Lorenna— Lorenna, vamos dar tempo ao tempo. Assim que o corretor chegar com a chave, entramos com suas coisas, depois vamos até o escritório do doutor Cortez e na volta passamos no supermercado — André disse, enquanto segurava minha mão. Para ele é como se algo simples estivesse acontecendo.— Será que fiz certo aceitar ficar aqui?Questionei mais para mim mesmo.— Fizemos o certo, vamos continuar juntos como um casal e não tem possibilidade de algo mudar em nossa relação. Só não abri o jogo com meus pais, em respeito a você. Porém confesso que minha vontade era de contar tudo de uma vez.André, se afastou olhando-me nos olhos com doçura.— Espero que não se arrependa de ficar comigo — disse com toda sinceridade.André olhou-me com carinho, limpou a lágrima que rolou pelo meu rosto e quando aproximou sua boca da minha, fomos interrompidos pela batida na janela do carro. Nossa sorte é o vidro fumê, assim quem estava de fora não viu nosso momento íntimo. André se livrou do cinto e desc
LorennaAndré precisou ir embora mais cedo, mudando os planos de jantar comigo na primeira noite. A conversa com o advogado foi esclarecedora. Descobri que Laisa desceria para o presídio e que esperaria presa na penitenciária feminina o julgamento, visto que ela foi a única acusada como mandante de tudo. Doutor Cortez quis saber, se eu desejava denunciar Laisa, por conta de tentar me incriminar, entretanto, recusei, pedindo apenas que tudo fosse resolvido. Se tivesse sorte, ficaria presa por no máximo cinco anos, estourando sete. A pena por tráfico de drogas era o que pesava mais. Enquanto guardava as compras na geladeira, meu celular tocou. Peguei o aparelho, atendendo a ligação.— Amiga, vem logo abrir o portão, que estou louca para entrar na sua casa — Juliana, com sua voz escandalosa, falava do outro lado. Deixei o celular em cima da ilha, indo para a sala. Teria que ligar o alarme e aprender a mexer na câmera de segurança. André me explicou por alto, dizendo que no dia seguinte d
AndréSentado com Ian, ouvia meu primo chorando praticamente com o problema que teria que enfrentar a partir de agora. Luciana confirmou a gravidez, indo até a minha casa para contar tudo para mamãe. Ian disse que ela foi pega de surpresa como todos, ao descobrir a demissão de Lorenna e o assalto. Pediu perdão por indicar a colega de faculdade, dizendo que não imaginava que na família dela, existiam tipos como a irmã mais nova. Meu primo confessou, que não reconheceu Luciana, muito menos a forma que ela se referia a Lorenna.— Ainda não consigo acreditar, que eu realmente vou ser pai. Puta que pariu, me sinto um completo idiota, por aceitar a carona daquela maluca, ainda por cima não segurando meu pau dentro da cueca.Tive que rir da forma que Ian se referia a si.— Não vou poder te ajudar ou aconselhar nesse momento. Eu tenho muita preocupação na cabeça para ter que acrescentar uma à minha mente — respondi, bebendo de uma só vez o restante da soda que havia pedido. Jantamos no restau
AndréImaginava a reação tanto da minha mãe, quanto da minha filha. Eu tinha plena consciência que Ian e o meu pai seriam os únicos apoiando a nossa relação. Entendia também que era difícil para Isabella aceitar, que o pai estava apaixonado e ainda por cima por uma mulher tão jovem. Contudo, não abriria mão da minha felicidade para satisfazer as vontades de quem quer que fosse. Mesmo sendo minha mãe e filha.— André, meu garoto, como você soltou a bomba dessa forma?Papai diz, vindo sentar-se ao meu lado no sofá.— Não é nenhuma bomba, papai. Informei apenas do meu namoro, é apenas isso — dei de ombros, sentindo-me como se tivesse quinze anos novamente.— Sua mãe logo aceita a Lorenna como nora.Ele disse, tentando me deixar mais tranquilo. Eu não estava esperando aceitação da minha mãe ou filha. Queria apenas viver ao lado de Lorenna sem precisar nos esconder.— Não contei direito o que desejava, pois eu imaginava a reação de ambas — falei, pronto para contar que iria morar com Loren
AndréApós conversar com Bella, fui para o meu quarto, tomei um banho quente para relaxar os músculos, peguei uma cueca bóxer, vesti e fui para a cama. Apanhei o meu celular, que deixei em cima da cama, ligando para Lorenna. Era tarde, porém queria ouvir sua voz antes de dormir.— Alô!Ouço sua voz sonolenta do outro lado da linha. Imaginei ela deitada em nossa cama, pensando que em breve dormiria e acordaria ao seu lado todos os dias.— Te acordei?Perguntei, acomodando-me melhor na cama.— Acabei cochilando na sala, enquanto assistia ao filme. Tudo bem por aí?Quis saber com a voz sem disfarçar o nervosismo.— Tranquilo por enquanto. Contei para todos sobre nosso namoro. Tanto os meus quanto a minha filha sabem da nossa relação.Estiquei as pernas na cama, tentando relaxar os músculos cansados.— André! Com certeza foi uma confusão — Lorenna disse eu tratei de tranquilizar minha namorada.— Não foi fácil, isso não vou esconder de você. Porém, meu pai está ao nosso lado. Agora minha
Lorenna— Você é muito teimosa — Juliana fala, enquanto dobra as roupas de cima da cama, guardando nas gavetas da cômoda — abre a boca e conta tudo de uma vez para a tia, ao invés de ficar floreando as palavras.Cheguei na casa da minha amiga, triste com a discussão que tive com a minha mãe. Liguei para André, contando que passaria a manhã com Juliana, ocultei o motivo de não ter ficado na casa da minha mãe. Ele tinha os seus problemas e não queria ter que ficar dando mais trabalho ainda.— Tentei falar sem enfeitar as coisas como você disse — falei, deitada na cama, ao lado das roupas que Juliana dobrava. O quarto dela parecia uma zona de guerra quando cheguei.— Contou para o André que você veio aqui para casa?Juliana perguntou, eu respondi que sim. Tentei distrair-me com as conversas dela, sobre Carlos que ligou querendo saber como eu estava e a situação envolvendo Laisa. Que ele havia oferecido ajuda para o que fosse e que conhecia uma boa advogada criminalística.— Amiga, vou te
AndréBusquei Lorenna na casa da amiga, no horário marcado. No trajeto até o restaurante tentei distraí-la contando sobre Ian e Luciana, porém sem sucesso visto que ela não prestava atenção a nada do que eu falava. No restaurante o almoço transcorreu com ela, distraída mexendo na comida desinteressada. Voltamos para a casa, comigo recebendo apenas poucas respostas vindo dela. Agora na cozinha, enquanto eu instalava uma prateleira na parede, para colocar potes de mantimentos, Lorenna estava sentada na banqueta olhando-me trabalhar. Estava sem camisa, usando apenas a calça social, enquanto terminava de parafusar a prateleira. Virei-me de lado, perguntando sobre a visita até a casa de sua mãe.— Meu amor, sua mãe disse algo a você que te magoou?Perguntei.Lorenna olhou-me com um sorriso triste.— Mamãe culpa-me por tudo que vem acontecendo com Laisa. Disse que eu devo dar o meu jeito de livrar aquela garota da prisão.Respondeu-me. Ao ouvir minha garota falando assim, sinto raiva por ou
LaisaEstou vivendo um pesadelo!É o meu pensamento ao entrar naquele lugar. Fui revistada como se fosse um animal. Senti-me constrangida com todas as perguntas e ainda por cima, quando tive que ficar nua na frente daquelas policiais. Mulheres com cara de mal-encaradas tratando-me como se eu fosse um lixo. Quem elas acham que são para me humilhar assim? Quem deveria estar passando por tudo isso era a desgraçada daquela Lorenna e não eu. O delegado, fez questão de dizer que eu precisava de toda a sorte do mundo para sair daqui. O Luciano iria me salvar, tenho certeza que meu homem, aguardava o momento certo para me tirar da prisão. Eu aguentaria tudo, pois a certeza de que minha estadia nesse lugar seria breve, é o que me dava forças para continuar. Eu não tinha um advogado de defesa até o momento. Será que nem isso aquela puta conseguiria para mim? E mamãe que não aparecia para me visitar. Eu preciso, de uma forma ou outra, agir rápido para convencer a mamãe da minha inocência. Lucian