LorennaAndré saiu do quarto, pedindo que eu esperasse que ele viria ajudar com as minhas coisas. Limpo as lágrimas que continuam caindo e tento manter a mente calma. Recordar das palavras que a dona Rose disse é muito doloroso. Nem parecia a senhora que me contratou meses atrás. Quando acordei e Lissandra, avisou que os patrões desejavam falar comigo no escritório. Era tão cedo que até assustei com a hora, porém assim que recebi o aviso fui até os dois. Deparei-me com seu Antônio um tanto nervoso, enquanto dona Rose demonstrava raiva no olhar.Ao recordar suas palavras, dizendo que não poderia aceitar em sua casa, uma moradora de favela, foi como um tapa em meu rosto. Não contaria para André as insinuações sobre a babá dando em cima do patrão, nem que garotas jovens, vinda do lugar que nasci, costumavam aplicar golpes em homens mais velhos e com dinheiro. Era como se outra pessoa estivesse à minha frente, ofendendo-me com palavras que me deixavam sem ter o que responder. Apenas conco
LorennaLevando uma bolsa menor na mão e a mala de carrinho na outra, caminhava com André ao meu lado, recordando dos bons momentos que vivi nesta mansão. Sentiria muita falta, das conversas com Lissandra, de quando dona Rose chamava para acompanhar a jardinagem, explicando sobre as plantas e flores.— Te disse que vai ficar tudo bem — André disse-me ao mesmo tempo que carregava as duas caixas com as minhas coisas. Com toda certeza sua mãe iria estranhar o cuidado que o filho estava tendo com uma simples funcionária. Não disse nada, apenas sorri para André, antes de chegarmos à sala de estar.Quando surgimos na sala, encontrei a dona Rose de pé, de frente a janela de vidro, que mostrava uma parte do jardim e o marido sentado no sofá. Ao notar nossa presença, seu Antônio sorriu como se quisesse dizer que ficaria tudo bem.— Mamãe, estou indo deixar Lorenna e retorno para casa à noite — André disse, parado na sala, com aquelas duas caixas em suas mãos. A mãe virou o rosto, surpresa ao p
Lorenna— Lorenna, vamos dar tempo ao tempo. Assim que o corretor chegar com a chave, entramos com suas coisas, depois vamos até o escritório do doutor Cortez e na volta passamos no supermercado — André disse, enquanto segurava minha mão. Para ele é como se algo simples estivesse acontecendo.— Será que fiz certo aceitar ficar aqui?Questionei mais para mim mesmo.— Fizemos o certo, vamos continuar juntos como um casal e não tem possibilidade de algo mudar em nossa relação. Só não abri o jogo com meus pais, em respeito a você. Porém confesso que minha vontade era de contar tudo de uma vez.André, se afastou olhando-me nos olhos com doçura.— Espero que não se arrependa de ficar comigo — disse com toda sinceridade.André olhou-me com carinho, limpou a lágrima que rolou pelo meu rosto e quando aproximou sua boca da minha, fomos interrompidos pela batida na janela do carro. Nossa sorte é o vidro fumê, assim quem estava de fora não viu nosso momento íntimo. André se livrou do cinto e desc
LorennaAndré precisou ir embora mais cedo, mudando os planos de jantar comigo na primeira noite. A conversa com o advogado foi esclarecedora. Descobri que Laisa desceria para o presídio e que esperaria presa na penitenciária feminina o julgamento, visto que ela foi a única acusada como mandante de tudo. Doutor Cortez quis saber, se eu desejava denunciar Laisa, por conta de tentar me incriminar, entretanto, recusei, pedindo apenas que tudo fosse resolvido. Se tivesse sorte, ficaria presa por no máximo cinco anos, estourando sete. A pena por tráfico de drogas era o que pesava mais. Enquanto guardava as compras na geladeira, meu celular tocou. Peguei o aparelho, atendendo a ligação.— Amiga, vem logo abrir o portão, que estou louca para entrar na sua casa — Juliana, com sua voz escandalosa, falava do outro lado. Deixei o celular em cima da ilha, indo para a sala. Teria que ligar o alarme e aprender a mexer na câmera de segurança. André me explicou por alto, dizendo que no dia seguinte d
AndréSentado com Ian, ouvia meu primo chorando praticamente com o problema que teria que enfrentar a partir de agora. Luciana confirmou a gravidez, indo até a minha casa para contar tudo para mamãe. Ian disse que ela foi pega de surpresa como todos, ao descobrir a demissão de Lorenna e o assalto. Pediu perdão por indicar a colega de faculdade, dizendo que não imaginava que na família dela, existiam tipos como a irmã mais nova. Meu primo confessou, que não reconheceu Luciana, muito menos a forma que ela se referia a Lorenna.— Ainda não consigo acreditar, que eu realmente vou ser pai. Puta que pariu, me sinto um completo idiota, por aceitar a carona daquela maluca, ainda por cima não segurando meu pau dentro da cueca.Tive que rir da forma que Ian se referia a si.— Não vou poder te ajudar ou aconselhar nesse momento. Eu tenho muita preocupação na cabeça para ter que acrescentar uma à minha mente — respondi, bebendo de uma só vez o restante da soda que havia pedido. Jantamos no restau
AndréImaginava a reação tanto da minha mãe, quanto da minha filha. Eu tinha plena consciência que Ian e o meu pai seriam os únicos apoiando a nossa relação. Entendia também que era difícil para Isabella aceitar, que o pai estava apaixonado e ainda por cima por uma mulher tão jovem. Contudo, não abriria mão da minha felicidade para satisfazer as vontades de quem quer que fosse. Mesmo sendo minha mãe e filha.— André, meu garoto, como você soltou a bomba dessa forma?Papai diz, vindo sentar-se ao meu lado no sofá.— Não é nenhuma bomba, papai. Informei apenas do meu namoro, é apenas isso — dei de ombros, sentindo-me como se tivesse quinze anos novamente.— Sua mãe logo aceita a Lorenna como nora.Ele disse, tentando me deixar mais tranquilo. Eu não estava esperando aceitação da minha mãe ou filha. Queria apenas viver ao lado de Lorenna sem precisar nos esconder.— Não contei direito o que desejava, pois eu imaginava a reação de ambas — falei, pronto para contar que iria morar com Loren
AndréApós conversar com Bella, fui para o meu quarto, tomei um banho quente para relaxar os músculos, peguei uma cueca bóxer, vesti e fui para a cama. Apanhei o meu celular, que deixei em cima da cama, ligando para Lorenna. Era tarde, porém queria ouvir sua voz antes de dormir.— Alô!Ouço sua voz sonolenta do outro lado da linha. Imaginei ela deitada em nossa cama, pensando que em breve dormiria e acordaria ao seu lado todos os dias.— Te acordei?Perguntei, acomodando-me melhor na cama.— Acabei cochilando na sala, enquanto assistia ao filme. Tudo bem por aí?Quis saber com a voz sem disfarçar o nervosismo.— Tranquilo por enquanto. Contei para todos sobre nosso namoro. Tanto os meus quanto a minha filha sabem da nossa relação.Estiquei as pernas na cama, tentando relaxar os músculos cansados.— André! Com certeza foi uma confusão — Lorenna disse eu tratei de tranquilizar minha namorada.— Não foi fácil, isso não vou esconder de você. Porém, meu pai está ao nosso lado. Agora minha
Lorenna— Você é muito teimosa — Juliana fala, enquanto dobra as roupas de cima da cama, guardando nas gavetas da cômoda — abre a boca e conta tudo de uma vez para a tia, ao invés de ficar floreando as palavras.Cheguei na casa da minha amiga, triste com a discussão que tive com a minha mãe. Liguei para André, contando que passaria a manhã com Juliana, ocultei o motivo de não ter ficado na casa da minha mãe. Ele tinha os seus problemas e não queria ter que ficar dando mais trabalho ainda.— Tentei falar sem enfeitar as coisas como você disse — falei, deitada na cama, ao lado das roupas que Juliana dobrava. O quarto dela parecia uma zona de guerra quando cheguei.— Contou para o André que você veio aqui para casa?Juliana perguntou, eu respondi que sim. Tentei distrair-me com as conversas dela, sobre Carlos que ligou querendo saber como eu estava e a situação envolvendo Laisa. Que ele havia oferecido ajuda para o que fosse e que conhecia uma boa advogada criminalística.— Amiga, vou te