Lorenna— Espero não estar incomodando a senhora — digo me aproximando da minha patroa, que cortava as folhas secas das plantas.— Você nunca me atrapalha, minha querida. Que bom estar aqui, assim me faz companhia enquanto estou terminando de cuidar dos meus bebês!Dona Rose me responde, sorrindo enquanto cortava os galhos e folhas secas, eu prestava atenção a tudo.— Isabella hoje não vem almoçar em casa — digo, ajudando minha patroa a guardar o material de jardinagem na cesta.— Lorenna, acabei esquecendo de avisar sobre o jantar dessa noite. Vamos ter visitas e meu sobrinho Ian vem nos visitar hoje. Dona Rose me avisa, eu ouvi por cima sobre o único sobrinho que seu Antônio tinha, o homem era advogado da empresa e alguns anos mais jovem que André. Só não sabia se era casado, solteiro ou viúvo como o primo.— A senhora precisa que eu faça algo para hoje a noite? Questiono, a dona Rose me responde que tudo estava sob controle.— Você vai se divertir muito com a presença do meu sobr
AndréO dia na empresa foi bastante produtivo. Almocei com Ian e discutimos as cláusulas do novo contrato que seria assinado com a rede hospitalar do grupo Martinez. As obras com o governo teriam início em breve e o ano mal começou e tínhamos trabalho para todos os meses. Papai, foi embora mais cedo e agora aguardava meu primo para irmos juntos para casa. Como Ian com certeza iria beber, decidiu deixar o carro na garagem do prédio. Pediria para o motorista deixar meu primo em casa e no dia seguinte passaria em seu apartamento para irmos juntos para o trabalho. Desligava o notebook, quando a porta do meu escritório abriu e Ian apareceu me avisando que estava me esperando para ir embora.— Primo, estou muito curioso para conhecer a nova babá da Bella. Você enrolou e não respondeu à idade da mulher, se é nova ou uma senhora.Ian diz com curiosidade e evito comentar sobre Lorenna na frente do meu primo. Era melhor chegar em casa e conhecer minha funcionária. Só esperava que ele não coloca
LorennaConversava na sala com a dona Rose, quando dei falta do meu celular. Com certeza acabei esquecendo no quarto da Isabella e pedi licença para buscar. Seu Antônio contava sobre as obras que a construtora teria durante o ano inteiro e elogiou o trabalho do filho e do sobrinho que eu conheceria no jantar. Pelo que entendi, o homem chamado Ian foi criado pelos tios e era 15 anos mais jovem que André, solteiro e trabalhava na parte jurídica, lidando com os contratos. O primo que ainda não conhecia, pelo que notei, era bem-querido por Isabella, que não parou de falar como estava ansiosa para rever o primo. Percebi uma certa empolgação vinda da parte da garota e talvez era bobagem ou coisa da minha mente. Pedi licença para subir até o quarto e quando estava virando o corredor para as escadas, esbarrei com André. Acabei levando um susto, quando dei de cara com meu patrão, que estava mais charmoso ainda sem o terno, usando apenas sua camisa azul social. Conversamos por alguns minutos, A
AndréSabia o quanto estava me arriscando, vindo atrás da minha funcionária na cozinha da minha casa. Lorenna ocupava minha mente, não conseguia pensar com clareza e queria apenas encontrá-la fora daqui.— André, ficou louco? Estamos na cozinha da sua casa, imagina se a sua mãe ou outra pessoa aparece aqui? Questiona, tentando sair de perto de mim. Eu permaneço de frente para ela, sem pensar nas consequências da minha impulsividade.— Só diga sim ou não, e te deixo em paz — respondo, num momento de distração ela consegue passar por mim, voltando sua atenção para a água que fervia no fogão.— Primo, perdeu algo aqui na cozinha?A voz do Ian surge, me fazendo virar de frente para o meu primo, tentando disfarçar a tensão entre mim e Lorenna.— Não perdi nada, vim aqui só beber um copo de água — digo disfarçando porque sei bem o primo que eu tenho e qualquer vacilo meu, Ian perceberia meu interesse na babá. Vejo Lorenna preparando o café no automático, sem virar o rosto ou dizer algo. Ia
AndréAcordei com uma enxaqueca após mentir que estava com uma e assim fugir do café na sala com meus pais e meu primo. Minha cabeça estava latejando e fui até o armário no banheiro, pegando um frasco de comprimido para dor de cabeça. Enchi o copo de vidro com a água da garrafa que minha mãe sempre deixava ao lado da minha cama. Tomando de uma só vez duas pílulas. Foda-se se estava de estômago vazio. Só queria trabalhar sem essa enxaqueca que me deixava nervoso sempre que aparecia. Começaria hoje o esboço do próximo projeto que eu trabalharia com Ricardo Martinez e quem sabe eu me concentraria melhor e não ficaria o tempo inteiro pensando na babá. Despi meu pijama, entrando embaixo do chuveiro quente. Deixei a água escorrer pelas minhas costas, imaginando como Lorenna estaria hoje. Era ridículo um homem da minha idade e posição, obcecado pela babá da minha filha adolescente. Entretanto, Lorenna não era apenas uma funcionária, era muito mais do que isso e ela nem mesmo tinha noção de
LorennaInventei uma desculpa para dona Rose e assim eu consegui fugir do trabalho por algumas horas. Isabela, hoje, teria aula o dia inteiro, então era fácil para que eu pudesse sair sem que minha patroa fizesse tantas perguntas. Assim que André saiu do escritório me deixando sozinha, controlei meu nervosismo e tirei meu celular do bolso, ligando para minha amiga. Juliana ainda dormia e até mesmo se assustou ao ver que eu ligava tão cedo atrás dela. Agora aguardava a chegada dela, em um café próximo da mansão. Eu estava confusa, sem saber se deveria ou não aceitar me encontrar com o meu chefe fora do trabalho. Tinha tantas dúvidas na cabeça, mal havia começado no emprego, a adolescente que eu cuidava, nem mesmo gostava de mim. Imagina se eu acabo tendo um caso com o pai dela, aí que a garota me detestaria mesmo. A porta de vidro abriu, fazendo barulho da campainha que vibrava quando um cliente novo entrava. Juliana surgiu usando uma das calças jeans, apertadas, uma camiseta de alcinh
AndréA manhã no escritório passou tão devagar, que por um momento pensei que meu relógio havia parado. Uma reunião com um novo cliente, aconteceu e eu tive que participar, sem a presença do meu pai. Mamãe me ligou avisando que papai se recusou em ir ao médico e que eu conversasse quando voltasse para a casa a noite. Acabei almoçando próximo da empresa mesmo e agora estava finalizando um esboço que precisava ser entregue amanhã. Teria que ter uma conversa séria com meu pai sobre sua saúde. Além da correria no trabalho, me desviei das perguntas do meu primo em relação a Lorenna. Ian questionou o que fui conversar com a babá da minha filha, trancada no escritório sozinha comigo. Disse apenas que era sobre Isabella e a questão das aulas. Claro que meu primo não acreditou no que eu disse, insinuando que eu parecia interessado demais na minha nova funcionária. Tive que controlar a vontade de socar a cara do meu primo, quando perguntou se Lorenna era solteira ou não.— Pronto! Esboço conclu
LorennaDesci do Uber, encontrando mamãe me esperando na porta de casa. A semana passou numa rapidez, e André cumpriu sua promessa se mantendo afastado. Eu fui várias vezes tentada a ceder quando Lissandra me pedia para levar o café no escritório ou quando nos esbarramos pelos corredores da casa. Contudo, ele reagiu diferente, se afastando de mim. Antes de sair para a minha folga, recebi uma mensagem dele, pedindo que eu enviasse o endereço para me buscar à noite. Contou que me levaria para jantar em um restaurante que foi inaugurado mês passado e que nossa noite terminaria de um jeito especial.Meu rosto ficou vermelho ao ler o final da mensagem, esperando com toda ansiedade. Paguei a corrida, desejando bom trabalho para o motorista, pegando minha mochila e a minha bolsa de costas.— Filha, acordei cedo e preparei o nosso café. Imaginei que você tomaria café aqui em nossa casa.Mamãe me conhecia tão bem, que eu saí tão cedinho da mansão com o intuito de passar uma manhã agradável com