Lorenna— Meu amor, você não comeu praticamente nada no almoço — estamos aguardando o horário para retornar ao tribunal. Juliana achou melhor pararmos na cafeteria próxima para um café e uma fatia de bolo. Disse que, dessa forma, acalmaria os nervos de todos. Mamãe passou praticamente o tempo todo lamentando a situação.— Não estava com tanta fome assim — respondo, bebendo um gole de cappuccino de chocolate. Mamãe foi com Juliana observar as flores que existiam no jardim que ficava do lado de fora do estabelecimento, enquanto Carlos pediu licença para atender uma chamada do trabalho.— Lorenna, sei que você está inquieta, porém, é preciso que se alimente.André disse, cortando um pedaço de bolo levando até minha boca. A contra-gosto comi, para não fazer desfeita.— Temos tempo até o retorno da audiência. Ian enviou mensagem querendo saber notícias, contou que papai perguntou se ele sabia de algo.André conta. Sua mãe também se preocupava com o julgamento e olha que Rose nem mesmo sabi
LaisaA hora da verdade se aproxima. Em breve, vou enfim descobrir quantos anos ficarei presa e o tormento terá fim. Quando entrei naquele tribunal, vendo a minha mãe sentada com sua expressão triste ao lado da minha irmã, senti tanta vergonha dos meus atos. Contudo, agora não dava para se arrepender e chorar pelo leite derramado. Hora de encarar a realidade dos fatos, levantar a cabeça e seguir em frente.— Vamos, que é hora de retomar ao show — sou chamada por uma das carcereiras, que acompanhou-me de volta ao julgamento. As palavras da juíza martelam em minha mente, recordo do que a mulher disse sobre garotas jovens como eu, com uma vida inteira pela frente, caindo no mundo do crime, achando que são imortais. Ouvir todo o sermão calada, de cabeça baixa, sem ter coragem de virar o rosto para encarar a minha família. Até a Juliana estava presente ao lado do namorado e claro que o coroa da Lorenna não iria faltar. Me pergunto, como será que anda a relação com a família do namorado. Ca
AndréConverso com Ian pelo celular, enquanto Lorenna dorme em nosso quarto. O hoje foi extremamente cansativo e só quero que acabe para que amanhã um novo dia comece. Após ouvir a condenação da irmã, Lorenna teve que lidar com o surto da mãe, que não queria aceitar a realidade. Graças a advogada, que além de bastante profissional, era humana até demais, foi até nós no corredor, consolando Carmem e conseguindo que mãe e filha pudessem ter um cinco minutos, antes de Laisa retornar ao presídio.— Primo, nem vou reclamar da minha vida, porque eu vejo que você anda enfrentando cada problema, com a família da sua namorada.Estou conversando com meu primo, enquanto preparo o jantar. Lorenna chegou em casa, tomou um banho e foi descansar. Carmem não quis retornar na emergência, dizendo que estava tudo bem com ela, e que falar com Laisa, deu mais ânimo à mulher. Percebi como Lorenna estava esgotada não apenas fisicamente como mentalmente. Meus pais, ligaram mais cedo para saber o resultado, m
André— A sopa está mais do que aprovada — Lorenna diz, enquanto termina de jantar. Conversamos sobre assuntos habituais, Lorenna comentou comigo sobre aumentar uma hora a mais de aula, com Amanda. Contei que meus pais, perguntaram por ela, que agradeceu a preocupação e aproveitei para avisar que iria jantar com eles no dia seguinte.— Amanhã, pode deixar que Isabella vai com a gente para casa. Vou tentar sair uma hora mais cedo, dessa forma não enfrentamos congestionamento.Comentei, enquanto começamos a tirar a louça da mesa para lavar. Mesmo com todas as modernidades na cozinha de casa, ainda assim Lorenna gostava mesmo era de lavar a louça do modo tradicional, usava raramente a máquina de lavar.— Agora que passou o julgamento da minha irmã, é hora de seguir em frente.Lorenna comenta, enquanto coloca a louça na pia para que eu lave.— Sua mãe com o tempo vai se acostumar com a situação e sua irmã vai aprender muita coisa nos anos em que ficar presa. — Mamãe se preocupa bastante
LaisaPassei o dia todo sentindo-me cansada e enjoada. Jussara queria que eu fosse até a enfermaria, porém recusei. Não era nenhuma fraca para estar o tempo todo, batendo ponto naquela sala. Hoje foi oficialmente o primeiro dia da minha pena e contaria todos os dias, até a minha saída daqui. Havia pensado muito, assim que voltei para a prisão e a primeira decisão foi entregar a criança para a minha família assim que nascer. Não quero me apegar a esse bebê, mesmo sabendo que tenho direito a ficar com ela por alguns meses. É injusto demais fazer com que um ser tão pequeno, que não tem culpa das burradas que fiz, conviver em meio ao inferno que é esse lugar. Na cela, somente eu estou acordada. Jantamos cedo, depois cada uma foi para o seu canto e Jussara roncava enquanto as outras duas, também dormiam cada uma em sua cama. Eu seguia aqui acordada, pensando no que fazer daqui para frente. Iria me inscrever em uma das oficinas do presídio e Jussara comentou comigo, que voltaria em breve os
LorennaO jantar na casa dos pais do André, definitivamente foi um divisor em nossa relação. Sua mãe, além de concordar com mamãe e eu tomando conta do meu sobrinho, até arriscou dizer que talvez seria uma forma de trazer Laisa para mais perto da nossa família. Desculpei-me pelo que minha irmã fez, porém, minha sogra tratou de dizer que tudo ficou no passado. Agora era o momento de pensar em nosso futuro e até mesmo, insinuou que logo desejava receber notícias sobre o nosso casamento. Claro que essa decisão, estava longe de acontecer. Na manhã seguinte, acordei antes do André, organizei o nosso café da manhã e logo depois ele trouxe-me para casa da minha mãe. Agora eu estava no meu antigo quarto, arrumando os meus objetos pessoais que ainda estavam aqui e as coisas da minha irmã, que eu guardaria em caixas, como roupas, sapatos e itens pessoais. Mamãe foi para o supermercado, assim que cheguei em casa e para não ficar sozinha, liguei para Juliana avisando que estava na comunidade, ouv
AndréMeu primo havia se metido em problemas novamente!Ouvia calado, Ian contar sobre a confusão na noite passada em seu apartamento. Luciana acabou passando mal, após flagrar o noivo com outra mulher, indo parar na emergência e por pouco não ter sofrido algo pior devido ao aumento da pressão.— Ian, acredito que é hora de você começar a notar que será um homem casado muito em breve e querendo ou não, amando ou não a mãe do seu filho, você deve ao menos respeito pela Luciana.Digo com firmeza. Ele até poderia não amar a noiva, mas deveria respeitar o momento delicado que Luciana enfrentava.— Um casamento somente no papel. Luciana sabe bem das regras, não escondi nada daquela garota, porém ela insiste em agir como se fosse uma coitada enganada. Eu só aceitei casar porque a titia, encheu o saco, os pais dela ameaçaram expor toda a baixaria na mídia e não quero o nome da construtora envolvida em escândalo, justo agora que estamos trabalhando em parceria com o governo e muito menos traz
AndréLevei Lorenna para jantar no restaurante de um conhecido. Jantamos em um clima agradável, com a minha namorada contando sobre como andam os planos para o próximo ano. — Amor, organizei algumas caixas e vamos buscar depois. Não pensei que tinha tanta coisa guardada.Lorenna se refere às suas coisas que estavam guardadas na casa da sua mãe. Eu conversei com um amigo arquiteto para a reforma do quarto do bebê. Iria aproveitar para reformar a casa da minha sogra, porém esse detalhe Lorenna nem a mãe sabiam pois conhecendo a mulher que tenho ela com toda certeza ficaria chateada comigo.— Podemos buscar no sábado. Aproveitamos para almoçar com a sua mãe e eu marco com o arquiteto para que ele possa me passar o que será preciso.Digo enquanto bebo um gole do vinho. Lorenna não quis beber nada alcoólico, então seria ela quem iria dirigir de volta para nossa casa.— Sábado é bom, pois domingo mamãe comentou comigo que vai visitar Laisa.Lorenna havia comentado comigo, que não saberia c