Lorenna— Carlos enviou mensagem, avisando que assim que o jogo acabar os dois vão parar em uma lanchonete para comer algo.Juliana avisa, enquanto eu coloquei a salada em cima da mesa. Minha amiga, chegou um pouco depois que Isabella e Amanda se foram. Decidimos preparar o jantar para duas pessoas, visto que André e Carlos iriam demorar a voltar, por conta do jogo.— Vamos jantar logo, a gente pode assistir ao filme enquanto você espera o Carlos te buscar.Respondo.Com a comida pronta, sentei-me na cadeira e Juliana de frente para mim, começamos a jantar.— E como foi a primeira aula de reforço com sua amada enteada?Juliana pergunta sem disfarçar a ironia.— Tranquilo. Isabella e sua amiga tiraram as dúvidas, vou ajudar também na organização da feira cultural, então acredito que vamos nos dar bem no restante do ano.Digo.— Que bom então. Você pode trabalhar sem preocupação e torço para que a mimada vire gente e deixe de ser insuportável.Juliana diz.— Hey, modera as palavras. Não
Laisa— E aí docinho, preparada para hoje?Aguardava uma das carcereiras aparecer, para me buscar. Hoje é o dia do meu julgamento e enfim, eu descobriria o meu destino. Jussara estava bem otimista, que se tudo desse certo, eu pegaria a pena mínima e com esforço poderia sair muito antes. Minha única amiga, pensou em tudo para que eu pudesse viver na prisão durante os anos em que eu cumpriria pena. Visto que Jussara iria sair desse buraco primeiro do que eu, então eu teria que saber viver sozinha sem a sua presença.— Vamos acreditar que você vai ter razão — respondo, tocando involuntariamente a minha barriga. Os enjoos estavam controlados e tive uma consulta com o doutor Bruno dois dias atrás.— Você vai conseguir garota. Sairá daqui mais forte, mudará seu jeito petulante e vai aprender a valorizar o que as pessoas fazem por você. Eu confio no seu potencial, sei que estava perdida no mundo, porém agora vai se tornar uma mulher decente.Jussara me puxa para um abraço, tentando me confor
Lorenna— Meu amor, você não comeu praticamente nada no almoço — estamos aguardando o horário para retornar ao tribunal. Juliana achou melhor pararmos na cafeteria próxima para um café e uma fatia de bolo. Disse que, dessa forma, acalmaria os nervos de todos. Mamãe passou praticamente o tempo todo lamentando a situação.— Não estava com tanta fome assim — respondo, bebendo um gole de cappuccino de chocolate. Mamãe foi com Juliana observar as flores que existiam no jardim que ficava do lado de fora do estabelecimento, enquanto Carlos pediu licença para atender uma chamada do trabalho.— Lorenna, sei que você está inquieta, porém, é preciso que se alimente.André disse, cortando um pedaço de bolo levando até minha boca. A contra-gosto comi, para não fazer desfeita.— Temos tempo até o retorno da audiência. Ian enviou mensagem querendo saber notícias, contou que papai perguntou se ele sabia de algo.André conta. Sua mãe também se preocupava com o julgamento e olha que Rose nem mesmo sabi
LaisaA hora da verdade se aproxima. Em breve, vou enfim descobrir quantos anos ficarei presa e o tormento terá fim. Quando entrei naquele tribunal, vendo a minha mãe sentada com sua expressão triste ao lado da minha irmã, senti tanta vergonha dos meus atos. Contudo, agora não dava para se arrepender e chorar pelo leite derramado. Hora de encarar a realidade dos fatos, levantar a cabeça e seguir em frente.— Vamos, que é hora de retomar ao show — sou chamada por uma das carcereiras, que acompanhou-me de volta ao julgamento. As palavras da juíza martelam em minha mente, recordo do que a mulher disse sobre garotas jovens como eu, com uma vida inteira pela frente, caindo no mundo do crime, achando que são imortais. Ouvir todo o sermão calada, de cabeça baixa, sem ter coragem de virar o rosto para encarar a minha família. Até a Juliana estava presente ao lado do namorado e claro que o coroa da Lorenna não iria faltar. Me pergunto, como será que anda a relação com a família do namorado. Ca
AndréConverso com Ian pelo celular, enquanto Lorenna dorme em nosso quarto. O hoje foi extremamente cansativo e só quero que acabe para que amanhã um novo dia comece. Após ouvir a condenação da irmã, Lorenna teve que lidar com o surto da mãe, que não queria aceitar a realidade. Graças a advogada, que além de bastante profissional, era humana até demais, foi até nós no corredor, consolando Carmem e conseguindo que mãe e filha pudessem ter um cinco minutos, antes de Laisa retornar ao presídio.— Primo, nem vou reclamar da minha vida, porque eu vejo que você anda enfrentando cada problema, com a família da sua namorada.Estou conversando com meu primo, enquanto preparo o jantar. Lorenna chegou em casa, tomou um banho e foi descansar. Carmem não quis retornar na emergência, dizendo que estava tudo bem com ela, e que falar com Laisa, deu mais ânimo à mulher. Percebi como Lorenna estava esgotada não apenas fisicamente como mentalmente. Meus pais, ligaram mais cedo para saber o resultado, m
André— A sopa está mais do que aprovada — Lorenna diz, enquanto termina de jantar. Conversamos sobre assuntos habituais, Lorenna comentou comigo sobre aumentar uma hora a mais de aula, com Amanda. Contei que meus pais, perguntaram por ela, que agradeceu a preocupação e aproveitei para avisar que iria jantar com eles no dia seguinte.— Amanhã, pode deixar que Isabella vai com a gente para casa. Vou tentar sair uma hora mais cedo, dessa forma não enfrentamos congestionamento.Comentei, enquanto começamos a tirar a louça da mesa para lavar. Mesmo com todas as modernidades na cozinha de casa, ainda assim Lorenna gostava mesmo era de lavar a louça do modo tradicional, usava raramente a máquina de lavar.— Agora que passou o julgamento da minha irmã, é hora de seguir em frente.Lorenna comenta, enquanto coloca a louça na pia para que eu lave.— Sua mãe com o tempo vai se acostumar com a situação e sua irmã vai aprender muita coisa nos anos em que ficar presa. — Mamãe se preocupa bastante
LaisaPassei o dia todo sentindo-me cansada e enjoada. Jussara queria que eu fosse até a enfermaria, porém recusei. Não era nenhuma fraca para estar o tempo todo, batendo ponto naquela sala. Hoje foi oficialmente o primeiro dia da minha pena e contaria todos os dias, até a minha saída daqui. Havia pensado muito, assim que voltei para a prisão e a primeira decisão foi entregar a criança para a minha família assim que nascer. Não quero me apegar a esse bebê, mesmo sabendo que tenho direito a ficar com ela por alguns meses. É injusto demais fazer com que um ser tão pequeno, que não tem culpa das burradas que fiz, conviver em meio ao inferno que é esse lugar. Na cela, somente eu estou acordada. Jantamos cedo, depois cada uma foi para o seu canto e Jussara roncava enquanto as outras duas, também dormiam cada uma em sua cama. Eu seguia aqui acordada, pensando no que fazer daqui para frente. Iria me inscrever em uma das oficinas do presídio e Jussara comentou comigo, que voltaria em breve os
LorennaO jantar na casa dos pais do André, definitivamente foi um divisor em nossa relação. Sua mãe, além de concordar com mamãe e eu tomando conta do meu sobrinho, até arriscou dizer que talvez seria uma forma de trazer Laisa para mais perto da nossa família. Desculpei-me pelo que minha irmã fez, porém, minha sogra tratou de dizer que tudo ficou no passado. Agora era o momento de pensar em nosso futuro e até mesmo, insinuou que logo desejava receber notícias sobre o nosso casamento. Claro que essa decisão, estava longe de acontecer. Na manhã seguinte, acordei antes do André, organizei o nosso café da manhã e logo depois ele trouxe-me para casa da minha mãe. Agora eu estava no meu antigo quarto, arrumando os meus objetos pessoais que ainda estavam aqui e as coisas da minha irmã, que eu guardaria em caixas, como roupas, sapatos e itens pessoais. Mamãe foi para o supermercado, assim que cheguei em casa e para não ficar sozinha, liguei para Juliana avisando que estava na comunidade, ouv