AndréPassei o domingo na casa dos meus pais, enquanto Lorenna foi visitar a irmã no presídio. Almocei com a minha família e tive um bom tempo ao lado da Isabella. Minha filha estava mais conformada com toda a situação, disse que iria focar nos estudos, pediu desculpas outra vez por tudo que aprontou e eu como pai, queria acreditar que tudo que ela estava me dizendo era sincero. Após o almoço e uma reunião com o meu pai para tratar de negócios, minha mãe me chamou para uma conversa em particular sobre as atitudes do meu primo. Não era mais segredo o casamento fracassado e Luciana retornando para a casa dos pais. A esposa do meu primo, daria à luz a qualquer momento e a audiência de divórcio dos dois, iria acontecer na quarta-feira e por conta disso minha mãe se sentia angustiada com medo de algo ruim estar acontecendo. — André, seu primo anda perdido e sinto que Ian precisa do seu apoio como primo — foi o que ouvi dela, antes de ir embora seguir para o apartamento dele. Buzinei para
LorennaVoltava para a casa da minha mãe, em silêncio, enquanto ouvia minha mãe desandar a falar sobre o nascimento da primeira neta e de como estava ansiosa para cuidar da minha sobrinha. Enquanto eu ouvia tudo calada, minha estava em seu mundo rosado. Eu? Pensando no pedido que Laisa fez para mim. Jamais passou pela minha cabeça criar a minha sobrinha como filha, pois não apagaria a identidade da mãe verdadeira. Mas agora…. O toque do meu celular na bolsa, chama a minha atenção e atendo através do bluetooth. André é quem me ligava, provavelmente se encontrava em casa, esperando a minha chegada.— Oi, meu amor. Estou no carro com mamãe, seguindo para a casa dela.Digo, virando a rua da entrada da comunidade.— Lorenna, estou indo para o hospital com o meu primo. Luciana deu entrada na maternidade e o bebê deverá nascer hoje.Diz. Troco um olhar com minha mãe.— Estou chegando na casa da minha mãe. Me envia a localização da maternidade que vou daqui direto te encontrar.André, diz que
LorennaEstamos do lado de fora do berçário e através do vidro, vimos Ian com os filhos nos braços. Igor foi o nome escolhido e Rose aguardava sua vez, babando pelo vidro com o neto do coração.— Graças a Deus que o nosso anjinho já se encontra no berçário — Rose diz, abraçada ao marido. André e eu estamos um do lado do outro, observando Ian conversar com a enfermeira sobre o filho. Ao assistir toda a cena, lembro que preciso falar com André sobre o pedido da minha irmã e de como essa decisão, se eu realmente aceitar será uma mudança drástica em nosso namoro e eu não tenho certeza se André aceitaria de bom grado o fato da sua namorada, criar o filho da irmã como se fosse seu. Deixaria para pensar nisso, quando voltasse para casa. Eu explicaria tudo hoje mesmo, pois o parto da minha sobrinha não iria demorar a acontecer.— Vendo o meu primo com o filho nos braços, te confesso que eu me imaginei no lugar dele, quando for o nosso bebê e você me fizer mais feliz do que eu já sou.André co
Lorenna— É isso mesmo que eu entendi? Sua irmã quer você adotando legalmente a sua sobrinha?André me pergunta novamente e eu dessa vez confirmo em palavras.— Laisa, não vai ficar com a filha e vai me entregar a criança, assim que nascer. Ela me contou que conversou com a assistente social e com a diretora do presídio. Se eu não concordar, ela cogita enviar a menina para adoção ou pedirá para a nossa mãe encontrar alguém que possa adotar Vitória legalmente.Contei tudo o que a gente conversou e pelo olhar dele, eu sentia que André não concordaria com nada disso.— Lorenna, o que sua irmã pediu a você não é uma coisa assim tão simples. Um filho de sangue é uma responsabilidade, que dirá um do coração.Diz e eu entendo tudo que ele quer me dizer. Pois filhos não faziam parte dos meus planos, nos próximos dois anos. Tanto que ao ouvir André perguntando tratei de corrigir isso.— Eu não concordei ainda, mas também não sei como proceder. Pensei em conversar com mamãe para que ela possa a
AndréTive que atrasar a volta para o escritório, devido a um projeto antigo que tive que procurar no escritório de casa. Papai foi na frente, perguntando se ele deveria esperar, porém, disse que ele poderia ir à frente que eu seguia depois que encontrasse o que preciso.Após pesquisar nas pastas e plantas que mantemos guardadas, enfim encontrei o que queria. Organizei tudo de volta no lugar e saí, caminhando no corredor até a sala de visitas. Deparei-me com a minha mãe sentada no sofá, bebendo o seu chá e lendo sua revista.— Filho, venha tomar um chá comigo antes de voltar ao trabalho.Deixei a planta no sofá ao lado e fui sentar-me. Espero minha mãe servir o chá na xícara, me entregando. Pego a louça da mão dela, bebendo um gole. Quem sabe dessa forma acalmo os nervos. Não preguei os olhos na noite passada, pensando na conversa que tive com Lorenna. Novamente a irmã, de certa forma a colocava em problemas, mesmo que desta vez a causa seja boa, ainda assim era uma situação que eu in
AndréUma semana se passou desde o nascimento do meu sobrinho do coração e Ian enfim estava livre do casamento com Luciana. A audiência foi marcada de insultos e confusão e no final, a juíza deu guarda compartilhada para os pais. Igor por ser recém-nascido, nos primeiros seis meses, ficaria aos cuidados da mãe por conta da amamentação, podendo ficar com o pai aos finais de semana, mas claro com Luciana não deixando de tirar o leite materno e armazenar conforme deve ser feito. Mamãe, claro, passou a arrumar um dos quartos para montar o quartinho do bebê. Ian estava aceitando melhor o nascimento do filho e pude perceber a sinceridade em suas palavras. Como dizem: filho realmente muda o pensamento da gente quando nasce. Ian voltou ao trabalho três dias após o nascimento e agora estamos lidando com um contrato milionário que se for concretizado, em breve teremos uma filial da construtora na Inglaterra.Lorenna e eu ainda não conversamos sobre a adoção da sobrinha e evitei até mesmo coment
AndréDespertei primeiro que Lorenna está amanhã. É sábado, não preciso trabalhar, além de ser o dia do jantar na casa dos meus pais para Bella e Marina. Virei o rosto para conferir a hora no relógio digital. Seis e meia da manhã. Cedo demais para levantar. Lorenna está deitada de costas para mim. Tudo andava se encaminhando bem em nossa vida e minha filha viajaria em dois dias para os Estados Unidos. Sobre a questão da adoção da sobrinha, Lorenna não comentou nada comigo e nem eu disse a minha resposta. Não sabia como expor que não achava certo a minha mulher adotando a criança. Se Laisa realmente queria entregar a filha, que Carmen ficasse responsável por isso. Eu, como genro, daria todo o apoio do qual a minha sogra precisa. Contudo, não me sentia preparado para adotar uma criança, mesmo ela sendo sangue da mulher que escolhi amar. Quero muito ter filhos com Lorenna, na verdade, é um desejo que penso em realizar muito em breve, porém não imposta como Laisa quer, praticamente jogan
André— Não repita tudo outra vez, pois entendi o que o senhor me disse.Estamos reunidos no aeroporto. Mamãe chorando de um lado, papai tentando consolar a esposa do outro e Lorenna ao meu lado, dando-me total apoio em um momento tão delicado como esse. Isabella me abraça, e por um segundo me arrependo da decisão de enviar minha filha para longe. Será que não fui precipitado em dar um castigo assim? Poderia, de certa forma, ter agido de maneira que minha filha continuasse ao meu lado? Sinto que essa viagem para Isabella, será uma mudança em sua vida, rezo que seja para o bem.— Meu amor, prometa a sua avó que vai ouvir e obedecer a tudo que Marina te dizer?Minha mãe diz de um lado.— Rose, pare de agir como se Isabella fosse uma desmiolada.Meu pai retruca do outro lado.— Todos vocês agem como se eu fosse uma criança imatura e não uma garota de quase dezesseis anos.Isabella, respondeu se soltando do meu abraço e segurando o choro. Conheço a minha filha, tempo suficiente para saber