Lorenna— Amiga, tudo que você acabou de me contar é piada? Sério Lorenna, uma hora dessas e você querendo tirar sarro de mim.Juliana e eu estamos na casa da minha mãe. André veio me deixar cedo antes de sair para o trabalho. Ficaria o dia inteiro ajudando com as coisas da casa e aproveitei que mamãe saiu para a feira, pra conversar com Juliana sobre tudo o que descobri.— Acha que eu tenho cara de quem brincaria com algo sério? O André tá arrasado com a filha e a briga com o primo. Estou tentando ajudar com o que eu posso, mas você deve imaginar o quanto o meu namorado anda triste com tudo isso. Hoje ele vai almoçar com os pais e a filha, vai contar sobre a decisão da Isabella indo morar nos Estados Unidos e falar com a mãe dele sobre contratar uma pessoa responsável para morar junto com a filha.Comentei, enquanto passava as roupas da minha sobrinha que eu comprei no dia anterior e que mamãe havia colocado para lavar. Juliana sentada no sofá, ouvia tudo sem acreditar em nada.—
André — Você queria falar comigo? A porta do meu escritório se abre e Ian surge. Eu estava terminando de organizar alguns papéis para ir almoçar. Hoje iria até a casa dos meus pais, para conversar sobre a minha decisão referente ao destino da minha filha e conversar com Isabella também. — Entra! Eu pensei que você não iria aparecer agora. Apontei para que Ian senta-se na cadeira à minha frente. Lorenna na noite passada conversou comigo sobre tudo que aconteceu e me aconselhou a pedir desculpas ao meu primo e tentar ajudar no que for necessário para que o divórcio aconteça com mais facilidade. — Se for para saber o andamento do contrato para a construção do supermercado, pode ficar tranquilo. Eu dei prioridade ao contrato logo assim que voltei do inferno que foi aqueles dias longe do trabalho. Ian diz, sem esconder a raiva na voz. — Eu quero conversar contigo sobre sua lua de mel e o seu casamento — respondi, encostando-me melhor na cadeira. — Conversar sobre? Eu casei como voc
André— Então Lorenna, foi passar o dia na casa da Carmen?Minha mãe chama a minha atenção, a mesa do almoço. Depois da conversa com Ian, fui buscar Isabella no colégio e viemos para casa. Antes de voltar para o escritório, conversaria com a minha filha sobre o intercâmbio nos Estados Unidos e com a minha mãe falaria em relação a contratação de uma pessoa para morar com Isabella, pelos próximos três anos, podendo se estender o prazo se Isabella quisesse seguir com a faculdade. — Lorenna, comprou mais uma parte do enxoval da sobrinha e hoje foi pra casa da mãe ajudar a organizar tudo.Respondi, voltando a comer. Minha filha seguia calada, respondendo apenas o que os avós questionavam.— André, seu primo não quis almoçar com a gente?Papai perguntou. Eu até tentei convencer meu primo, mesmo após a nossa conversa, porém Ian disse que tinha muito trabalho acumulado no escritório.— Ian, tem bastante trabalho no escritório. Podemos marcar depois um almoço aqui para a volta do meu primo.R
Lorenna— Esse não é o caminho para casa — André dirigia pelas ruas de São Paulo, em uma direção que não levava a nossa casa. Após o jantar com a minha mãe, conversamos um pouco sobre alguns detalhes referentes ao quarto da minha sobrinha e mamãe comentou sobre a viagem com as senhoras da igreja para Aparecida do Norte no final do ano. Ela não passaria Natal e nem Ano Novo comigo esse ano. Por um lado fiquei triste, por não ter sua presença, visto que eu estava pensando em organizar a ceia na minha nova casa e além disso seria o primeiro ano que minha irmã passaria longe da família. Já por outro lado, fiquei feliz porque de certa forma a viagem seria uma distração para ela.— Decidi parar em outro lugar antes de ir para casa — respondeu entrando na rua que levava até a represa.— Você conversou com a sua filha no almoço? Questionei segurando em sua mão com carinho.— Conversei com Isabella e também com os meus pais. Contei sobre o intercâmbio e não queria ter que lidar com esse assunt
LorennaDezembroO último mês do ano, especificamente, hoje é o último dia de dezembro. Tive um Natal agradável na casa da família do André, no dia vinte e cinco um, almoço animado com Juliana e Carlos em nossa casa e minha mãe se divertia com as amigas da igreja na viagem para Aparecida. Laisa seguia o pré-natal certinho mesmo se encontrando presa e na última visita, antes de sair em excursão com as amigas, mamãe levou um presente de natal que eu havia comprado. Minha irmã estava liberada para usar vestidos de grávida, foi uma conquista que a doutora Suzana conseguiu, pois o uniforme de presa, mesmo em tamanho grande, incomodava e foi uma das reclamações que mamãe me contou. Então entrei em contato com a advogada, que conseguiu uma exceção para a minha irmã. As coisas estavam se encaminhando de certa forma positiva em minha vida. Na véspera do Natal, quando fui jantar com os Romanelli, fui pega de surpresa com Isabella sendo educada comigo e até comentei com Juliana que eu desconfiav
AndréCaminhava de mãos dadas com Lorenna, pela orla da praia de Copacabana. Era cedo e ainda temos tempo até a hora da queima de fogos. Eu havia comprado ingressos para ficarmos em uma parte privilegiada, de onde poderia assistir tudo sem aglomeração de pessoas e no pacote incluía a bebida e comida. O trabalho na construtora sempre dava uma pausa nesta época do ano. Costumamos dar folga para todos os funcionários da parte administrativa e os nossos funcionários da parte da construção, se dividem em duas turmas, por ser impossível as obras pararem devido aos prazos que devemos cumprir. Então era sempre escolhida uma turma para folgar no natal e a outra no ano novo. Como teria muito trabalho no novo ano, havia deixado uma boa parte dos projetos começados para dar continuidade assim que eu retornasse de viagem. Meus pais, com a minha filha, foram passar a virada do ano em Salvador. Minha mãe convidou Lorenna e eu para viajarmos com eles, contudo eu havia programado essa viagem sozinho c
LorennaFevereiro— Filha, sua irmã vai ficar tão feliz quando ver a saída da maternidade.Dirijo rumo ao presídio com minha mãe ao meu lado. Em breve minha sobrinha nasceria e estamos todos na expectativa pela chegada de Vitória. Nome escolhido por Laisa. O ano começou da melhor forma possível tanto em minha vida profissional quanto na pessoal. Lentamente tudo vai se encaixando. Depois de muitas brigas e dois dias sem falar um com o outro, acabei concordando com o carro que André comprou para mim. Contudo, eu coloquei uma condição: que eu pagasse a outra metade e com isso ele foi obrigado a parcelar para mim em suaves prestações. Sei que pode ser uma bobagem minha, porém eu não quero depender do meu namorado para nada, enquanto eu tiver condições de arcar com as minhas despesas farei isso sozinha. Não quero dar motivos para que as outras pessoas comentem da nossa relação. Falando no nosso namoro, Isabella estava mais amável em relação ao meu relacionamento com o pai dela, que até me
Lorenna — Deve estar sendo uma tortura para você, estar aqui nesse inferno, esperando a visita acabar.Laisa e eu estamos sentadas, observando as outras presas com seus filhos e familiares. Nossa mãe conversava com a filha de uma das senhoras da igreja, enquanto Jussara pediu licença para ir até um grupo de presas que não tinham parentes para visitá-las.— Se eu disser que estou feliz, é claro que será uma mentira, mas estou bem mais confortável do que na primeira vez.Respondi, encarando seu rosto do outro lado da mesa. Estamos sentadas uma de frente para outra e tivemos um bom tempo ao menos até agora.— Você deve ter estranhado o pedido para você me visitar hoje — Laisa diz.— Fiquei surpresa mesmo, até pensei se deveria ou não vir aqui, mas o André é quem me convenceu de que poderia ser algo importante que você queria conversar.Respondo.— E como anda o seu namoro com ele? Mamãe me contou que vocês dois moram juntos agora e que a filha dele vai embora do Brasil.Confirmo que est