Emir Aksoy A extravagância do aniversário de Mohamed era inigualável. Tigres e elefantes, símbolos vivos de riqueza e poder, vagavam pelo jardim, uma exibição ostensiva de fortuna que deixava todos boquiabertos.Juana, com seu vestido carmesim, se aproximou de mim, parecia andar sobre nuvens e qualquer homem que estivesse ali poderia se apaixonar por ela, mas os olhos brilhando de curiosidade foi o que chamou minha atenção. Eu conhecia aquela garota."Onde está a senhora Aksoy?" ela perguntou, a voz suave como seda. “Pensei que a conheceria hoje, mas pelo jeito me enganei.”"Ela foi para casa, onde é o lugar dela", respondi, tentando manter a frieza na voz. “E você fez o seu trabalho direito?”"Um homem como você merece alguém forte e que saiba se impor, e não uma garota boba como ela", Juana continuou, a voz cheia de condescendência."Ela não é uma garota boba, e é até teimosa demais", retruquei, a defesa emergindo antes que eu pudesse controlá-la. Juana parecia prestes a retrucar,
Emir AksoyEu sabia que Juana me amava, e por um tempo, eu também pensei que a amava. Porém, algo mudou. Não queria magoá-la, de forma alguma. Não queria ver a dor em seus olhos. Mas, ao mesmo tempo, não podia ignorar o que estava acontecendo."Juana..." eu chamei, correndo atrás dela. Ela estava fora do galpão, fumando um cigarro e olhando para o horizonte."Você é um idiota," ela disse, sem olhar para mim. "Se apaixonou pela primeira mulher que apareceu."Eu balancei a cabeça, frustrado."Não estou apaixonado por ninguém, sabe que não tenho coração, Juana."Ela riu, um som amargo e triste."Você está com os quatro pneus arriados por essa tal Valentina, só de olhar para sua cara a gente vê o quanto essa mulher enfeitiçou você."Eu fiquei em silêncio, sem saber o que dizer. Era verdade? Eu estava apaixonado por Valentina? A ideia parecia absurda, mas ao mesmo tempo, não conseguia negar que algo dentro de mim havia mudado desde que a conheci. Mesmo eu não querendo isso."Era pra eu ser
Juana VelasquezSempre fui uma mulher muito prática, mas nunca pensei que um dia me encontraria sentada no frio chão de um hospital, agarrada à esperança como uma âncora. Emir, meu amor, meu tudo, estava lá dentro, lutando por sua vida.Eu e Emir, éramos como duas metades de um todo. Ele era a minha base de sustentação, o meu porto seguro. Eu sabia que, não importava o quão longe ele fosse, sempre voltaria para mim. No entanto, a chegada daquela mulher... aquela prostituta do Brasil... abalou tudo.Eu sempre fui a mulher certa para ele, eu! Somente eu! Era o que eu repetia para mim mesma, tentando afastar a dor que aquela imagem trazia. Emir, meu Emir, trazendo outra mulher para casa, para a cama onde tantas vezes nós dois fizemos amor. Mas eu sabia, no fundo do meu coração, que ele sempre voltava para mim. E isso era o que importava.Agora, aqui estou eu, aguardando notícias dele. E a prostituta, onde está? Provavelmente em seu quarto quente, deitada em lençóis limpos e cheirosos. Já
Juana VelasquezA mulher forte que eu sempre fui, capaz de lidar com qualquer situação, mas naquele momento, ver o homem que sempre amei à beira da morte, me deixou abalada. Era Emir, o homem que eu sempre amei, e eu não tinha ideia de que a situação dele fosse tão complicada. O médico estava com desfibrilador nas mãos e o corpo de Emir estava em choque. Naquele momento, eu não tive palavras, apenas sussurrei um desesperado pedido ao homem que era o único que podia fazer algo por meu amor."Salve-o, por favor."Foi então que Asaf, apareceu ao meu lado, me segurando, ele também ficou impressionado com o que viu. Uma enfermeira veio até nós e nos levou para fora. "Vocês não podem ficar aqui", ela disse, e eu perguntei com lágrimas nos olhos."O que está acontecendo com ele?""O doutor está cuidando dele, só nos deixe trabalhar, vão lá pra fora e logo vamos falar com vocês", ela respondeu. Asaf me puxou delicadamente.“Venha Juana, vamos esperar lá fora, não podemos fazer nada aqui."Se
Valentina CarvalhoEnquanto o som do tiro ecoava pelas paredes de pedra, eu concentrava minha raiva em um homem chamado Emir Aksoy. Já se passaram duas semanas desde que fui confinada na mansão, cercada por seguranças que pareciam se multiplicar a cada dia. O silêncio de Joon-Ho e minha amiga Adriana eram as únicas companhias que eu tinha. Se não fosse por eles, eu provavelmente teria enlouquecido nesse labirinto de solidão.Meu marido havia simplesmente desaparecido, sem deixar qualquer pista de seu paradeiro. Joon-Ho, com seu rosto impassível, se recusava a responder às minhas perguntas sobre ele. Os seguranças, por sua vez, eram como estátuas, nada falavam. Adriana tentou algumas vezes seduzir alguns deles e ter informações, mas ninguém dizia nada.A única distração que eu tinha eram as aulas de tiro e de defesa pessoal."Você está ficando muito boa nisso, Valentina," Joon-Ho me elogiou, seu olhar sério encontrando o meu."A única coisa que tenho para fazer é treinar," respondi, t
Valentina Carvalho AksoyEu andava de um lado para o outro no quarto, meus passos agitados ecoando no silêncio tenso. Adriana, minha amiga de longa data, observava-me com preocupação, esperando que eu finalmente compartilhasse o que me estava afligindo."Valentina, o que está acontecendo? Você parece perturbada", disse Adriana, sua voz carregada de ansiedade. Respirei fundo antes de finalmente me sentar na beira da cama, meus olhos refletindo o pânico que estava sentindo. "Foi um atentado, Adriana. Um atentado contra mim e Joon-Ho."Adriana arregalou os olhos, chocada. "Meu Deus, o que aconteceu? Vocês estão bem?" Ela começou a procurar por hematomas em meu corpo.Balancei a cabeça, meus pensamentos mergulhados em memórias assustadoras. "Estávamos saindo da pedreira e quando pegamos a estrada um carro começou a nos seguir. Joon-Ho agiu rápido e conseguiu atirar no pneu do carro, mas eles acabaram capotando, e nos conseguimos escapar, se o carro onde estávamos não fosse blindado nã
Valentina Carvalho AksoyEle está ali, olhando para mim com um olhar desconfiado. Joon-Ho é um homem inteligente. Sinto uma onda de pânico me invadir. Preciso convencê-lo de que não era eu que estava espionando. Ele não pode saber que sei sobre a passagem secreta onde ele estava.Decido sair da piscina. Enquanto caminho até a borda, sinto seus olhos em mim. Pego um impulso, para sair da piscina e peço que ele me traga uma toalha. Ele hesita por um momento, mas logo entra na casa. Quando retorna, ele tem uma toalha em mãos. Ele me ajuda a colocá-la, seus dedos roçando minha pele de forma quase imperceptível.Fico de frente para ele, o coração batendo forte no peito. Digo a ele que vou tomar um banho, que estou cansada. Na verdade, preciso de um tempo para pensar, para planejar meu próximo passo. Saio de lá o mais rápido que consigo, mas posso sentir seus olhos em mim, desconfiados.“Será que ele estava falando com Emir? Por que meu marido desapareceu me deixando nessa casa sozinha?”Re
Valentina Carvalho Aksoy Eu senti um arrepio percorrer minha espinha quando a porta daquela sala se abriu lentamente. Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Era como se eu tivesse entrado em um mundo de riqueza e luxo além de minha imaginação.“Caralho, eu nunca vi isso antes em minha vida.”A sala estava repleta de jóias deslumbrantes e obras de arte magníficas. Eu nunca tinha visto tantas preciosidades em um só lugar. Meus olhos percorriam cada detalhe, admirando a beleza das pedras preciosas, dos colares reluzentes e dos anéis cintilantes. Era como se eu estivesse em um verdadeiro tesouro.Entre as jóias, havia um colar de diamantes que brilhava intensamente, refletindo a luz em um espetáculo de cores. Uma pulseira cravejada de esmeraldas exibia um verde intenso que hipnotizava quem a olhasse. E um par de brincos com rubis vermelhos como o fogo pareciam pulsar com uma energia misteriosa.As obras de arte também eram impressionantes. Uma pintura a óleo retratava um