André— Filho, estava falando com seu primo? Assustei-me ao ouvir a voz da minha mãe. Para minha sorte ela achava que conversava com meu primo. Ian andava passando por um baita problema, agora que Luciana descobriu a gravidez e não havia contado nada para os meus pais ainda. Luciana bem que queria abrir o bico e expor tudo para dona Roseli, contudo Ian implorou que ela não falasse nada, pelo menos enquanto a viagem não terminasse. Meu primo, sempre inconsequente, acabou caindo no golpe mais antigo e agora teria que assumir a criança.— Estava conversando com Lorenna — achei melhor ser sincero, omitindo somente o verdadeiro motivo da minha ligação — quis saber como estava tudo em casa.Guardei o celular no bolso do terno, dando o braço para minha mãe retornar comigo para a mesa. Nossa viagem estava se saindo melhor do que pensava e os projetos na Argentina estavam além do esperado.— André, recebi uma ligação da Angela, quando você e seu pai estavam em reunião. Estranhei a forma que a
LorennaCheguei à mansão, passavam das nove da noite. No caminho de volta, decidi refletir sobre tudo o que estava acontecendo. Sabia que precisaria encontrar a coragem para revelar o que ocorreu desde a noite da minha formatura até o relacionamento secreto com André. Minha irmã estava determinada a destruir minha vida, mas eu não permitiria que Laisa criasse problemas que pudessem afetar meu trabalho e relacionamento. Planejava pedir permissão à Dona Rose para ir até minha casa antes do meu dia de folga, de modo a conversar calmamente com minha mãe e explicar tudo. Talvez, dessa forma, conseguisse convencer Dona Carmem de que André tinha sérias intenções comigo, mesmo que nunca tivéssemos abordado nada além do que tínhamos. Enquanto lanchava em uma hamburgueria no bairro vizinho, conversei com Lissandra, informando que iria demorar para chegar. Minha colega de trabalho me contou que André ligou procurando por mim. Ao verificar as mensagens não respondidas e as chamadas perdidas em ví
LaisaA sensação que sentia nesse momento era de total plenitude. Saber que meu plano, se encaminha para o final que eu desejo, só me faz sentir a adrenalina que corre em meu corpo deixar-me ainda mais animada. Luciano me comia de forma bruta, do jeito que eu gostava. Começamos a comemorar a primeira parte, do plano que se iniciou assim, que a idiota da Lorenna apareceu em casa hoje cedo. Para minha sorte, a tonta foi até nossa casa, para conversar com mamãe e procurou e não a encontrou. Convenci a dona Carmem a não contar que ela iria para um passeio da igreja, retornando somente daqui a dois dias e assim Lorenna ficaria sozinha em casa por algumas horas, tempo suficiente dos fofoqueiros da rua, verem a visita especial que ela teria.— Você gosta disso, sua puta?Luciano, pergunta, batendo na minha bunda com toda força, fazendo com que meu corpo todo, se arrepiar a cada estocada dele. Hoje a noite, nosso plano seria finalizado, os quatro de menor, iriam fazer o que Zezinho ordenou e
AndréDesci do avião, louco para chegar em casa e ir direto para o quarto dela. Nem mesmo, avisei Lúcio da viagem antecipada. Queria ter um momento sozinho com minha garota, antes que os outros soubessem da minha chegada. Entretanto, tudo mudou, quando desci do táxi e encontrei uma confusão na entrada da minha casa. Agora estava prestando depoimento em uma delegacia, enquanto Ian, ao meu lado, conversava com o delegado de plantão. Até mesmo minha filha, foi obrigada a se apresentar e assim tentar esclarecer o que aconteceu horas atrás em nossa casa. A polícia nem precisou procurar muito, para achar os outros três marginais, que foram se esconder a poucos metros do bairro. A julgar pela idade dos quatro, não passavam crianças, com uma lista extensa de delitos, porém ainda assim eram crianças. O mais velho dos quatro mal completou dezessete anos, com passagens pela polícia desde tráfico a sequestro. Lorenna ao meu lado, demonstrava nervosismo por tudo, enquanto Lissandra se encontrava n
LorennaO mundo realmente não gira, capota e numa dessas eu acabei me ferrando. Sentada neste banco de cimento, olhando o vazio dessa cela, pensava em tudo que aconteceu nessas horas. Eu estava presa, acusada de ajudar quatro menores a assaltar a mansão em que eu trabalho. É algo tão surreal, que por um segundo tentei controlar o riso em meus lábios. Eu estava detida, sabe Deus por quanto tempo, até que se provasse que eu jamais ajudaria a roubar as pessoas que confiam em meu trabalho. Isso era uma brincadeira de péssimo gosto e André me garantiu que descobriria tudo e eu estaria de volta em breve. O delegado plantonista, conversou comigo após o interrogatório, dizendo que o mais velho dos quatro, continuava afirmando que eu os contratei e ficaria com uma grande parte da venda de tudo levado. Me senti muito mal, quando a policial insinuou que o fato de morar em uma comunidade me tornava criminosa e ela em nenhum momento acreditou nas minhas palavras. Ian se desculpou por não conseguir
André Há anos que não me sentia tão desesperado, como me senti essa madrugada. Voltar para casa sem Lorenna comigo, deixou-me completamente louco e com medo de que ela permanecesse presa. Minha filha me surpreendeu ao dizer, que não acreditava que Lorenna fosse culpada de algo e Lissandra também achava que existia algo que nem mesmo Lorenna sabia. Agora com minha garota em meus braços, sinto meu coração mais calmo. — Não pense besteira ou ache que vou desconfiar de você. Te conheço tempo suficiente, para saber que nunca seria capaz de algo assim — digo, segurando seu rosto com as mãos. Lorenna tenta segurar o choro, porém desaba ao ouvir falando assim. — André, não tenho ideia de quem fez isso. Juro que jamais faria uma loucura dessas, não é porque sou moradora de comunidade que sou uma criminosa. Lorenna diz, entre soluços. Sussurro em seu ouvido que acredito em tudo que me diz, aviso que vamos para o apartamento primeiro. Queria conversar com ela longe da mansão. Minha decisão
André— Por que essa conversa surgiu assim de repente?Lorenna questiona, me olhando desconfiada.— Talvez, porque o momento de contar sobre o meu passado chegou e agora que vamos assumir nosso relacionamento, você precisa saber a verdade sobre o meu casamento e a relação que tive com a mãe da minha filha.Digo, observando curiosidade em seu rosto.— Laura faleceu na noite em que nos conhecemos — solto a bomba, vendo surpresa em seu olhar. Lorenna quis falar, porém eu pedi que ouvisse tudo antes de dizer algo.— Conheci Laura quando voltei da especialização que fiz na América. Tinha assumido a vice- presidência da construtora e nos conhecemos, no coquetel de lançamento de um mega empreendimento em um condomínio de luxo. Laura era dois anos mais nova que eu, órfã de pais, vivia com uma tia solteira, us
LorennaAndré estava sendo tão paciente comigo. No café da manhã ele não fez tantas perguntas, isso fez com que eu refletisse sobre tudo que vinha acontecendo. Precisava me abrir contando sobre os meus problemas e a suspeita que rondava minha mente. Eu não queria estar julgando em falso, porém algo dentro de mim, dizia que Laisa tinha participação no assalto. Quando André diz que vai me contar sobre o seu casamento e revela que a esposa morreu na noite em que nos conhecemos, comecei a entender o motivo da mãe dele sempre se manter distante quando o assunto era a nora morta. Isabella raramente falava da mãe e minha patroa agia como se a mulher nunca tivesse existido. Até mesmo fotos com André não existiam espalhadas pela mansão, além de três portas- retratos no quarto da menina. Agora sabendo que a esposa era viciada, compreendi o motivo do preconceito que existia em relação à dona Rose e o fato de Luciana me pedir para não contar que eu morava em uma comunidade. Antes que eu pudesse c