AndréPrecisava ficar sozinho. Sei muito bem o quão errado eu fui, por deixar Lorenna sozinha em nosso quarto após ouvir sobre a gravidez da sua irmã. Porém, ela tomou uma decisão sem ao menos falar comigo, decidindo algo por nós dois sem me comunicar. Entendo que minha namorada sempre cuidou da família, principalmente a responsabilidade relacionada a sua irmã caçula. Eu mesmo, por tantas vezes livrei meu primo caçula de problemas, pois sempre senti-me responsável por Ian. Contudo, eram coisas diferentes, pois meu primo nunca fez algo para me prejudicar ou esteve preso. Uma criança era uma grande responsabilidade e nossa relação estava ainda no começo para que algo tão importante assim começasse sem que ambos conversassem e se entendessem. Decidi ficar um pouco na varanda, pensando no que eu faria em relação à decisão que Lorenna tomou sem avisar.Ouvi os passos dela, caminhando até onde estou. Permaneci no mesmo lugar, aguardando que Lorenna viesse até mim. Era preciso ter uma conver
LorennaEncontro-me no escritório da advogada, aguardando sua chegada. Antes de sair, conversei com mamãe, contando que teria uma reunião com a Doutora Suzana, acalmando-a sobre a gravidez da minha irmã. Sinto-me bem melhor hoje, além de ter esclarecido tudo com André, estamos bem e nem mesmo o pedido de Laisa afetou a nossa relação. Fiquei angustiada com a possibilidade dele ficar contra mim, principalmente por decidir antes de contar. Entretanto, André entendeu a minha situação e no final de tudo deu-me total apoio. Estamos enfrentando tudo que vem pela frente, juntos e mais unidos ainda.Estou conversando com Juliana. Saindo daqui vou encontrar com a minha amiga, em uma cafeteria próxima. Juliana não acreditou quando contei da gravidez e do pedido inusitado.Juliana: Amiga, você e seu coração mole são demais.Lorenna: Não fala assim. Afinal de contas somos irmãs, não vou deixar que minha sobrinha, seja criada em um abrigo.Encerro a conversa, quando vejo a doutora caminhando no cor
AndréEspero Isabella na entrada do colégio. Como prometi, buscaria a minha filha na escola e depois vou levar Bella para jantar. Esse tempo que temos só nós dois, faz com que relembre o tempo que moramos fora do país. Minha mãe ligou para confirmar se não iria jantar em casa, respondi que passaria um tempo com a minha filha e depois a deixaria em casa. Lorenna avisou que havia chegado do encontro com Juliana e que quando eu voltasse, contaria sobre a reunião com a advogada. Insisti para me acompanhar, entretanto, disse que era melhor eu ter mais um pouco de paciência. As aulas de reforço, voltariam e dessa forma ela teria mais tempo para se aproximar da minha filha.Observo os alunos saindo e vejo Isabella se despedindo dos amigos. Ela caminha em direção ao meu carro, entrando de forma apressada, jogando a mochila no banco traseiro.— Que dia puxado foi esse — minha filha, reclama como sempre. Antes de colocar o cinto de segurança, me dá um beijo na bochecha e pergunta como foi o meu
LorennaTerminava de preparar o suco e o bolo que fiz, estava esfriando na boleira. Fiz um bolo de chocolate, com suco de caju. Isabella gostava de bolo de chocolate, então achei melhor preparar algo que ela goste para o nosso lanche. Combinei com Isabella e sua amiga, duas horas de reforço, duas vezes durante a semana. Seria todas as quartas e sextas, dias que ela tinha aula de português e literatura no colégio. André ligou na hora do almoço, para saber se eu precisava de algo, avisou que saindo do trabalho se encontraria com Carlos para juntos irem assistir ao jogo. Juliana viria para cá, assim que terminasse os atendimentos e nós duas, iríamos jantar aqui em casa aguardando os nossos namorados voltarem. Após conferir tudo na cozinha, pego o meu celular e vou sentar em uma das cadeiras na varanda, para aguardar a chegada das duas garotas. Pelo horário, elas estavam a caminho. Enviei uma mensagem para mamãe, avisando que estava tudo bem comigo e que a advogada informou que qualquer m
Lorenna— Carlos enviou mensagem, avisando que assim que o jogo acabar os dois vão parar em uma lanchonete para comer algo.Juliana avisa, enquanto eu coloquei a salada em cima da mesa. Minha amiga, chegou um pouco depois que Isabella e Amanda se foram. Decidimos preparar o jantar para duas pessoas, visto que André e Carlos iriam demorar a voltar, por conta do jogo.— Vamos jantar logo, a gente pode assistir ao filme enquanto você espera o Carlos te buscar.Respondo.Com a comida pronta, sentei-me na cadeira e Juliana de frente para mim, começamos a jantar.— E como foi a primeira aula de reforço com sua amada enteada?Juliana pergunta sem disfarçar a ironia.— Tranquilo. Isabella e sua amiga tiraram as dúvidas, vou ajudar também na organização da feira cultural, então acredito que vamos nos dar bem no restante do ano.Digo.— Que bom então. Você pode trabalhar sem preocupação e torço para que a mimada vire gente e deixe de ser insuportável.Juliana diz.— Hey, modera as palavras. Não
Laisa— E aí docinho, preparada para hoje?Aguardava uma das carcereiras aparecer, para me buscar. Hoje é o dia do meu julgamento e enfim, eu descobriria o meu destino. Jussara estava bem otimista, que se tudo desse certo, eu pegaria a pena mínima e com esforço poderia sair muito antes. Minha única amiga, pensou em tudo para que eu pudesse viver na prisão durante os anos em que eu cumpriria pena. Visto que Jussara iria sair desse buraco primeiro do que eu, então eu teria que saber viver sozinha sem a sua presença.— Vamos acreditar que você vai ter razão — respondo, tocando involuntariamente a minha barriga. Os enjoos estavam controlados e tive uma consulta com o doutor Bruno dois dias atrás.— Você vai conseguir garota. Sairá daqui mais forte, mudará seu jeito petulante e vai aprender a valorizar o que as pessoas fazem por você. Eu confio no seu potencial, sei que estava perdida no mundo, porém agora vai se tornar uma mulher decente.Jussara me puxa para um abraço, tentando me confor
Lorenna— Meu amor, você não comeu praticamente nada no almoço — estamos aguardando o horário para retornar ao tribunal. Juliana achou melhor pararmos na cafeteria próxima para um café e uma fatia de bolo. Disse que, dessa forma, acalmaria os nervos de todos. Mamãe passou praticamente o tempo todo lamentando a situação.— Não estava com tanta fome assim — respondo, bebendo um gole de cappuccino de chocolate. Mamãe foi com Juliana observar as flores que existiam no jardim que ficava do lado de fora do estabelecimento, enquanto Carlos pediu licença para atender uma chamada do trabalho.— Lorenna, sei que você está inquieta, porém, é preciso que se alimente.André disse, cortando um pedaço de bolo levando até minha boca. A contra-gosto comi, para não fazer desfeita.— Temos tempo até o retorno da audiência. Ian enviou mensagem querendo saber notícias, contou que papai perguntou se ele sabia de algo.André conta. Sua mãe também se preocupava com o julgamento e olha que Rose nem mesmo sabi
LaisaA hora da verdade se aproxima. Em breve, vou enfim descobrir quantos anos ficarei presa e o tormento terá fim. Quando entrei naquele tribunal, vendo a minha mãe sentada com sua expressão triste ao lado da minha irmã, senti tanta vergonha dos meus atos. Contudo, agora não dava para se arrepender e chorar pelo leite derramado. Hora de encarar a realidade dos fatos, levantar a cabeça e seguir em frente.— Vamos, que é hora de retomar ao show — sou chamada por uma das carcereiras, que acompanhou-me de volta ao julgamento. As palavras da juíza martelam em minha mente, recordo do que a mulher disse sobre garotas jovens como eu, com uma vida inteira pela frente, caindo no mundo do crime, achando que são imortais. Ouvir todo o sermão calada, de cabeça baixa, sem ter coragem de virar o rosto para encarar a minha família. Até a Juliana estava presente ao lado do namorado e claro que o coroa da Lorenna não iria faltar. Me pergunto, como será que anda a relação com a família do namorado. Ca