Capítulo 25Gabriel apertou o abraço, como se quisesse transmitir ainda mais conforto e segurança. Aos poucos, foi afrouxando os braços, dando espaço para Jussara se recompor. No entanto, ao se afastar, seus olhos finalmente captaram os detalhes que antes a preocupação não havia permitido ver. Ela estava quase nua, com aquela minúscula calcinha e a pele brilhando pelo creme que ela havia passado. Seus olhos, instintivamente, percorreram toda a sua formosura, e ele sentiu um calor subir pelo corpo, quase o deixando sem ar. Seus pensamentos começaram a correr soltos, mas ele fechou os olhos por um instante, tentando se controlar. Gabriel deu um passo para trás, esboçando um sorriso tenso. — Você é mesmo uma tentação, sabia? — disse com a voz rouca, quase num sussurro. Jussara corou violentamente, colocando as mãos no rosto.— Gabriel! Eu… eu nem me dei conta de que estou… — balbuciou, apressando-se em pegar o vestido que estava pendurado. Ele soltou uma risada baixa, passando
Capítulo 26Enquanto Gabriel conversava com alguns amigos no salão principal, Jussara se afastou para pegar um pouco de ar na varanda. Observando a oportunidade perfeita, Cecília a seguiu com um sorriso falso e uma taça de champanhe na mão.— Ah, Jussara, querida, precisava encontrar um momento para falar com você.Jussara virou-se para ela, mantendo a educação.— Claro, Cecília. Algum problema?Cecília deu um sorriso enviesado.— Não, nenhum problema. Só achei que seria gentil da minha parte te dar um pequeno... aviso.— Aviso? — perguntou Jussara, confusa.Cecília tomou um gole da bebida antes de continuar:— Não sei o quanto Gabriel te contou sobre o passado dele, mas... digamos que temos uma história. Algo... especial.Jussara sentiu um aperto no peito, mas tentou manter a calma.— Tenho certeza de que Gabriel já compartilhou tudo que é importante comigo.Cecília soltou uma risada baixa.— Será? Porque, da última vez que conversamos, ele não parecia tão decidido a seguir em frente
Capítulo 27Marcus estava sentado em sua sala na empresa do pai, o silêncio preenchia o ambiente, e isso era extremamente monótono para ele. Nas mãos, um lápis que ele girava distraidamente entre os dedos. Seus pensamentos estavam longe, perdidos entre memórias do passado e dúvidas sobre o futuro. Ele franziu o cenho, cerrando os dentes, enquanto um mistura de frustração e raiva tomava conta de si.Sem perceber, apertou o lápis com força demais, até ouvi-lo quebrar com um estalo seco. Ele olhou para os pedaços em suas mãos e suspirou profundamente, como se aquilo fosse um reflexo de sua própria confusão interna."Chega," pensou ele, levantando-se abruptamente. "Isso precisa ser resolvido agora."Determinado, pegou o paletó e saiu de sua sala com passos firmes, ignorando os cumprimentos dos colegas de trabalho enquanto caminhava em direção ao elevador. Sua mente estava clara em um único objetivo: falar com seu pai. Era hora de resolver as coisas, mesmo que isso significasse um confront
Capítulo 28Dona Amélia estava cortando legumes na cozinha, quando os gritos de Marcus ecoaram pela mansão. Ela parou por um instante, franzindo o cenho, e suspirou profundamente.— O que será agora? — murmurou para si mesma.Limpou as mãos no pano de prato e o deixou sobre a bancada.— Esperem um momento.Retirando o avental rapidamente, foi em direção ao escritório, o som das vozes altas guiando seus passos apressados. Quando chegou à porta entreaberta, pôde ouvir Gabriel, já com o tom mais firme, encerrando a discussão:— Tenha um bom dia, filho.Marcus passou por ela no corredor como um furacão, nem ao menos a cumprimentando, a expressão rígida e os punhos cerrados. Amélia ficou parada por um momento, observando o neto desaparecer, e então entrou no escritório.— Gabriel, o que está acontecendo aqui? Por que Marcus estava gritando? — perguntou, fechando a porta atrás de si e cruzando os braços, claramente preocupada.Gabriel suspirou, recostando-se na cadeira.— Marcus ainda não a
Capítulo 29 Jussara aceitou mais uma porção do prato delicioso que Dona Amélia serviu. Entre uma garfada e outra, ela sentiu-se cada vez mais à vontade. Dona Amélia, sorrindo, incentivava: - Isso, querida, coma sem pressa. Você está se cuidando tão bem, vai ficar radiante nesse período. - Obrigada, Dona Amélia. Acho que meu apetite triplicou! - Jussara respondeu, rindo. Depois de terminar o prato, ela agradeceu novamente, deu um abraço em Dona Amélia e seguiu em direção ao escritório. Enquanto isso, Dona Amélia voltou a coordenar a cozinha com os cozinheiros, finalizando o almoço com maestria. Jussara caminhou pelos corredores da mansão, admirando os detalhes decorativos que pareciam ter uma história. Ao chegar à porta do escritório, deu duas leves batidas antes de abrir. - Posso entrar? - perguntou, espiando pela fresta da porta. Gabriel levantou os olhos dos papéis que estava revisando e sorriu imediatamente ao vê-la. - Claro, entre! Estava pensando em você. Jussara entrou,
Capítulo 30Na segunda-feira, Jussara entrou na empresa com um sorriso tímido, enquanto seus olhos curiosos exploravam o ambiente sofisticado. É diferente entrar na empresa como funcionária e de repente como a namorada do dono.Estava ansiosa para almoçar com Gabriel, mas ao olhar em volta no saguão movimentado, não o encontrou. Continuou caminhando até a recepção, acreditando que ele poderia estar descendo.Foi então que uma voz inesperada cortou seus pensamentos:— Jussara?Ela parou no meio do saguão, o coração disparando ao reconhecer a voz. Virou-se lentamente e viu Marcos, seu ex-namorado, encarando-a com uma expressão de surpresa misturada com descrença.— Você está grávida?Ela não esperava encontrá-lo ali, muito menos nessa circunstância. A reação dele era intensa, e ela sabia que precisava se manter firme. Não queria que percebesse que estava desconfortável perto dele.— Estou — respondeu de forma direta, mas sem dar detalhes.Marcos estreitou os olhos, fixando o olhar na ba
Capítulo 31Dona Amélia, como sempre, demonstrava elegância e firmeza. Após colocar os óculos e organizar seus pensamentos, decidiu que era hora de esclarecer certas situações que a incomodavam. Ligou para sua amiga Clara com a habitual cordialidade, mas sua voz tinha um tom que deixava claro que a conversa seria direta.- Clara, querida, como está? Precisamos nos ver. Aproveitando, Cecília estará por aí? - perguntou, com uma sutileza calculada.Assim que teve a confirmação, Dona Amélia se arrumou com um toque de sofisticação discreta e foi à casa de Clara. Ao chegar, foi recebida calorosamente, mas não demorou para que o chá das três adquirisse um tom mais sério.Cecília, toda sorrisos e tentando manter as aparências, fazia de tudo para impressionar Dona Amélia. No entanto, a matriarca, sempre observadora, sabia muito bem o que estava por trás daquela fachada encantadora.Após alguns minutos de conversa trivial, Amélia ajeitou os óculos no rosto e olhou diretamente para Cecília, sua
Capítulo 32 Deitada nos braços de Gabriel, Jussara sentia o calor reconfortante do corpo dele contra o seu. A respiração suave dele parecia acalmá-la, mas sua mente estava inquieta. Ela acariciou levemente o braço dele que repousava em sua cintura, perdida em pensamentos. “Como sou sortuda...”, pensou. Desde que chegou àquela casa, Dona Amélia a tratava com um carinho genuíno, quase maternal. Era uma sensação que Jussara não experimentava há tanto tempo. Após perder os pais, ela achou que nunca mais sentiria esse tipo de acolhimento. Agora, cada gesto da futura sogra, cada olhar cheio de ternura, preenchia um vazio que ela nem sabia que ainda existia. Mas, como uma nuvem passageira, um pensamento desconfortável cruzou sua mente. Marcos. Era a segunda vez que o encontrava no mesmo lugar, e dessa vez, dentro da empresa de Gabriel. Ela se remexeu levemente na cama, tentando ignorar a inquietação que isso trazia. “Será que ele trabalha lá? E se sim... Será que Gabriel o conhece?” Ela