AndréTive que atrasar a volta para o escritório, devido a um projeto antigo que tive que procurar no escritório de casa. Papai foi na frente, perguntando se ele deveria esperar, porém, disse que ele poderia ir à frente que eu seguia depois que encontrasse o que preciso.Após pesquisar nas pastas e plantas que mantemos guardadas, enfim encontrei o que queria. Organizei tudo de volta no lugar e saí, caminhando no corredor até a sala de visitas. Deparei-me com a minha mãe sentada no sofá, bebendo o seu chá e lendo sua revista.— Filho, venha tomar um chá comigo antes de voltar ao trabalho.Deixei a planta no sofá ao lado e fui sentar-me. Espero minha mãe servir o chá na xícara, me entregando. Pego a louça da mão dela, bebendo um gole. Quem sabe dessa forma acalmo os nervos. Não preguei os olhos na noite passada, pensando na conversa que tive com Lorenna. Novamente a irmã, de certa forma a colocava em problemas, mesmo que desta vez a causa seja boa, ainda assim era uma situação que eu in
AndréUma semana se passou desde o nascimento do meu sobrinho do coração e Ian enfim estava livre do casamento com Luciana. A audiência foi marcada de insultos e confusão e no final, a juíza deu guarda compartilhada para os pais. Igor por ser recém-nascido, nos primeiros seis meses, ficaria aos cuidados da mãe por conta da amamentação, podendo ficar com o pai aos finais de semana, mas claro com Luciana não deixando de tirar o leite materno e armazenar conforme deve ser feito. Mamãe, claro, passou a arrumar um dos quartos para montar o quartinho do bebê. Ian estava aceitando melhor o nascimento do filho e pude perceber a sinceridade em suas palavras. Como dizem: filho realmente muda o pensamento da gente quando nasce. Ian voltou ao trabalho três dias após o nascimento e agora estamos lidando com um contrato milionário que se for concretizado, em breve teremos uma filial da construtora na Inglaterra.Lorenna e eu ainda não conversamos sobre a adoção da sobrinha e evitei até mesmo coment
AndréDespertei primeiro que Lorenna está amanhã. É sábado, não preciso trabalhar, além de ser o dia do jantar na casa dos meus pais para Bella e Marina. Virei o rosto para conferir a hora no relógio digital. Seis e meia da manhã. Cedo demais para levantar. Lorenna está deitada de costas para mim. Tudo andava se encaminhando bem em nossa vida e minha filha viajaria em dois dias para os Estados Unidos. Sobre a questão da adoção da sobrinha, Lorenna não comentou nada comigo e nem eu disse a minha resposta. Não sabia como expor que não achava certo a minha mulher adotando a criança. Se Laisa realmente queria entregar a filha, que Carmen ficasse responsável por isso. Eu, como genro, daria todo o apoio do qual a minha sogra precisa. Contudo, não me sentia preparado para adotar uma criança, mesmo ela sendo sangue da mulher que escolhi amar. Quero muito ter filhos com Lorenna, na verdade, é um desejo que penso em realizar muito em breve, porém não imposta como Laisa quer, praticamente jogan
André— Não repita tudo outra vez, pois entendi o que o senhor me disse.Estamos reunidos no aeroporto. Mamãe chorando de um lado, papai tentando consolar a esposa do outro e Lorenna ao meu lado, dando-me total apoio em um momento tão delicado como esse. Isabella me abraça, e por um segundo me arrependo da decisão de enviar minha filha para longe. Será que não fui precipitado em dar um castigo assim? Poderia, de certa forma, ter agido de maneira que minha filha continuasse ao meu lado? Sinto que essa viagem para Isabella, será uma mudança em sua vida, rezo que seja para o bem.— Meu amor, prometa a sua avó que vai ouvir e obedecer a tudo que Marina te dizer?Minha mãe diz de um lado.— Rose, pare de agir como se Isabella fosse uma desmiolada.Meu pai retruca do outro lado.— Todos vocês agem como se eu fosse uma criança imatura e não uma garota de quase dezesseis anos.Isabella, respondeu se soltando do meu abraço e segurando o choro. Conheço a minha filha, tempo suficiente para saber
LorennaNo caminho para o hospital, vou conversando com Juliana, que me acalma ao dizer que Laisa se encontra bem e a Vitória é uma criança saudável. André dirigia o mais depressa possível e oro para que a minha tenha razão. — André, você viu? Minha sobrinha nasceu — digo sem esconder as lágrimas. André segurou a minha mão com carinho, sorrindo para mim.— Estamos nos aproximando da maternidade e logo você vai conhecer sua sobrinha.O carro segue o percurso até a maternidade e meu coração bate ansioso, em alguns minutos estaremos chegando. André logo estaciona o carro e descemos depressa rumo a recepção. Meu namorado até tentou fazer com que Laisa fosse atendida em uma maternidade particular, entretanto a advogada não conseguiu autorização, porém disse que minha irmã seria bem tratada aqui. Informei o nome da paciente e a moça nos entrega o adesivo de visitante, informando o corredor e o quarto em que Laisa está.De mãos dadas, caminhamos pelo corredor, chegando até o quarto indicado
AndréSentei-me em um dos bancos do pátio da maternidade, aguardando Lorenna. Ao sair do quarto, pedi para Carmen informar que eu ficaria do lado de fora. A movimentação de pessoas transitando é grande e eu preferi esperar aqui mesmo. Avisei a minha mãe sobre o nascimento da criança, ela enviou os cumprimentos, perguntou se a bebê iria com a mãe de volta ao presídio ou para a casa da Carmen. Expliquei que não sabia sobre isso ainda, mas que contaria depois. Ao lembrar do rostinho enrugado, sorri ao recordar do nascimento da minha filha anos atrás. Quando Laura contou sobre a sua gravidez, surtei tamanha felicidade, por saber que eu seria pai. Ao ver o rostinho da Isabella pela primeira vez, fiquei tomado por um sentimento de euforia. O mesmo que enxerguei nos olhos da minha mulher. Por um momento, nossa conversa dias atrás sobre filhos, a adoção da sobrinha e a construção da nossa família veio à minha mente. Eu estava tratando da compra da casa no mesmo condomínio onde os meus pais mo
LorennaTrês dias depois estou aqui na casa da minha mãe, esperando a chegada da Vitória. Mamãe ficou responsável em trazer a neta, enquanto Laisa seguia para o presídio. Não quis estar presente no momento da separação entre mãe e filha, pois não iria me sentir bem em assistir ao sofrimento da mamãe. Fiquei sabendo por alto, que Laisa tomaria a medicação para secar o leite materno, a pediatra receitou o leite próprio para recém-nascidos e tudo se encontra em perfeita ordem para receber a nova membro da nossa família. Carlos é quem buscou mamãe, não quis incomodar André com isso, pois, no fundo, eu não queria que meu namorado achasse que estou forçando uma situação sobre a questão da adoção. O registro de nascimento foi adiado por alguns dias, enquanto a decisão sobre a adoção legal não fosse tomada. Luciano estava ciente do nascimento da filha, entretanto não deu sinal de vida em momento algum. Mamãe, como sempre tentando fazer o bem, até foi na casa dos parentes para contar que a net
André— Estava precisando de uma dessas!Ian e eu estamos no barzinho perto da construtora. Decidimos sair para beber após um dia estressante no trabalho. Enquanto tive que lidar com um cliente exigente, que teve a proeza de me tirar do sério, meu primo brigou mais uma vez com Luciana devido ao filho.A ex-esposa não cansava de incomodar o ex-marido, colocando qualquer problema por menor que seja como algo do outro mundo.— Eu não queria concordar, mas também precisava de algo para relaxar, depois de tanta encheção de saco.Comentei, ingerindo o chopp gelado. A noite quente de São Paulo, foi um dos motivos que fez com que eu aceitasse sair com Ian. Lorenna a essa hora deveria estar na casa da mãe ainda. Ela avisou que chegaria tarde, que auxiliaria a mãe com algumas coisas e que eu não me preocupasse. Claro que eu me preocupo com tudo relacionado a minha mulher, principalmente em relação a sua segurança.— E a sobrinha da Lorenna teve alta hoje?Ian pergunta.— Teve sim! Carmen foi qu