Mateus entendeu o que ele queria dizer. — Qualquer tipo de assistência que precisar, pode contar com o Paulo para te ajudar. Quando Valentina desceu as escadas, os dois mudaram imediatamente a expressão séria de antes e rapidamente exibiram um sorriso. Mateus estava pronto para levar Valentina ao Grupo Freitas. Ao sair, viu um carro de luxo estacionado do lado de fora, com Afonso ao lado. Apesar da distância, os dois homens se encararam. Foi só por um instante, e o olhar de surpresa de Mateus logo desapareceu. Afonso provavelmente já tinha investigado tudo sobre ele, sabia que ele estava preparando a nova casa ali, então não era algo surpreendente. Mateus soube ser discreto. Entregou Valentina para Afonso. Quando Valentina chegou à empresa, as pessoas que encontrou pelo caminho a olhavam de um jeito... Bem estranho! — Presidente Valentina, parabéns, parabéns... — Presidente Valentina, muito obrigado! As pessoas na empresa sempre a chamavam de Presidente Valentina;
Houve um momento de silêncio do outro lado da linha, e Kayra não respondeu à pergunta de Rafaella. — Sra. Kayra? — Rafaella chamou, hesitante. Esse chamado parecia ter acionado uma válvula, pois o que veio em seguida foi uma pergunta afiada de Kayra: — Você já sabia que a Valentina e o Mateus tinham se casado? — Mesmo pelo telefone, Rafaella sentiu uma inexplicável inquietação em seu coração. — Estou perguntando! Você já sabia, não é? Kayra elevou o tom de voz. Rafaella engoliu em seco. — Eu só descobri depois que o Sr. Mateus era o marido da Valentina, Sra. Kayra. Eu não estava escondendo de propósito, eu só... — Só o quê...? — Kayra não acreditava que ela não estivesse escondendo de propósito. Se fosse antes, Kayra certamente a teria punido por esconder isso, mas agora, diante da situação, a prioridade não era essa. Kayra reprimiu a raiva em seu coração. Na noite anterior, depois de sair da antiga mansão da família Mello, ela não voltou para a residência que divid
Ela se referia a ele, Sadi. Daniel imediatamente franziu a testa, preocupado que ela fosse machucada novamente. Rafaella o tranquilizou: — Irmão, não se preocupe, com você por perto, ele não terá mais chance de me machucar. Daniel pensou por um momento antes de sua expressão suavizar gradualmente. — Está bem. — Ele finalmente concordou que Rafaella se encontrasse com Sadi. — Se cuide. Vou ver como está a Vali. Ela também ficou muito assustada ontem à noite, mas, felizmente, está tudo bem. Caso contrário, o destino dela, do Mateus e do irmão dele teria sido completamente diferente. Na frente de Rafaella, Daniel não escondeu sua preocupação com Valentina. — Irmão, pode ir. Mais tarde também irei visitá-la. — Rafaella disse carinhosamente. Assim que Daniel saiu do escritório, o sorriso no rosto de Rafaella desapareceu instantaneamente. — Que pena... — Ela lamentou novamente a sorte de Valentina na noite passada. "Como teria sido bom se algo realmente tivesse acontecid
Ela estava avisando: se se metesse onde não devia, ela iria "cuidar" dela direitinho! Rafaela estremeceu levemente e rapidamente desviou o olhar. Depois disso, se comportou e seguiu as duas ao sair do aeroporto. No caminho de volta à empresa, Rafaella fez questão de que Rafaela e as outras duas fossem em carros separados: Rafaela foi sozinha, e Rafaella e Valentina foram juntas. No carro, Valentina ficou absorta, pensando no olhar que Rafaela lhe lançou instantes atrás. Ela sentiu que Rafaela parecia ter algo a dizer. Valentina podia perceber que, desde que Rafaella voltou para a família Freitas, Rafaela havia mudado completamente, não era mais tão agressiva quanto antes. Mas, mesmo com essa mudança, elas ainda tinham muito pouco em comum. O que Rafaela teria para lhe dizer? — Vali? Vali? — Rafaella a chamou duas vezes antes que Valentina se desse conta e se virasse para encarar seu olhar de falsa insatisfação. — Vali, no que você estava pensando? Você claramente não
Valentina parou de andar e se virou para olhar a pessoa atrás dela, com uma expressão de surpresa. — Rafaela? — Não... — Rafaela parecia aflita. Mas ela não teve tempo de dizer mais nada. Alguém esbarrou nela por trás e, com o impacto, Rafaela soltou a mão de Valentina. A pessoa se desculpou apressadamente: — Desculpa, desculpa, eu... Estou com pressa. A pessoa parecia nervosa, mas entrou no elevador mesmo assim. As portas do elevador estavam prestes a se fechar, e Valentina, ainda atônita, foi olhada por alguém dentro do elevador. — Presidente Valentina, não vai entrar? Quase sem pensar, Valentina deu um passo e entrou no elevador. — Valentina... — Rafaela tentou impedir, mas a mão que estendeu novamente ficou suspensa no ar, pois as portas do elevador já haviam se fechado, deixando ela sozinha parada ali. Ela tentou impedir! Não conseguiu... O que mais poderia fazer? Valentina... "Desde que o Daniel deixou a cidade JC, a Rafaella sempre se comportou bem, m
Depois de falar, Rafaella se virou e saiu.Mas como Valentina poderia ficar tranquila deixando ela ir sozinha atrás do Sadi? Ele era uma pessoa perigosa!Valentina já tinha testemunhado o perigo e a loucura de Sadi naquela noite. Agora que tudo o que ele havia feito tinha sido exposto, ele não teria mais escrúpulos. Se ele machucasse Rafaella de novo...Ao pensar em Daniel, Valentina imediatamente correu atrás dela.Valentina seguiu Rafaella e percebeu que ela estava andando sem rumo pelos corredores do hospital, espiando pelas portas de vidro em cada quarto.Quando não encontrava Sadi, seguia para o próximo."Ela vai procurá-lo assim?" Mesmo que fosse para encontrar o Sadi, deveria ser feito através do hospital, o que garantiria pelo menos um pouco de segurança.— Rafaella... — Sadi!Valentina tentou chamar Rafaella para que ela procurasse Sadi com a ajuda do hospital, mas mal tinha começado a falar quando ouviu Rafaella soltar um grito rouco.No momento seguinte, Valentina viu Ra
Hoje, a sensação estranha no ar não desapareceu nem por um momento. Valentina sentia um impulso inexplicável de investigar a origem daquela estranheza e que tipo de resultado isso traria. Ela ignorou os gritos exaltados de Rafaella, seus olhos passaram por ela e pousaram novamente em Sadi. Valentina perguntou mais uma vez: — O que você vai fazer? — O que eu vou fazer? — Sadi soltou uma risada fria. — A família Mello me mandou para cá, para um hospital psiquiátrico. Eu pareço ter algum tipo de doença mental para você? Valentina hesitou por um momento. "Parece que sim, muito."No fundo do coração de Sadi havia um ódio genuíno. Mandá-lo para o hospital psiquiátrico foi obra de Henrique Coelho. Ele simplesmente queria que Sadi experimentasse o que sua mãe, Emanuele, passou naquela época, quando foi internada e considerada mentalmente instável. Durante o tempo que esteve no hospital psiquiátrico, aplicaram injeções e medicamentos nele. Ele sabia bem quais seriam os efeitos d
A expressão no rosto de Valentina, captada pelos olhos de Rafaella, só fez aumentar sua excitação interior. "Ela está atônita? Chocada? Confusa?" Todos esses sentimentos estavam ali, mas faltava algo: medo. Isso deixou Rafaella muito insatisfeita. "Como pode não ter medo?" Ela queria que Valentina ficasse aterrorizada, que sentisse medo, que implorasse por misericórdia, que tremesse, suplicando por sua vida..."Nada disso está acontecendo. Como isso pode acontecer?" Na situação atual, Sadi já tinha Valentina sob controle, e hoje, Valentina não sairia do depósito daquele hospital psiquiátrico. Então, Rafaella não se preocupou mais em fingir. Ela enfrentou o olhar complexo de Valentina, onde inúmeras emoções se misturavam, e sorriu gentilmente. — Eu te agradeço, Vali! Ela repetiu para Valentina as palavras que Sadi havia lhe dito. O sarcasmo estava em dobro. — Rafaella, você... — Se Valentina não entendesse agora, seria realmente ingênua. Ligando todos os pontos