LorennaNo caminho para o hospital, vou conversando com Juliana, que me acalma ao dizer que Laisa se encontra bem e a Vitória é uma criança saudável. André dirigia o mais depressa possível e oro para que a minha tenha razão. — André, você viu? Minha sobrinha nasceu — digo sem esconder as lágrimas. André segurou a minha mão com carinho, sorrindo para mim.— Estamos nos aproximando da maternidade e logo você vai conhecer sua sobrinha.O carro segue o percurso até a maternidade e meu coração bate ansioso, em alguns minutos estaremos chegando. André logo estaciona o carro e descemos depressa rumo a recepção. Meu namorado até tentou fazer com que Laisa fosse atendida em uma maternidade particular, entretanto a advogada não conseguiu autorização, porém disse que minha irmã seria bem tratada aqui. Informei o nome da paciente e a moça nos entrega o adesivo de visitante, informando o corredor e o quarto em que Laisa está.De mãos dadas, caminhamos pelo corredor, chegando até o quarto indicado
AndréSentei-me em um dos bancos do pátio da maternidade, aguardando Lorenna. Ao sair do quarto, pedi para Carmen informar que eu ficaria do lado de fora. A movimentação de pessoas transitando é grande e eu preferi esperar aqui mesmo. Avisei a minha mãe sobre o nascimento da criança, ela enviou os cumprimentos, perguntou se a bebê iria com a mãe de volta ao presídio ou para a casa da Carmen. Expliquei que não sabia sobre isso ainda, mas que contaria depois. Ao lembrar do rostinho enrugado, sorri ao recordar do nascimento da minha filha anos atrás. Quando Laura contou sobre a sua gravidez, surtei tamanha felicidade, por saber que eu seria pai. Ao ver o rostinho da Isabella pela primeira vez, fiquei tomado por um sentimento de euforia. O mesmo que enxerguei nos olhos da minha mulher. Por um momento, nossa conversa dias atrás sobre filhos, a adoção da sobrinha e a construção da nossa família veio à minha mente. Eu estava tratando da compra da casa no mesmo condomínio onde os meus pais mo
LorennaTrês dias depois estou aqui na casa da minha mãe, esperando a chegada da Vitória. Mamãe ficou responsável em trazer a neta, enquanto Laisa seguia para o presídio. Não quis estar presente no momento da separação entre mãe e filha, pois não iria me sentir bem em assistir ao sofrimento da mamãe. Fiquei sabendo por alto, que Laisa tomaria a medicação para secar o leite materno, a pediatra receitou o leite próprio para recém-nascidos e tudo se encontra em perfeita ordem para receber a nova membro da nossa família. Carlos é quem buscou mamãe, não quis incomodar André com isso, pois, no fundo, eu não queria que meu namorado achasse que estou forçando uma situação sobre a questão da adoção. O registro de nascimento foi adiado por alguns dias, enquanto a decisão sobre a adoção legal não fosse tomada. Luciano estava ciente do nascimento da filha, entretanto não deu sinal de vida em momento algum. Mamãe, como sempre tentando fazer o bem, até foi na casa dos parentes para contar que a net
André— Estava precisando de uma dessas!Ian e eu estamos no barzinho perto da construtora. Decidimos sair para beber após um dia estressante no trabalho. Enquanto tive que lidar com um cliente exigente, que teve a proeza de me tirar do sério, meu primo brigou mais uma vez com Luciana devido ao filho.A ex-esposa não cansava de incomodar o ex-marido, colocando qualquer problema por menor que seja como algo do outro mundo.— Eu não queria concordar, mas também precisava de algo para relaxar, depois de tanta encheção de saco.Comentei, ingerindo o chopp gelado. A noite quente de São Paulo, foi um dos motivos que fez com que eu aceitasse sair com Ian. Lorenna a essa hora deveria estar na casa da mãe ainda. Ela avisou que chegaria tarde, que auxiliaria a mãe com algumas coisas e que eu não me preocupasse. Claro que eu me preocupo com tudo relacionado a minha mulher, principalmente em relação a sua segurança.— E a sobrinha da Lorenna teve alta hoje?Ian pergunta.— Teve sim! Carmen foi qu
Lorenna— Calma, amor da tia!Hoje Vitória está completando dez dias de vida. Me dividia entre a minha casa e a da mamãe, para cuidar da minha sobrinha e conciliar as coisas. André vem sendo o meu apoio agora e com Juliana estou conseguindo lidar com tudo. Por falar no meu namorado, notei que André de uns dias para cá anda bem misterioso. Hoje é domingo e mamãe foi visitar Laisa e acabei trazendo Vitória aqui para casa. André também saiu cedo, com a desculpa de que precisava ir até uma das obras no centro da cidade, para verificar um problema que havia surgido. Então eu ficaria a manhã inteira sozinha com essa fofura.— Tia Lorenna, vai ligar a televisão e nós duas assistiremos um desenho bem legal.Falo com Vitória como se um recém-nascido de dez dias, entendesse claramente tudo que eu digo. Arrumei os travesseiros na cama, para deixar a bebê confortável, liguei a televisão no canal infantil. Vitória olhava tudo com atenção e tão pequena era uma menina esperta até demais. Peguei o c
André— Filho, não sabe o quanto estou orgulhoso da sua atitude e sua mãe sente o mesmo.Converso com meu pai em minha sala, enquanto arrumo a minha mesa para ir embora. Hoje a tarde tenho um compromisso importante seguido de uma surpresa que farei para Lorenna. — Vários fatores foram importantes para a minha decisão e o maior deles foi o apoio da minha filha. Isabella não rejeitou o que eu disse e me surpreendeu ao dizer que nem um mês se passou desde que ela foi embora e as coisas mudaram de uma forma drástica que para ela foi apenas o melhor para todos.Contei da minha conversa e de como Isabella foi compreensiva.— Lorenna não desconfia de nada? Acredito que tenha sido complicado você ter ido até lá, para conversar e a garota foi tranquila quanto a tudo?— Sim! Creio que ela compreendeu toda a situação que nada mudará e dei a minha palavra em relação a tudo que acontecerá daqui para frente. Verifiquei a hora no relógio. Quase a hora de buscar Lorenna para o compromisso de hoje.
Lorenna— Vitória Vieira Romanelli.Pronunciei o nome da filha em voz alta, enquanto André dirige para a casa da minha mãe. De tia passei a mãe de coração num piscar de olhos. Nem acredito que André e eu somos os pais da sobrinha legalmente e que o nome da Laisa também consta na certidão, deixando sua mãe verdadeira presente em seu registro de nascimento.— Amor, como precisamos organizar algumas coisas ainda. Penso que por enquanto podemos reformar o quarto de hóspedes para a Vitória.Comentei com André. Algumas coisas eu havia comprado para a casa, como um bercinho portátil para as noites em que ela dormiria comigo, entretanto com as mudanças de planos, eu chamaria mamãe para me acompanhar nas compras.— Não precisa reformar tudo, pois estou planejando algumas mudanças, porém não pergunte o que é porque não vou te responder.André diz, deixando-me curiosa com o que seria essas mudanças.— Então vou levar os móveis que estão na casa da mamãe para a nossa casa. Visto que você anda mis
LorennaUm mês depoisHoje estamos comemorando o primeiro mesversário da Vitória. Quis preparar uma comemoração ao primeiro mês de vida da nossa princesinha e com ajuda da Juliana, que ficou tirando sarro de mim, pois para ela é perca de tempo comemorar o primeiro mês de um bebê que não entende absolutamente nada, contudo eu quero ter na memória todos os momentos da vida da minha filha. Laisa enviou de presente uma linda boneca de pano, feita por ela. O trabalho no presídio a cada dia ficava mais sério e com isso, os dias na cadeia eram reduzidos. Com sorte e se ela continuasse se comportando bem, em no máximo três anos estaria cumprindo pena fora, mas com o uso de tornozeleira eletrônica. Como mamãe sempre diz, tudo no seu devido tempo. Enquanto isso aqui fora eu cuidava da filha dela com todo o amor que uma mãe pode sentir por um filho. André então, era um pai babão, sempre trazendo um brinquedo novo quando voltava pra casa e todos aceitavam a minha sobrinha sem drama e somente com