LaisaEstou vivendo um pesadelo!É o meu pensamento ao entrar naquele lugar. Fui revistada como se fosse um animal. Senti-me constrangida com todas as perguntas e ainda por cima, quando tive que ficar nua na frente daquelas policiais. Mulheres com cara de mal-encaradas tratando-me como se eu fosse um lixo. Quem elas acham que são para me humilhar assim? Quem deveria estar passando por tudo isso era a desgraçada daquela Lorenna e não eu. O delegado, fez questão de dizer que eu precisava de toda a sorte do mundo para sair daqui. O Luciano iria me salvar, tenho certeza que meu homem, aguardava o momento certo para me tirar da prisão. Eu aguentaria tudo, pois a certeza de que minha estadia nesse lugar seria breve, é o que me dava forças para continuar. Eu não tinha um advogado de defesa até o momento. Será que nem isso aquela puta conseguiria para mim? E mamãe que não aparecia para me visitar. Eu preciso, de uma forma ou outra, agir rápido para convencer a mamãe da minha inocência. Lucian
André— Você me espera, na praça de alimentação do Shopping. Almoçamos juntos e depois vamos até o escritório da advogada.Terminei de beber meu suco, passava um pouco das sete da manhã. Acordamos tarde e por mim, teria ficado o dia inteiro com Lorenna na cama. Os momentos que estamos vivendo, eram mais do que perfeitos para mim. Chegaria em casa e pediria para Lissandra, separar uma mala com algumas roupas. Começaria a mudança e avisaria minha mãe primeiro. A noite conversaria com Isabella, minha filha era uma garota inteligente, iria entender e aceitar.— Eu vou aproveitar para criar alguns banners e reavivar o meu perfil de professora. Quem sabe assim eu consigo alguns trabalhos. Estou até pensando em retomar as revisões de texto e TCC.Lorenna diz, começando a limpar a mesa. Não insisti na questão de conversar com um conhecido para conseguir uma entrevista. Detalhes bobos, não seriam motivos para atrapalhar a nossa vida.— Você com toda certeza vai conseguir — levantei-me indo até
André— Filho, sua mãe vai aceitar Lorenna. Basta ter paciência. Conheço bem Roseli, sei que ela gosta muito daquela jovem, então calma que em breve tudo se ajeita.Meu pai, estava em meu escritório, conversando comigo sobre as mudanças que estão acontecendo e também questionou a situação de Laisa. Contei sobre a advogada, até avisei que Cortez disse-me que a mulher era realmente a melhor na área, tanto que participou de fórum sobre mulheres que entram no mundo do crime por meio de relacionamentos, que muitas foram enganadas, pagando pelos crimes dos parceiros, entretanto o que ouvi da Lorenna e como Cortez se referiu a Laisa, sabia bem que a garota tinha plena consciência do que fazia.— Hoje a noite, passo em casa para buscar minhas coisas e conversar com Isabella — respondi, enquanto começava a organizar as pastas para amanhã. Não trabalharia novamente na parte da tarde, tirando o restante do dia para sair com Lorenna e resolver a situação da irmã.— Seu primo, ligou cedo para avis
LorennaTive uma manhã corrida em casa, organizando algumas coisas do trabalho, liguei para Juliana e contei da reunião com a advogada hoje a tarde e descobri que minha mãe havia saído cedinho para procurar um defensor público que pudesse defender Laisa. Minha amiga comentou que insistiu para que mamãe ficasse em casa, que eu tentaria resolver tudo, entretanto sem sucesso. Mamãe era teimosa demais, confesso que fiquei chateada ao ouvir Juliana contar que minha mãe deu a entender que eu não estava fazendo esforço algum para tirar minha irmã da cadeia. Será que ter perdido o emprego, ser acusada indiretamente de fazer parte do assalto, presa injustamente não era o suficiente? Tudo bem, que não tive a oportunidade, na realidade não quis expor toda a verdade para minha mãe em relação a tudo que aconteceu, porém, era conhecia a filha o suficiente para saber que eu sempre fiz tudo para manter nossa família unida, mesmo com Laisa passando a me tratar mal, quando entrou na adolescência, um te
LorennaSaímos do elevador, caminhando pelo corredor até a recepção. O prédio em que o escritório ficava, existiam várias salas de advocacia e contabilidade.— Boa tarde! Digo para a recepcionista sorridente até demais ao ver André ao meu lado.— Boa tarde, senhorita! Em que posso lhe ajudar?Pergunta, sem tirar os olhos do homem ao meu lado.— Tenho um horário marcado com a doutora Suzana — respondo de forma séria— Qual o seu nome?Pergunta, eu respondo passando nome.— Senhorita Lorenna, pode aguardar que a doutora está encerrando uma reunião em breve — diz apontando para o sofá que existe ali na recepção.— Aceitam uma água, café ou suco?Eu nego, olhando para André que responde que não queria nada. De mãos dadas, vamos sentar, aguardando sermos chamados.— Vai ficar tudo bem — André sorri para mim, confortando-me ao ver como estou ansiosa.— Ao meu lado, sei que tudo fica melhor — respondi beijando seus lábios.Aguardamos cerca de dez minutos, até que a recepcionista veio até nós
AndréVoltei para casa com o pensamento, em toda a situação envolvendo Lorenna, sua irmã e de certa forma a nossa relação. Tentei convencê-la de que o melhor seria esperar o dia seguinte e com calma contar tudo para sua mãe, porém ela achou melhor resolver tudo hoje. Por um lado sentia-me aliviado, pois de certa forma encontraria a solução para a questão da irmã, Lorenna faria sua mãe entender que a filha deveria pagar por seus crimes. Ao entrar em casa, encontrei meus pais e minha filha na sala. Uma cena comum para minha família. Logo eu não participaria desses momentos, entretanto faria com que Lorenna fizesse parte da minha vida.— Filho, chegou cedo — meu pai diz, assim que entrei na sala.— Resolvi o que precisava, então vim direto para casa — respondi, tirando o terno e deixando em cima do sofá. Fui sentar ao lado de Isabella, que se afastou assim que me aproximei.— Vou pedir que Lissandra coloque mais um prato na mesa — minha mãe respondeu, se recusando a olhar em meu rosto.—
AndréO jantar com os meus pais foi com minha mãe, sem falar comigo, respondendo apenas ao meu pai. Lissandra levou o jantar de Isabella no quarto e eu continuei com a decisão tomada sem pensar em voltar. Minha filha, teria que entender.— André, falei com Renata sobre a viagem no final de semana. Como você vai na festa de aniversário da filha do Leonardo, pensei em levar sua mãe comigo nessa viagem.Minha mãe levanta o rosto demonstrando surpresa em seu rosto.— Qual viagem você se refere?Dona Rose questiona.— Na sexta-feira, viajo para o interior, minha querida. Esqueceu da inspeção às obras no litoral?Meu pai respondeu.— Com tantos problemas acontecendo em nossa família, havia esquecido totalmente. Seu sobrinho ligou para mim, pedindo que eu vá conversar com Angela sobre a gravidez da Luciana. Ao menos Ian respeita os mais velhos e pede opinião dos seus tios, quando se trata da vida pessoal.Percebi a indireta vindo para mim. Não pude deixar de rir, ao ouvir minha mãe agindo co
LorennaEstava na sala, aguardando a chegada do André. O jantar com a minha mãe foi um desastre, com o choro o tempo inteiro. A conversa que tive, não resolveu muita coisa, pois para minha mãe, Laisa era inocente e Luciano é quem deveria estar preso. Expliquei, detalhando toda a situação, o encontro com a advogada, situação complicada que Laisa se encontra, porém, nada disso resolveu. O lado bom é que minha mãe, meio que parou de acusar-me e podemos ter um diálogo sem discussão. Talvez isso seja, por contar que perdi o emprego devido ao que houve e minha mãe, ao menos, sentiu que fui prejudicada por erros de terceiros. Questionou o meu relacionamento com André, mesmo não aceitando eu ir viver com ele, sendo bancada pelo meu amante. Isso foram palavras dela. Não me senti ofendida, pois, no fundo, sei que disse isso somente para tentar f