"Volte..." Essa palavra ecoava em sua mente, enquanto uma pontada aguda se espalhava por sua cabeça. A mulher ao seu lado percebeu que algo estava errado e o apressou novamente: — Mat, vamos embora. Mas os pés do homem pareciam grudados no chão. Ele não conseguia dar um único passo à frente. Era como se uma força invisível o puxasse para trás, e sua intuição dizia que aquilo tinha algo a ver com a designer que aparecia na televisão. "Volte... Quem ela está esperando que volte?" A dor em sua cabeça ficou mais intensa, como se algo estivesse tentando emergir de dentro dela. — Mat, não se esforce tanto. Não se esqueça de que você ainda está se recuperando. — A mulher ao seu lado o segurou com cuidado. Sim, ela tinha razão. Ele ainda estava em recuperação. Há pouco tempo, ele havia sofrido um acidente de carro. O veículo caiu na água, e ele foi resgatado. Seu corpo não sofreu muitos danos, mas ele ficou submerso por tempo demais. Por isso, ele não se lembrava de
Rafaela estremeceu subitamente. Ela olhou para Mateus e, ao ver que seus olhos continuavam fechados, se sentiu aliviada. No entanto, aquele grito de "Valentina" havia provocado ondas tumultuosas em seu coração. "Com certeza foi porque ele a viu hoje. Por isso reagiu assim." Ela não podia esperar mais! Rafaela apressou o Sr. Baltazar: — Vovô, rápido. Ela deu espaço para que o Sr. Baltazar pudesse agir. Sem hesitar, ele tirou uma seringa e começou a preparar uma injeção para Mateus. Enquanto isso, o sonho de Mateus continuava. Ele não entendia por que estava sonhando com aquilo, mas, de repente, viu no sonho a designer que aparecera hoje na televisão. No sonho, ela sorriu para ele. Aquele sorriso o fez sentir um calor inexplicável. Ele a viu tomando café da manhã e, de alguma forma, se sentiu profundamente satisfeito. As cenas mudavam constantemente. Em cada uma delas, ela ora sorria, ora permanecia fria e distante. Suas emoções acompanhavam as expressões dela,
— Vali... — Daniel estava prestes a tentar convencê-la, pedindo para que desistisse dessa ideia. Mas Valentina interrompeu: — A final do concurso de design de joias será na cidade HC. Foi lá que eu e o Mateus nos conhecemos, e já faz quase um ano. Na verdade, faltavam apenas dez dias para completar um ano desde que se conheceram. Ultimamente, ela tinha relembrado os momentos que passaram juntos na cidade HC, e esse pensamento foi se tornando cada vez mais claro em sua mente. Ela queria voltar a cidade HC! Quando Valentina terminou de falar, os três já sabiam o que ela estava pensando. Inicialmente, queriam convencê-la, mas naquele momento não tinham coragem de desapontá-la. No entanto, ainda assim, a saúde de Valentina não podia ser ignorada. Por isso, os três estabeleceram algumas condições: — Você pode ir para cidade HC, mas no concurso de design você só vai participar da fase final como jurada. As outras responsabilidades ficam de fora. — Disse Daniel. Valentina
Osvaldo desceu as escadas e, no caminho, encontrou o garçom que havia anotado o pedido de Valentina. Ele perguntou casualmente: — O que aquela senhorita pediu? Independente do que fosse, ele faria questão de colocar tudo na conta de Osvaldo. Se Mateus soubesse que Valentina estava bebendo e foi cobrada por isso, ele não deixaria barato. Por isso, estava sendo muito cuidadoso. O garçom respondeu: — Ela pediu uma garrafa de vinho e também um copo de água. O copo de água, tudo bem. Mas o garçom franziu a testa. — Inicialmente, ela queria suco, mas depois pediu o vinho. Só que parece que ela não estava com vontade de beber o vinho. "Não estava com vontade de beber?" Osvaldo olhou na direção de Valentina. — Não tem suco? O garçom ficou surpreso. No cardápio de bebidas, não havia suco. Osvaldo parecia saber que suco não estava disponível no cardápio, mas... — Tem frutas? O garçom acenou com a cabeça. — Sim. — Então faça o suco imediatamente! — Osvaldo de
Bar Noitada...Esse bar de alguma forma lhe parecia familiar. Era como se ele já tivesse estado ali antes. Mas, por mais que se esforçasse, não conseguia lembrar de nenhuma memória de ter estado ali. Ficou parado em frente ao bar por um longo tempo, até que, finalmente, entrou. Ele pediu um drink no balcão. Talvez por instinto, querendo descobrir o motivo daquela sensação de familiaridade, ele não se importou com a bebida e começou a olhar atentamente cada canto do bar. Quando seus olhos caíram sobre uma cabine, ele não conseguiu mais desviar o olhar. Era como se a cabine tivesse uma força magnética, o atraindo. Ele caminhou até lá. Ao se sentar na cabine, uma imagem passou rapidamente pela sua mente, mas, no momento em que tentou agarrá-la, o telefone tocou. Era Rafaella. O bar estava barulhento. À distância, ele podia ouvir claramente o grito surpresa de uma garçonete e o pedido de desculpas de outro garçom, mas ele não olhou. Com a testa franzida, pegou o celular e
Depois de sair do bar, Mateus esperou Rafaella vir buscá-lo. Não esperava vê-la novamente! Ela ainda era a mesma, mas o homem ao seu lado havia mudado. Ela realmente era bonita. O jeito como olhava para os homens fazia com que eles quisessem protegê-la. Ela tinha um talento, sem dúvida! Algo apertou seu coração de maneira inexplicável. Uma chama de raiva se acendeu em seu peito, mas logo ele sorriu. Era uma pessoa que não tinha nada a ver com ele, então por que se incomodar? — Mat... Mateus foi puxado de volta dos seus pensamentos. No momento seguinte, Rafaella correu até ele, ofegante, como se estivesse com pressa. — Mat, o que você está fazendo aqui? Não aconteceu nada, né? Rafaella olhou para Mateus, o testando discretamente. — Estava entediado, então acabei passeando por aqui. "Será que ele realmente só deu uma volta por aqui?" O lugar onde se separaram estava a vários quilômetros dali. Se ele realmente tivesse passeado, por que não foi para outro lugar?
Na mesa, a atmosfera estava tão tensa que parecia que o ar estava prestes a explodir. Tudo começou com uma simples frase de Mateus: — Decidi participar do Concurso Nacional de Design de Joias. "Concurso Nacional de Design de Joias?" Esse concurso era organizado pela família Freitas e, com certeza, chamaria a atenção da mídia. E se fosse descoberto... Com isso, Rafaella ficou extremamente nervosa. Mas, sob o olhar de Mateus, ela se sentiu culpada, seus olhos brilharam levemente enquanto tentava explicar: — Mat, nós vamos sair da cidade HC, o tempo está muito apertado, e além disso, você é especialista em design de roupas, nunca trabalhou com design de joias... Ela não conseguiu terminar a frase antes de Mateus largar os talheres, se levantar, pegar o casaco e saiu, tudo de uma vez só. Na porta, ele apenas disse: — Não vou atrasar nossa viagem para o exterior. — E desapareceu da vista de Rafaella. Por mais que ela tentasse, não conseguia alcançá-lo. — Ah! — O dese
Ele ia entrar, mas foi impedido pela pessoa na porta.— Desculpe, senhor, o lugar está cheio. Se o senhor quiser esperar, pode ser necessário fazer fila por um tempo. Como compensação, as bebidas estarão com 50% de desconto esta noite.O garçom estava com um sorriso cheio de desculpas no rosto.Mateus seguiu o olhar dele e viu um grupo de pessoas fazendo fila não muito longe.De repente, ele sorriu.— Não, obrigado.Ele não estava tão desesperado para entrar.Mateus desviou o olhar e se virou para sair.Havia andado apenas uma curta distância quando Valentina apareceu.O garçom, ao vê-la, imediatamente se mostrou extremamente entusiasmado.— Senhorita, já vai embora tão cedo hoje?"Não... Vai beber mais alguma coisa?"Ela estava no bar mais famoso da cidade HC, bebendo suco, leite... Essa senhorita realmente tinha um estilo peculiar.Ainda assim, o Sr. Osvaldo tinha ordens especiais.Os clientes não eram tão importantes, o faturamento também não era lá essas coisas, mas essa senhorita