AndréLorenna terminava de se arrumar, enquanto eu conversava com Ian por mensagem. Meu primo decidiu viajar com meu pai, dessa forma teria tempo para descansar a mente e pensar melhor. Isabella não quis ficar comigo no final de semana, então mamãe acabou não viajando com o esposo. Dessa maneira a neta não ficaria em casa só com os funcionários. É claro que no almoço, dona Rose não perdeu a oportunidade de criticar mais uma vez meu namoro, ao dizer que Lorenna estava atrapalhando a relação entre mim e a minha filha.— Amor, estou pronta — Lorenna diz, saindo do banheiro. Ela usava uma blusa branca, com calça jeans que se molda perfeitamente em suas coxas e um sorriso encantador. Parei por alguns segundos, vendo seu rosto feliz e me dei conta que não fui errado quando decidi morarmos juntos.— Você está linda como sempre — respondi, levantando-me do colchão, guardando o celular no bolso da calça social, puxando-a para perto de mim pela cintura.— Vamos agora. Não é bom chegar atrasado,
LaisaSentada no banco de cimento, aguardo a visita da minha mãe. Estava presa nesse buraco há vinte dias, tentando parecer forte, porém quase desabando a cada segundo que permaneço naquela cela com aquelas mulheres nojentas. Minha sorte é que uma das líderes, meio que me adotou e dessa forma, me mantenho afastada das outras. Jussara encontrava-se presa por tráfico de drogas, entretanto ao contrário de mim, ela sempre viveu nesse mundo e para ela a prisão era mais do que uma salvação, era uma vida que a mantinha viva. Confesso que não entendi muito bem o que quis dizer com isso, porém ao contar a minha situação, zombou dizendo que eu ainda era jovem, que um dia aprenderia a diferença do certo e errado, compreenderia que nem sempre o que pensamos ser o correto de fato seja. A advogada me visitou durante a semana, contando o que eu já sabia: Luciano sumiu como fumaça, deixando que eu fosse acusada por tudo. Ao ouvir que os quatro patetas, concordaram em depor ao meu favor, tirou um peso
AndréFinalizei o esboço do novo empreendimento que a construtora participará no próximo ano. A construção de casas populares em parceria com um banco conhecido, não traria somente um bom retorno financeiro, como colocaria o nome da nossa empresa no topo. Desliguei o notebook, apagando a luz, fechei a porta do meu escritório, caminhando até a cozinha para beber um copo de água antes de subir para o quarto. O domingo foi divertido com a presença da Juliana e do Carlos. Com uma idade próxima à minha, nos tornamos amigos. Ele contou por alto como foi a carona da mãe da Lorenna até o presídio. Percebi que no almoço, Lorenna evitava comentar sobre sua irmã, quando questionada por Juliana. Preocupava-me a situação em que aquela menina se encontrava, porém, não queria me intrometer tanto neste problema, mesmo quando prometi que ajudaria Lorenna com o que fosse preciso. Após beber água, lavei o copo, deixando no corredor e apaguei as luzes, subindo para o nosso quarto. No dia seguinte, teria
AndréParei o carro, na entrada do colégio de Isabella. Enviei mensagem para o celular, avisando que aguardava por ela na saída. Lorenna ligou, mais cedo, contando que iria até a casa da sua mãe e perguntou se eu poderia buscá-la. Avisei que não precisava se preocupar, que assim que saísse da empresa iria até a comunidade. O clima no escritório foi com meu primo chorando, literalmente por conta do seu noivado que iria acontecer esta semana. Meu pai o aconselhou a se conformar com o destino e que ele tentasse fazer com que o casamento desse certo e fosse um pai presente para o filho. Olhava alguns esboços no celular, quando ouço o barulho de alguém batendo no vidro do carro. Isabella acenou e destravei a porta para que minha filha entrasse.— Ainda bem que o senhor chegou cedo — Bella diz, dando um beijo em minha bochecha, a menina assim que entrou no carro, tratou de jogar a mochila no banco traseiro e logo depois colocou o cinto de segurança.— Então, em qual restaurante minha prince
Laisa— Hey, vai ficar muda?Jussara chama minha atenção. Desde o momento em que saímos da sala de consulta, estou tentando processar a notícia de que vou ter um filho. Uma criança, daquele maldito do Luciano que não pensou duas vezes em me abandonar aqui nesse inferno.— Você precisa me ajudar — é a primeira coisa que falo para Jussara — consegue um remédio para que eu tire essa criança. Eu dou um jeito de conseguir dinheiro se for preciso, arruma a medicação para que eu possa tomar. Eu não quero ter esse filho, quando não sei nem o que vai ser da minha vida daqui para frente.Digo, baixinho, mas a vontade que eu tenho é de gritar. Eu não quero ter um filho, nunca quis ter filhos e não posso me ferrar mais do que estou. Minha mãe é doente, minha irmã me odeia da mesma forma que eu não suporto Lorenna e como uma criança vai ser criada nesse mundo?Não quero assumir essa responsabilidade e vou fazer o possível para me livrar dessa criança.— Você quer levar um tapa para acordar para vi
LorennaTive um jantar tranquilo com minha mãe e o André. O meu namorado, foi atencioso e ficou surpreso ao ouvir o pedido de desculpas que mamãe disse a ele. André deixou claro que as intenções para comigo eram as mais sinceras e que pensava em formalizar a nossa relação, quando tudo relacionado a Laisa se resolvesse. Mamãe não escondeu o fato de morar com André logo após eu ter saído do emprego, porém disse que eu era adulta e sabia o certo e o errado.— Amor, vou ao shopping com a Juliana na quinta-feira. Não sei qual roupa usar no jantar do seu primo — respondi, acariciando seu rosto ao mesmo tempo que André prestava atenção no trânsito.— Tranquilo. Vocês vão jantar por lá? Assim, tiro um tempo para conversar melhor com o Ian. Com tantas coisas para resolver, tenho conversado pouco com o meu primo. Hoje no escritório ele desabafou comigo e com o meu pai, sobre o noivado.André comentou.— Será que o seu primo está fazendo a coisa certa?Questiono. Juliana comentou comigo, que ach
André— Obrigado, por me convidar para jantar. Estava me sentindo nervoso com a chegada do noivado.Ian e eu estamos em um restaurante, próximo de casa. Lorenna saiu com Juliana e aproveitei para conversar melhor com Ian. Afinal de contas, estávamos afastados por conta dos nossos problemas. Sei que o meu primo precisa de mim e eu estou em falta com ele.— Saiba que estou ao seu lado, independente da sua decisão e espero de coração que você e Luciana possam ser felizes como eu estou sendo com Lorenna.Ian rir do que eu falo.— Primo, agradeço a sua preocupação comigo, porém nunca vou amar a Luciana e honestamente esse casamento vai durar até o meu filho nascer e eu conseguir o divórcio.Ian diz, sem esconder o que ele realmente está pensando.— Tem certeza?Questiono.— Absoluta! Pensei e repensei em tudo, vou casar com a Luciana, esperar nosso filho nascer e quando a criança completar dois anos eu peço o divórcio. Deixarei claro que é somente por conta da gravidez e não vou mudar a mi
Isabella— Rose, volto para casa mais cedo e deixei avisado no escritório sobre o noivado do nosso sobrinho.Ouvia a conversa dos meus avós, deitada no sofá da sala, fingia ler um livro, quando, na verdade, fiquei aqui, somente para ouvir sobre o noivado do meu primo. Tudo estava pronto para o jantar de amanhã e até mesmo consegui convencer a vovó a convidar Amanda, minha amiga da escola e assim ela poderia me fazer companhia, nesse maldito jantar de noivado. Meu sexto sentido, alerta que Luciana armou para que Ian casasse com ela, usando essa gravidez que para mim é algo que foi planejado para enganar meu primo. Sei que é errado, pensar assim, de outra mulher, porém pessoas como Luciana, sonsas e que se fazem de boazinhas, pode se esperar tudo.— Bella — vovô chama a minha atenção. Sentei-me melhor no sofá para ouvir o que ele quer falar comigo — Oi, vovô, o que o senhor precisa? — questiono.— Seu pai contou que vocês dois se entenderam no almoço — vovô Antônio diz.— Não quero fica