Emir Aksoy Estava furioso. Acabara de ter um momento íntimo com Valentina no sofá da minha casa e queria continuar, levá-la para o quarto e me fartar dela. Afinal, eu precisava de um herdeiro e eu estava começando a gostar dessa parte desse casamento. Ter Valentina em qualquer lugar, onde e quando quisesse, estava sendo algo que eu estava apreciando.Fui tirado dessa minha apreciação por aqueles inúteis. Eu sou o chefe dessa merda de organização. As pessoas deveriam respeitar minha privacidade, todos sabiam disso. Mas eu sabia que todo esse caos tinha a ver com Samia e sua família. Seu pai estava prestes a explodir a qualquer momento. Aquele homem precisava entender o seu lugar, ele era um subordinado. Quem mandava em tudo? Eles só devem me obedecer.Foi por isso que não quis se casar com a filha dele. Ele estava planejando fazer da minha vida um inferno. Sabia que ele iria me chantagear, ele sempre foi assim. Por mim eles nem faziam mais parte da organização, mas como era de uma fam
Valentina Carvalho— O único cheiro que sinto é o seu, Valentina - ele me beija novamente.— Não, Emir - eu o empurro - A comida está queimando.Eu estava tentando descer da bancada, sentindo-me um pouco desajeitada, quando Emir me segurou pela cintura e me colocou suavemente no chão. Eu sabia que ele estava apenas tentando me ajudar, pois minhas pernas eram pequenas e eu não alcançaria o chão, e meu machucado iria ficar ainda pior.— Merda! - eu exclamei, frustrada, na frente do fogão — Quase perdi todo o jantar. Emir continuou a olhar para mim enquanto tentava salvar a comida. Desde quando vim para cá, me serviram sopas, cordeiro e legumes. Eu estava ficando faminta, pois não gostava de carne de cordeiro. E como queria comer algo que pelo menos lembrasse a comida do meu país. Quase consegui queimar o que eu havia feito. — Consegui salvar, felizmente - ele estava encostado me olhando - Você tem vinho? - depois de tudo que havia acontecido comigo hoje eu precisava de uma taça.— Ten
Valentina Carvalho Aksoy — Por que aquele vinho te deixou triste? - Emir insiste, é como se ele quisesse saber sobre a minha vida.— Meu ex-noivo.— Você ainda gosta dele, não é?— Como deixar de gostar de alguém que foi você loucamente apaixonada por cinco anos? - suas sobrancelhas ficaram franzidas.— Entendo - ele passou a mão em seus cabelos - O que aconteceu com você e o babaca que você namorava? Como você descobriu a traição dele?— “Eu estava tão ansiosa naquele dia, com o casamento se aproximando e todas as responsabilidades que vinham junto. E eu tinha tomado uma decisão tão importante. Eu queria tanto me entregar a Danilo, naquela noite. Era uma promessa que eu tinha feito a mim mesma, preservar minha virgindade para o casamento. Algo bobo para alguns, talvez, mas era importante para mim - dei um sorriso murcho.Decidi preparar um jantar especial para nós dois. Comprei o mesmo vinho, que você tinha aqui na sua adega e me custou uma boa parte do meu salário e ingredientes fr
Valentina Carvalho Aksoy Estávamos prestes a embarcar para a minha terra, e uma viagem que mudaria minha vida para sempre. Meu pai estava doente e aquele encontro seria doloroso, mas eu tinha esperança que tudo melhorasse. Estava me preparando para a viagem, escolhendo uma roupa leve e confortável. Mas ao ver Emir, meu marido e um homem bilionário, vestido de maneira tão formal, percebi que minha escolha inicial de jeans e tênis não seria adequada. Eu era agora a esposa de um homem muito rico e precisava me vestir de acordo.Emir sempre foi alguém reservado, o homem mais sério que já conheci. A forma mais carinhosa que ele já me tratou foi quando escutou minha história sobre Danilo na adega. Mesmo assim, eu sabia que ele estava cumprindo sua promessa de me ajudar, e eu estava grata por isso. Afinal, tínhamos um acordo.Nós estávamos a caminho do aeroporto de Istambul, uma cidade que eu mal tinha tido a chance de conhecer. Emir estava ocupado com seu celular, parecia estar trabalhand
Valentina Carvalho Aksoy Meu coração parou quando me virei e vi Danilo, meu ex-noivo, parado ali, com um olhar de choque e traição no rosto. Eu não podia acreditar que ele tinha ouvido a nossa conversa.— Danilo, o que você está fazendo…— Valentina, eu não acredito que você me traiu. Eu não posso acreditar nisso - ele passa a mão nos cabelos - Você, que sempre fez a santinha, era uma verdadeira vagabunda me traindo pelas costas? - ele disse, sua voz cheia de raiva e incredulidade - Eu amava você porra - eu respirei fundo, tentando manter a calma. — Danilo, agora não é a hora de falar sobre isso. Estou aqui com o meu pai e depois nós podemos conversar e acertar as nossas contas - eu disse, tentando manter a minha voz firme.— Você é uma vadia, bem me falaram para tomar cuidado com você.— De hoje em diante, eu não trabalho mais na sua empresa. Acho que já ficou claro que nós não somos mais noivos e que cada um vai seguir a sua vida. Afinal, eu já estou até mesmo casada com outro - c
Valentina Carvalho Aksoy — O carro está nos esperando lá embaixo para nos levar até o hotel - Emir diz assim que saímos do hospital.— Eu vou andando até lá- eu disse, já cansada daquele controle todo de Emir - Ele fica no outro quarteirão.— Você não vai, Valentina. Vai fazer o que eu estou mandando - ele respondeu e eu o olhei sem acreditar no que ele estava falando. O dia tinha sido tão cheio, tão emocionalmente exaustivo, que eu só queria um momento de paz. Deixei Emir falando sozinho e comecei a caminhar pela avenida mais movimentada de São Paulo. Dentre os barulhos daquela cidade eu só queria me sentir livre.— Valentina, sabe que não devia ser tão teimosa assim, não sabe? Isso não estava no nosso contrato - Emir disse, me seguindo.— Pegue o seu contrato e enfie no seu… — Você não deveria falar assim comigo.— Emir, se você está vindo atrás de mim para me irritar, volte para o seu carro de luxo e seus seguranças - eu respondi, sem parar de andar - E me deixe sozinha pelo men
Emir Aksoy No instante em que meus olhos encontraram a imagem na tela do meu celular, senti um calafrio percorrer minha espinha. Era uma foto de Valentina e eu. O perigo, tornou-se uma realidade palpável.— Asaf, acabei de receber uma foto, de minutos atrás - eu estava saindo do hotel - Eu e Valentina em um momento íntimo - ele pode ouvir o amigo fazer um som.— Vocês estavam no quarto? - Asaf questionou.— Na rua, na verdade, num beco escuro…— Meu amigo, você está ficando louco por essa mulher, transou com ela na rua.— Nós não transamos, nós só… Não importa Asaf, o problema é que estou sendo seguido, caralho.— Venha embora, aqui estamos em nosso lar. Podemos nos defender.— Não posso voltar, a Valentina …— Baba, está apaixonado? Você está se importando com uma garota - ele riu - Eu não posso acreditar.— Cale a boca Asaf, não posso deixar o pai da Valentina, ele está em tratamento e eu fiz um acordo com ela. E eu cumpro o que prometo.— Eu sei disso. O que vamos fazer? - Asaf m
Emir Aksoy No silêncio do elevador, eu podia ouvir apenas minha própria respiração. E prestava atenção no que podia acontecer a qualquer momento. As luzes estavam apagadas, mergulhando o espaço em completa escuridão. Com um sentimento de urgência, peguei minha arma da cintura e acendi a lanterna do celular. A luz fraca iluminou o interior somente para ter certeza que eu estava sozinho.Sem saber o que esperar, apertei o botão de emergência do elevador, mas nada aconteceu. A sensação de estar preso, à mercê de um inimigo desconhecido, fez meu coração acelerar. E a tensão crescia a cada segundo.A raiva começou a se apoderar de mim. Como alguém ousava tentar fazer algo contra mim? Eu estava determinado a proteger minha vida e minha posição na máfia. A luz da lanterna do celular refletia em meus olhos, transmitindo minha determinação e ira.De repente, o elevador deu um solavanco e voltou a se mover. Parou em um andar que não era o meu destino original. As portas se abriram, revelando u