Rafaela viu vagamente a palavra "esposa" na tela do celular de Mateus enquanto ele fazia uma ligação e soube quem estava do outro lado da linha.Nunca tinha visto uma expressão tão ansiosa no rosto de Mateus.Imediatamente, se dirigiu de volta ao Jardim da Serenidade.Rafaela quis segui-lo, mas hesitou.No saguão do hotel, observava fixamente a direção na qual Mateus havia desaparecido.Teria chegado tarde demais?Tocou a ferida em sua bochecha; estava prestes a viajar para a cidade HC para o grande concurso de joias.Mas, uma hora antes de partir, Bruno, embriagado, a encontrou e não parou de importuná-la, acabando por agredi-la durante uma discussão.Rafaela se sentia extremamente arrependida.Se não fosse por todos acreditarem que Mateus perderia a disputa pelo poder na família Mello, ela não teria virado as costas para escolher outra pessoa.Se naquela época tivesse permanecido firme ao lado de Mateus, agora seria a Sra. Mello e não enfrentaria o incômodo de um divórcio para fazer
Ela enviou uma mensagem pedindo que ele voltasse, apenas para devolver o dinheiro?Um monte de dinheiro, todo organizado. Ele tinha pedido ao banco para bloquear as transferências dela para sua conta; então, ela pensou em sacar dinheiro vivo?Transportar todo esse dinheiro para casa devia ter levado tempo e esforço, não devia?O olhar de Mateus passou pela máquina de contar dinheiro e, de repente, ele soltou um riso autodepreciativo.- A Srta. Valentina realmente é atenciosa.Atenciosa a ponto de preparar tudo, apenas para se desvincular dele mais rápido!Valentina não respondeu.Que tipo de olhar era aquele? Que tom era esse?Era como se ela tivesse ferido seu coração, como uma mulher cruel e irresponsável.Mas, claro, ele já tinha um novo chefe!Valentina se sentiu inexplicavelmente culpada sob seu olhar, evitando inconscientemente o contato visual e se apressou.- Conte aí!- Não precisa! - Mateus retirou seu olhar friamente. - Eu mandarei alguém cuidar desse dinheiro. Quanto ao a
Osvaldo pronunciou uma frase.- Está bem. - E desligou o telefone.Mateus estava sentado no sofá, diante de um monte de dinheiro, com uma expressão sombria.Paulo estava à porta, tentando não respirar alto.Meia hora depois, o salvador Osvaldo chegou.- Mateus, isso não se faz, nem atender às minhas ligações, bem feito que aquela bela moça... - Osvaldo mal havia entrado na sala e sua voz já ecoava.Ao mencionar a bela moça, Paulo imediatamente espiou com um olhar excitado, fazendo sinal para que ele se calasse.Osvaldo ficou confuso.Ao entrar e ver Mateus sentado diante de uma grande quantia em dinheiro, observando ela seriamente, arqueou imediatamente as sobrancelhas.- Desde quando o ilustre Sr. Mateus se interessa por dinheiro? Não é suficiente o dinheiro da família Mello? Isso é um desejo de encarar o dinheiro fisicamente para se motivar a ganhar ainda mais?Osvaldo ignorou Paulo, que desesperadamente tentava chamar sua atenção, e se sentou ao lado de Mateus.Seu olhar caiu sobre
Hotel Esperança 602.Quando Mateus entrou, as lembranças daquela noite inundaram sua mente.Valentina, em um vestido vermelho ardente e sedutor, parecia estar ali diante dele naquele momento.Mas rapidamente, os olhos turvos de Mateus se clarearam.O quarto estava vazio, não havia ninguém além dele.Um sorriso amargo se formou nos lábios de Mateus, parecia que naquela noite Valentina tinha lançado um feitiço nele, que foi se infiltrando em seus ossos, dia após dia.E ela, por outro lado, partiu sem levar nem mesmo uma nuvem!Mateus se sentou à beira da cama, se sentindo um pouco mais sóbrio, mas isso só fez seu coração doer mais. Por impulso, ligou para a recepção e pediu uma garrafa de vinho.A recepção preparou o vinho e o enviou.Nicole, que estava esperando o momento certo, pareceu perceber algo e seguiu para o sexto andar.De repente, Nicole gritou de dor, como se tivesse tropeçado, e caiu de joelhos no chão.O garçom olhou para trás e viu Nicole com uma expressão de dor.- Senho
Nicole soltou um grito.Se não fosse pela parede à sua frente, certamente teria caído de cara no chão.A porta atrás dela se fechou com um estrondo, e Nicole não conseguia compreender como o efeito do medicamento já estava agindo no corpo do Sr. Mateus.Afinal, ele a havia confundido com Valentina, não havia?Como isso poderia estar acontecendo?Frustrada, Nicole mordeu o lábio e, olhando para a porta fechada, pisou forte no chão, irritada.No quarto, Mateus se apoiava na porta, percebendo que seu corpo não estava simplesmente embriagado.O calor que sentia era similar ao de Valentina naquela noite...Seria o remédio?Mateus pensou na mulher de antes, seu olhar se fixou na garrafa de bebida sobre a mesa, como se tivesse entendido algo, e uma sombra de tormenta passou por seus olhos.- Maldição! - Murmurou Mateus, antes de entrar no banheiro, tentando extinguir o calor com água fria....Jardim da Serenidade.Valentina aproveitava a noite para arrumar suas coisas.O acordo de divórcio j
De repente, um sorriso surgiu no canto da boca de Mateus. Ele queria perguntar se ela sabia quais seriam as consequências de vir até aqui. Mas num instante, desistiu de perguntar. Ela estava preocupada com ele! Isso já era suficiente. Quanto ao resto... Mateus segurou o pulso de Valentina e a puxou para seus braços, se inclinando para beijá-la nos lábios. A porta do quarto foi fechada. Valentina ficou atordoada, girando a cabeça devido ao beijo, até que se recuperou e percebeu algo incomum no comportamento do marido. Sua reação parecia muito com as duas vezes anteriores em que foi drogada. Ele também foi drogado? - Vali... - A voz de Mateus sussurrava em seu ouvido enquanto a abraçava, desejando poder fundi-la a seu corpo. Na sala, a temperatura disparou. Valentina tinha certeza de que ele tinha sido drogado. Ela quis empurrá-lo, mas, pensando nas vezes anteriores em que o marido se sacrificou para salvá-la, agora que ele estava em apuros, parecia injusto não
Mateus tinha um olhar frio:- Como ela veio parar aqui?Além de Valentina, somente Osvaldo sabia que ele estava aqui.Osvaldo hesitou por um momento, diante da ira implícita em Mateus, seu ânimo enfraqueceu instantaneamente:- Rafaela estava te procurando, então eu a trouxe, afinal... Ela ainda é... Uma amiga.Mateus franziu a testa.Osvaldo sentiu um calafrio interior e continuou explicando:- Eu ia subir com ela, mas recebi uma ligação de última hora e deixei que ela subisse primeiro. Não aconteceu nada, certo?Osvaldo olhou ao redor do quarto, sentindo que essa cena lhe parecia familiar.De repente, ele percebeu algo e seus olhos se arregalaram:- Ontem à noite... Quem foi? Foi uma armadilha? Que mulher foi? - Osvaldo de repente olhou para Mateus com uma pitada de acusação. - Você assim, bêbado e desregrado, como fica a bela moça?Mateus ficou sem palavras.Ele sabia que Osvaldo havia entendido mal.Ele não queria explicar, mas aquele olhar repreensivo de Osvaldo parecia realmente p
Mateus inicialmente se sentiu um pouco descontente, mas logo um sorriso indulgente surgiu no canto de sua boca.Ela havia ficado exausta na noite anterior.Talvez estivesse recuperando o sono perdido e, ao ouvir o toque irritante do celular, sem nem sequer olhar quem era, o desligou de forma descompromissada e continuou dormindo.Mateus visualizou essa cena em sua mente, seu rosto bonito iluminado por um sorriso plenamente satisfeito.Ele olhou para o relógio e decidiu que, quando ela tivesse dormido o suficiente, prepararia um almoço para levar até ela.Ao longo do caminho, Mateus estava radiante.Enquanto isso, algo parecia pesar no coração de Rafaela.Ela já estava alerta antes, mas agora, ao ver Mateus tão dedicado a outra mulher, sabia que as coisas não seriam fáceis.Rafaela não insistiu mais com Mateus.Pediu ao Osvaldo que a levasse ao Mar Grande Hotel e saiu do carro.Mateus recebeu uma ligação da empresa no último minuto, e ele havia passado muito tempo na Estrela Luminosa Jo