LorennaSaímos do elevador, caminhando pelo corredor até a recepção. O prédio em que o escritório ficava, existiam várias salas de advocacia e contabilidade.— Boa tarde! Digo para a recepcionista sorridente até demais ao ver André ao meu lado.— Boa tarde, senhorita! Em que posso lhe ajudar?Pergunta, sem tirar os olhos do homem ao meu lado.— Tenho um horário marcado com a doutora Suzana — respondo de forma séria— Qual o seu nome?Pergunta, eu respondo passando nome.— Senhorita Lorenna, pode aguardar que a doutora está encerrando uma reunião em breve — diz apontando para o sofá que existe ali na recepção.— Aceitam uma água, café ou suco?Eu nego, olhando para André que responde que não queria nada. De mãos dadas, vamos sentar, aguardando sermos chamados.— Vai ficar tudo bem — André sorri para mim, confortando-me ao ver como estou ansiosa.— Ao meu lado, sei que tudo fica melhor — respondi beijando seus lábios.Aguardamos cerca de dez minutos, até que a recepcionista veio até nós
AndréVoltei para casa com o pensamento, em toda a situação envolvendo Lorenna, sua irmã e de certa forma a nossa relação. Tentei convencê-la de que o melhor seria esperar o dia seguinte e com calma contar tudo para sua mãe, porém ela achou melhor resolver tudo hoje. Por um lado sentia-me aliviado, pois de certa forma encontraria a solução para a questão da irmã, Lorenna faria sua mãe entender que a filha deveria pagar por seus crimes. Ao entrar em casa, encontrei meus pais e minha filha na sala. Uma cena comum para minha família. Logo eu não participaria desses momentos, entretanto faria com que Lorenna fizesse parte da minha vida.— Filho, chegou cedo — meu pai diz, assim que entrei na sala.— Resolvi o que precisava, então vim direto para casa — respondi, tirando o terno e deixando em cima do sofá. Fui sentar ao lado de Isabella, que se afastou assim que me aproximei.— Vou pedir que Lissandra coloque mais um prato na mesa — minha mãe respondeu, se recusando a olhar em meu rosto.—
AndréO jantar com os meus pais foi com minha mãe, sem falar comigo, respondendo apenas ao meu pai. Lissandra levou o jantar de Isabella no quarto e eu continuei com a decisão tomada sem pensar em voltar. Minha filha, teria que entender.— André, falei com Renata sobre a viagem no final de semana. Como você vai na festa de aniversário da filha do Leonardo, pensei em levar sua mãe comigo nessa viagem.Minha mãe levanta o rosto demonstrando surpresa em seu rosto.— Qual viagem você se refere?Dona Rose questiona.— Na sexta-feira, viajo para o interior, minha querida. Esqueceu da inspeção às obras no litoral?Meu pai respondeu.— Com tantos problemas acontecendo em nossa família, havia esquecido totalmente. Seu sobrinho ligou para mim, pedindo que eu vá conversar com Angela sobre a gravidez da Luciana. Ao menos Ian respeita os mais velhos e pede opinião dos seus tios, quando se trata da vida pessoal.Percebi a indireta vindo para mim. Não pude deixar de rir, ao ouvir minha mãe agindo co
LorennaEstava na sala, aguardando a chegada do André. O jantar com a minha mãe foi um desastre, com o choro o tempo inteiro. A conversa que tive, não resolveu muita coisa, pois para minha mãe, Laisa era inocente e Luciano é quem deveria estar preso. Expliquei, detalhando toda a situação, o encontro com a advogada, situação complicada que Laisa se encontra, porém, nada disso resolveu. O lado bom é que minha mãe, meio que parou de acusar-me e podemos ter um diálogo sem discussão. Talvez isso seja, por contar que perdi o emprego devido ao que houve e minha mãe, ao menos, sentiu que fui prejudicada por erros de terceiros. Questionou o meu relacionamento com André, mesmo não aceitando eu ir viver com ele, sendo bancada pelo meu amante. Isso foram palavras dela. Não me senti ofendida, pois, no fundo, sei que disse isso somente para tentar f
Laisa— Hey docinho, vamos que você tem visita — estava sentada no chão, pensando como iria sair daqui e rezando para que Luciano resolvesse tudo para que eu fosse solta. Não se passou uma semana desde que fui presa e vivi um inferno, ao lado dessas mulheres horrorosas. Ao ouvir a carcereira chamando por mim, levantei com a esperança de boas notícias. Depois que eu saísse daqui, iria embora para outra cidade e recomeçar longe da família que tenho. Minha mãe que ficasse aqui, sendo burra de carga da Lorenna, pois meus planos eram outros e ela não fazia parte de nenhum deles.— Você é uma coisinha bem sortuda — escuto a mulher falando, no momento que saí daquela cela. Ouvi os sussurros das outras, enquanto passava, porém, não queria ter que ouvir nada dessas nojentas. Fui levada até uma sala e ao entrar, deparei-me com uma mulher por volta dos cinquenta anos, usando calça social e terno, de pé ao lado da mesa.— Aproveite a diversão, docinho — a carcereira saiu deixando as duas sozinhas
AndréLorenna terminava de se arrumar, enquanto eu conversava com Ian por mensagem. Meu primo decidiu viajar com meu pai, dessa forma teria tempo para descansar a mente e pensar melhor. Isabella não quis ficar comigo no final de semana, então mamãe acabou não viajando com o esposo. Dessa maneira a neta não ficaria em casa só com os funcionários. É claro que no almoço, dona Rose não perdeu a oportunidade de criticar mais uma vez meu namoro, ao dizer que Lorenna estava atrapalhando a relação entre mim e a minha filha.— Amor, estou pronta — Lorenna diz, saindo do banheiro. Ela usava uma blusa branca, com calça jeans que se molda perfeitamente em suas coxas e um sorriso encantador. Parei por alguns segundos, vendo seu rosto feliz e me dei conta que não fui errado quando decidi morarmos juntos.— Você está linda como sempre — respondi, levantando-me do colchão, guardando o celular no bolso da calça social, puxando-a para perto de mim pela cintura.— Vamos agora. Não é bom chegar atrasado,
LaisaSentada no banco de cimento, aguardo a visita da minha mãe. Estava presa nesse buraco há vinte dias, tentando parecer forte, porém quase desabando a cada segundo que permaneço naquela cela com aquelas mulheres nojentas. Minha sorte é que uma das líderes, meio que me adotou e dessa forma, me mantenho afastada das outras. Jussara encontrava-se presa por tráfico de drogas, entretanto ao contrário de mim, ela sempre viveu nesse mundo e para ela a prisão era mais do que uma salvação, era uma vida que a mantinha viva. Confesso que não entendi muito bem o que quis dizer com isso, porém ao contar a minha situação, zombou dizendo que eu ainda era jovem, que um dia aprenderia a diferença do certo e errado, compreenderia que nem sempre o que pensamos ser o correto de fato seja. A advogada me visitou durante a semana, contando o que eu já sabia: Luciano sumiu como fumaça, deixando que eu fosse acusada por tudo. Ao ouvir que os quatro patetas, concordaram em depor ao meu favor, tirou um peso
AndréFinalizei o esboço do novo empreendimento que a construtora participará no próximo ano. A construção de casas populares em parceria com um banco conhecido, não traria somente um bom retorno financeiro, como colocaria o nome da nossa empresa no topo. Desliguei o notebook, apagando a luz, fechei a porta do meu escritório, caminhando até a cozinha para beber um copo de água antes de subir para o quarto. O domingo foi divertido com a presença da Juliana e do Carlos. Com uma idade próxima à minha, nos tornamos amigos. Ele contou por alto como foi a carona da mãe da Lorenna até o presídio. Percebi que no almoço, Lorenna evitava comentar sobre sua irmã, quando questionada por Juliana. Preocupava-me a situação em que aquela menina se encontrava, porém, não queria me intrometer tanto neste problema, mesmo quando prometi que ajudaria Lorenna com o que fosse preciso. Após beber água, lavei o copo, deixando no corredor e apaguei as luzes, subindo para o nosso quarto. No dia seguinte, teria