LorennaNão ficaria mais calada, nem mesmo abaixaria a cabeça para tudo que minha irmã fez. O limite da minha paciência chegou ao fim e eu não vou limpar a sujeira da minha irmã outra vez. Mamãe continuava chorando, dizendo que Laisa era inocente, que com toda certeza Luciano foi quem armou tudo para incriminar a namorada. De certa forma era irônico, porque tanto na primeira como agora na segunda, aquele vagabundo se livrou da prisão, enquanto a tonta da minha irmã foi quem levou a culpa. Não vou me surpreender se, no final de tudo, a única a pagar pelos crimes seja a minha irmã.— Mamãe, preciso contar toda a verdade para a senhora — comecei a falar, mamãe levanta o rosto que não esconde a raiva no olhar. Sou surpreendida com isso, pois minha mãe sempre foi amorosa comigo.— Contar qual é a verdade? Que você se prostitui? Que foi trabalhar na casa de gente rica, e não satisfeita com o salário que recebe, dorme com seu chefe, com idade para ser o seu pai, em troca de uma boa vida? Não
LorennaAndré dirigia de volta para casa. Desde o momento em que saí da delegacia, não pronunciei uma única palavra. André foi quem conversou com o advogado, pedindo que o homem encontrasse alguém para representar a minha irmã. Era engraçado, o homem que teve sua casa roubada, pagando um advogado para representar a mandante do crime. Ouvi a conversa dos dois, antes de entrar no carro. Laisa, até o momento, estava levando a culpa por tudo, até as drogas a polícia colocou como dela. Luciano continuava desaparecido e eu teria que conversar com Juliana depois sobre como andava a situação em casa. Mamãe, com toda certeza, moveria céus e terras para salvar a filha de ser presa. Olhei a hora no meu relógio de pulso, era um pouco mais de dez e meia da noite. Logo os meus patrões chegariam em casa, então eu teria mais um problema para enfrentar. Será que André continuaria comigo? Eu não acreditava em nada de bom acontecendo de agora em diante. Passei a mão pelo rosto, tentando manter minha men
AndréOlhei o horário em meu relógio de pulso. O voo que trazia meus pais posaria em breve. Ian já estava no aeroporto aguardando a chegada dos tios, enquanto eu permaneço sentado em minha poltrona, pensando em tudo que aconteceu desde o meu retorno. Para quem pensou que teria dois dias felizes ao lado da mulher que amava, tudo falhou em minha volta. Passei a mão pelo rosto, tentando pensar com calma. Lorenna veio até o escritório, avisando que iria até o seu quarto, tomar um banho e trocar de roupa. Me contou que conversou com Lúcio e Lissandra, pediu desculpa aos dois e ambos disseram que tudo era passado e que a garota não tinha que se culpar por erro de outra pessoa. Desde o momento que saí da casa dela, percebi que Lorenna estava preocupada com o rumo das coisas e com a reação dos meus pais, principalmente da minha mãe. Não queria preocupar minha garota com nada, porém, no fundo, eu já imagino que mamãe seria contra a nossa relação. Entretanto, não seria motivo para me afastar da
AndréLorenna ficou esperando comigo a chegada dos meus pais. Notei que mamãe estava estranha ao entrar em casa, porém imaginei que era somente cansaço do voo. Por ser tarde, achei melhor deixar para contar tudo no dia seguinte. Fomos todos dormir, eu insisti para Ian ficar na mansão, contudo meu primo disse que teria um compromisso no dia seguinte. Mamãe sabia da gravidez da Luciana e imaginei que isso era motivo para ela estar agindo de forma rude. Nem mesmo abraçou Lorenna quando a garota foi até ela, deixando minha namorada desconfiada. Antes de dormir, fui até o quarto dela, fazendo com que Lorenna se acalmasse. Eu não iria para a construtora novamente, primeiro porque precisava falar com meus pais sobre toda confusão e segundo porque não queria Lorenna enfrentando tudo sozinha. Como Ian sabia sobre o nosso relacionamento, apenas avisei ao meu primo que precisava organizar tudo. Cortez havia enviado mensagem logo cedo para mim, dizendo que Laisa iria descer para o presídio após o
LorennaAndré saiu do quarto, pedindo que eu esperasse que ele viria ajudar com as minhas coisas. Limpo as lágrimas que continuam caindo e tento manter a mente calma. Recordar das palavras que a dona Rose disse é muito doloroso. Nem parecia a senhora que me contratou meses atrás. Quando acordei e Lissandra, avisou que os patrões desejavam falar comigo no escritório. Era tão cedo que até assustei com a hora, porém assim que recebi o aviso fui até os dois. Deparei-me com seu Antônio um tanto nervoso, enquanto dona Rose demonstrava raiva no olhar.Ao recordar suas palavras, dizendo que não poderia aceitar em sua casa, uma moradora de favela, foi como um tapa em meu rosto. Não contaria para André as insinuações sobre a babá dando em cima do patrão, nem que garotas jovens, vinda do lugar que nasci, costumavam aplicar golpes em homens mais velhos e com dinheiro. Era como se outra pessoa estivesse à minha frente, ofendendo-me com palavras que me deixavam sem ter o que responder. Apenas conco
LorennaLevando uma bolsa menor na mão e a mala de carrinho na outra, caminhava com André ao meu lado, recordando dos bons momentos que vivi nesta mansão. Sentiria muita falta, das conversas com Lissandra, de quando dona Rose chamava para acompanhar a jardinagem, explicando sobre as plantas e flores.— Te disse que vai ficar tudo bem — André disse-me ao mesmo tempo que carregava as duas caixas com as minhas coisas. Com toda certeza sua mãe iria estranhar o cuidado que o filho estava tendo com uma simples funcionária. Não disse nada, apenas sorri para André, antes de chegarmos à sala de estar.Quando surgimos na sala, encontrei a dona Rose de pé, de frente a janela de vidro, que mostrava uma parte do jardim e o marido sentado no sofá. Ao notar nossa presença, seu Antônio sorriu como se quisesse dizer que ficaria tudo bem.— Mamãe, estou indo deixar Lorenna e retorno para casa à noite — André disse, parado na sala, com aquelas duas caixas em suas mãos. A mãe virou o rosto, surpresa ao p
Lorenna— Lorenna, vamos dar tempo ao tempo. Assim que o corretor chegar com a chave, entramos com suas coisas, depois vamos até o escritório do doutor Cortez e na volta passamos no supermercado — André disse, enquanto segurava minha mão. Para ele é como se algo simples estivesse acontecendo.— Será que fiz certo aceitar ficar aqui?Questionei mais para mim mesmo.— Fizemos o certo, vamos continuar juntos como um casal e não tem possibilidade de algo mudar em nossa relação. Só não abri o jogo com meus pais, em respeito a você. Porém confesso que minha vontade era de contar tudo de uma vez.André, se afastou olhando-me nos olhos com doçura.— Espero que não se arrependa de ficar comigo — disse com toda sinceridade.André olhou-me com carinho, limpou a lágrima que rolou pelo meu rosto e quando aproximou sua boca da minha, fomos interrompidos pela batida na janela do carro. Nossa sorte é o vidro fumê, assim quem estava de fora não viu nosso momento íntimo. André se livrou do cinto e desc
LorennaAndré precisou ir embora mais cedo, mudando os planos de jantar comigo na primeira noite. A conversa com o advogado foi esclarecedora. Descobri que Laisa desceria para o presídio e que esperaria presa na penitenciária feminina o julgamento, visto que ela foi a única acusada como mandante de tudo. Doutor Cortez quis saber, se eu desejava denunciar Laisa, por conta de tentar me incriminar, entretanto, recusei, pedindo apenas que tudo fosse resolvido. Se tivesse sorte, ficaria presa por no máximo cinco anos, estourando sete. A pena por tráfico de drogas era o que pesava mais. Enquanto guardava as compras na geladeira, meu celular tocou. Peguei o aparelho, atendendo a ligação.— Amiga, vem logo abrir o portão, que estou louca para entrar na sua casa — Juliana, com sua voz escandalosa, falava do outro lado. Deixei o celular em cima da ilha, indo para a sala. Teria que ligar o alarme e aprender a mexer na câmera de segurança. André me explicou por alto, dizendo que no dia seguinte d