O que aquela senhorita pediu? Independente do que fosse, ele faria questão de colocar tudo na conta de Osvaldo. Se Mateus soubesse que Valentina estava bebendo e foi cobrada por isso, ele não deixaria barato. Por isso, estava sendo muito cuidadoso. O garçom respondeu: — Ela pediu uma garrafa de vinho e também um copo de água. O copo de água, tudo bem. Mas o garçom franziu a testa. — Inicialmente, ela queria suco, mas depois pediu o vinho. Só que parece que ela não estava com vontade de beber o vinho. "Não estava com vontade de beber?" Osvaldo olhou na direção de Valentina. — Não tem suco? O garçom ficou surpreso. No cardápio de bebidas, não havia suco. Osvaldo parecia saber que suco não estava disponível no cardápio, mas... — Tem frutas? O garçom acenou com a cabeça. — Sim. — Então faça o suco imediatamente! — Osvaldo de
Bar Noitada...Esse bar de alguma forma lhe parecia familiar. Era como se ele já tivesse estado ali antes. Mas, por mais que se esforçasse, não conseguia lembrar de nenhuma memória de ter estado ali. Ficou parado em frente ao bar por um longo tempo, até que, finalmente, entrou. Ele pediu um drink no balcão. Talvez por instinto, querendo descobrir o motivo daquela sensação de familiaridade, ele não se importou com a bebida e começou a olhar atentamente cada canto do bar. Quando seus olhos caíram sobre uma cabine, ele não conseguiu mais desviar o olhar. Era como se a cabine tivesse uma força magnética, o atraindo. Ele caminhou até lá. Ao se sentar na cabine, uma imagem passou rapidamente pela sua mente, mas, no momento em que tentou agarrá-la, o telefone tocou. Era Rafaella. O bar estava barulhento. À distância, ele podia ouvir claramente o grito surpresa de uma garçonete e o pedido de desculpas de outro garçom, mas ele não olhou. Com a testa franzida, pegou o celular e