Valentina parou de andar e se virou para olhar a pessoa atrás dela, com uma expressão de surpresa. — Rafaela? — Não... — Rafaela parecia aflita. Mas ela não teve tempo de dizer mais nada. Alguém esbarrou nela por trás e, com o impacto, Rafaela soltou a mão de Valentina. A pessoa se desculpou apressadamente: — Desculpa, desculpa, eu... Estou com pressa. A pessoa parecia nervosa, mas entrou no elevador mesmo assim. As portas do elevador estavam prestes a se fechar, e Valentina, ainda atônita, foi olhada por alguém dentro do elevador. — Presidente Valentina, não vai entrar? Quase sem pensar, Valentina deu um passo e entrou no elevador. — Valentina... — Rafaela tentou impedir, mas a mão que estendeu novamente ficou suspensa no ar, pois as portas do elevador já haviam se fechado, deixando ela sozinha parada ali. Ela tentou impedir! Não conseguiu... O que mais poderia fazer? Valentina... "Desde que o Daniel deixou a cidade JC, a Rafaella sempre se comportou bem, m
Depois de falar, Rafaella se virou e saiu.Mas como Valentina poderia ficar tranquila deixando ela ir sozinha atrás do Sadi? Ele era uma pessoa perigosa!Valentina já tinha testemunhado o perigo e a loucura de Sadi naquela noite. Agora que tudo o que ele havia feito tinha sido exposto, ele não teria mais escrúpulos. Se ele machucasse Rafaella de novo...Ao pensar em Daniel, Valentina imediatamente correu atrás dela.Valentina seguiu Rafaella e percebeu que ela estava andando sem rumo pelos corredores do hospital, espiando pelas portas de vidro em cada quarto.Quando não encontrava Sadi, seguia para o próximo."Ela vai procurá-lo assim?" Mesmo que fosse para encontrar o Sadi, deveria ser feito através do hospital, o que garantiria pelo menos um pouco de segurança.— Rafaella... — Sadi!Valentina tentou chamar Rafaella para que ela procurasse Sadi com a ajuda do hospital, mas mal tinha começado a falar quando ouviu Rafaella soltar um grito rouco.No momento seguinte, Valentina viu Ra
Hoje, a sensação estranha no ar não desapareceu nem por um momento. Valentina sentia um impulso inexplicável de investigar a origem daquela estranheza e que tipo de resultado isso traria. Ela ignorou os gritos exaltados de Rafaella, seus olhos passaram por ela e pousaram novamente em Sadi. Valentina perguntou mais uma vez: — O que você vai fazer? — O que eu vou fazer? — Sadi soltou uma risada fria. — A família Mello me mandou para cá, para um hospital psiquiátrico. Eu pareço ter algum tipo de doença mental para você? Valentina hesitou por um momento. "Parece que sim, muito."No fundo do coração de Sadi havia um ódio genuíno. Mandá-lo para o hospital psiquiátrico foi obra de Henrique Coelho. Ele simplesmente queria que Sadi experimentasse o que sua mãe, Emanuele, passou naquela época, quando foi internada e considerada mentalmente instável. Durante o tempo que esteve no hospital psiquiátrico, aplicaram injeções e medicamentos nele. Ele sabia bem quais seriam os efeitos d
A expressão no rosto de Valentina, captada pelos olhos de Rafaella, só fez aumentar sua excitação interior. "Ela está atônita? Chocada? Confusa?" Todos esses sentimentos estavam ali, mas faltava algo: medo. Isso deixou Rafaella muito insatisfeita. "Como pode não ter medo?" Ela queria que Valentina ficasse aterrorizada, que sentisse medo, que implorasse por misericórdia, que tremesse, suplicando por sua vida..."Nada disso está acontecendo. Como isso pode acontecer?" Na situação atual, Sadi já tinha Valentina sob controle, e hoje, Valentina não sairia do depósito daquele hospital psiquiátrico. Então, Rafaella não se preocupou mais em fingir. Ela enfrentou o olhar complexo de Valentina, onde inúmeras emoções se misturavam, e sorriu gentilmente. — Eu te agradeço, Vali! Ela repetiu para Valentina as palavras que Sadi havia lhe dito. O sarcasmo estava em dobro. — Rafaella, você... — Se Valentina não entendesse agora, seria realmente ingênua. Ligando todos os pontos
E também tem o Daniel..."Ele está de férias no exterior, num momento de relaxamento. Se eu morrer, quando ele souber da notícia, isso vai arruinar as férias dele. Ele certamente voltará correndo. Ele ficará triste e terá que reassumir o fardo do Grupo Freitas. A Rafaella não deixaria que ele soubesse que minha morte tem algo a ver com ela. Mesmo que a Rafaella só me odeie, mesmo que ela continue na família Freitas, ela não faria mal ao Daniel."Mas... Quando Valentina chegou a essa conclusão, sentiu um desconforto inexplicável.No entanto, ela não tinha tempo suficiente para entender o que causava esse desconforto. Ela pensou em seu pai recém-encontrado, no primo Henrique, na Giulia, na Helen...Essas pessoas passaram por sua mente uma a uma.Fora do armazém.Rafaella saiu correndo desesperada do armazém. Quando chegou a um local com mais pessoas, voltou a assumir sua fachada.Os médicos e enfermeiros que haviam saído do armazém antes já não estavam mais lá.Rafaella ficou surpresa.N
Assim que a ligação foi atendida, Rafaella já estava chorando compulsivamente.Do outro lado da linha, o homem permaneceu em silêncio, e a preocupação que ela esperava não veio imediatamente. Rafaella ficou um pouco surpresa, mas logo a voz de Daniel soou:— Rafaella, não chore, aconteceu alguma coisa? Você está machucada? Não chore...Cada palavra era carregada de extrema preocupação, o tipo de cuidado de Daniel que ela conhecia tão bem.Rafaella então se sentiu aliviada, mas continuou chorando sem parar. Percebendo que do outro lado Daniel estava cada vez mais aflito, ela finalmente se acalmou um pouco e, entre soluços, começou a se culpar:— Irmão, a culpa é toda minha, tudo isso é minha culpa, eu não devia ter encontrado aquela pessoa, eu não devia ter levado a Vali comigo, eu, eu...Mais um momento de soluços.— O que aconteceu com a Vali?Rafaella ouviu claramente o som da respiração de Daniel prender do outro lado da linha.Mesmo que Valentina tivesse morrido na explosão do arma
"Não é uma armadilha do Sr. Mateus, mas sim uma armadilha do Sr. Henrique." Depois de ter sido internado pelo Sr. Henrique em um hospital psiquiátrico, ele nunca mais havia aparecido. Agora que estava ali, tinha medo de imaginar o que ele poderia fazer. — Sadi, você tem medo de algo estranho? — Henrique Coelho começou. — Naquele depósito do hospital, você foi tão audacioso, já tinha decidido que estava disposto a arriscar sua vida pela mulher que ama, nem temia a morte. Então, qual é o seu medo agora? Parece que sua determinação em enfrentar a morte não era tão firme assim! O tom era sarcástico. Isso provocou imediatamente a reação de Sadi. — Eu não sou indeciso... — Mas, ao perceber que talvez estivesse caindo numa armadilha, Sadi mostrou um olhar de insegurança e rapidamente corrigiu. — Que mulher amada? Que história é essa de arriscar a vida por ela? O Sr. Henrique realmente gosta de inventar histórias. Inventar histórias? Uma luz fria brilhou nos olhos de Henrique Coe
Ele olhou para Valentina, ouvindo Rafaella dizer a mentira de que "a Vali morreu". Em seu coração, havia apenas uma sensação: alívio pós-pânico! Se Mateus não tivesse descoberto que aquela Rafaella era falsa a tempo, provavelmente ele ainda estaria sendo enganado pela impostora, acreditando que ela era a verdadeira. Ele não se importava em ter seus sentimentos manipulados; o que realmente o preocupava era que a falsa Rafaella pudesse usá-lo para machucar Valentina! — E essa Rafaella, o que você pretende fazer com ela? Henrique Coelho entrou, como se já soubesse que Daniel estava lá dentro. Aproveitando que Valentina ainda não havia acordado, ele perguntou em voz alta. Ele não sabia que aquela Rafaella era uma impostora, apenas sabia que Daniel tinha sentimentos profundos por Rafaella e temia que ele não tivesse coragem de agir contra ela. Se realmente lhe faltasse coragem, então muitas coisas teriam que ser resolvidas por ele e seu irmão. Mas, para sua surpresa, Daniel