Capítulo 131Jussara se afastou do batente da porta com um sorriso nos lábios e disse, animada:- Que tal sairmos para comemorar?Gabriel olhou para ela curioso, levantando uma sobrancelha enquanto ajeitava o relógio no pulso.- O que você tem em mente, amor?- Pensei em algo simples, mas especial. Poderíamos ir ao parque fazer um piquenique. É um ótimo jeito de aproveitar o dia em família.Antes que Gabriel pudesse responder, as crianças, que estavam na sala ouvindo a conversa, começaram a pular e gritar de felicidade:- Uhuu! Vamos, mamãe! Vamos!Caterina segurou a mão do irmão mais velho, Júnior, e puxou-o pelo braço, como se já estivessem prontos para sair. Gabriel, contagiado pela animação dos pequenos, sorriu e concordou, levantando-se.- Parece que a decisão foi tomada. Vamos ao parque!Jussara riu da empolgação das crianças e foi até a cozinha organizar as coisas para o piquenique, enquanto Gabriel ajudava os pequenos a pegar brinquedos para levar.O sol brilhava naquela linda
Capítulo 132Gabriel e Francisco caminham rapidamente em meio às árvores, chamando o nome de Caterina. O silêncio é cortado apenas pelo som dos pássaros e pelo farfalhar das folhas. Depois de alguns minutos, encontram a bola caída no chão, mas nenhum sinal da menina.Gabriel, segurando a bola, sente o coração apertar ainda mais. Ele percebe marcas no chão, como pegadas de adultos e algo que parece ter sido arrastado.— Francisco, veja isso! — diz ele, apontando para as marcas.Francisco examina o chão e confirma:— Alguém a pegou...A preocupação dá lugar ao desespero, mas Gabriel tenta manter o foco.***Enquanto isso, Jussara, tenta manter a calma enquanto cuida de Cláudio. É nesse momento que seu celular toca. O número é desconhecido. Ela atende, nervosa.— Alô?Uma voz distorcida responde:— Se quiser sua filha de volta, faça exatamente o que eu mandar. Não avise a polícia, ou nunca mais verá Caterina.Jussara sente o sangue gelar.— Quem é você? O que quer? Por favor, devolva min
Capítulo 133Riddick estava sentado à mesa do escritório na mansão Monteiro. Seu notebook piscava com as imagens das câmeras próximas ao parque onde Caterina havia desaparecido. Ele trabalhava meticulosamente, sua expressão séria e fria. A experiência como ex-assassino lhe dava paciência, mas a raiva que sentia de situações como essa fazia seu sangue ferver.Enquanto avançava lentamente nas filmagens, sua mente foi invadida por lembranças sombrias. Ele lembrava dos tempos em que aceitava contratos para eliminar pessoas. Sempre que descobria que crianças estavam envolvidas nos jogos sujos de seus alvos, não hesitava: os contratantes viravam as próximas vítimas. Isso havia se tornado uma espécie de código moral para ele.De repente, algo chamou sua atenção. Ele pausou o vídeo e voltou alguns segundos.- Espere... - murmurou, inclinando-se para mais perto da tela.As imagens mostravam um carro preto entrando em uma estrada secundária, aparentemente isolada.- Bingo! - exclamou, satisfeit
Capítulo 134Riddick ajustou o fone de ouvido, com os olhos fixos no monitor. Ele estava analisando cada detalhe do galpão onde Caterina estava sendo mantida. Em sua mente, o plano começava a se formar. — Vou precisar de armas leves, equipamentos de visão noturna e um veículo discreto — murmurou para si mesmo, já abrindo uma lista de contatos no celular. Gabriel entrou na sala, seu rosto preocupado.— Riddick, como está o progresso? Riddick se virou para ele.— Sei onde ela está. O galpão tem dois pontos de entrada principais e um corredor interno que leva a uma sala mais protegida. É provável que ela esteja lá. — E o que você vai fazer? — Vou entrar, neutralizar os homens e tirar sua filha de lá. Mas preciso que mantenham a calma e fiquem aqui. Não posso me preocupar com mais ninguém no campo. Gabriel assentiu, apertando os punhos. — Só... traga minha filha de volta, Riddick. — Eu vou. Ele pegou uma mochila que havia preparado rapidamente e saiu da mansão. ***Cat
Capítulo 135Riddick vasculhou os arredores do galpão em silêncio, seguindo os ruídos sutis e usando sua experiência para evitar armadilhas. Em poucos minutos, encontrou Caterina sentada em um canto, abraçada aos joelhos, com o rosto úmido de lágrimas. Seus olhos se arregalaram ao vê-lo, mas ela permaneceu imóvel, desconfiada e assustada. — Caterina? — ele chamou, em um tom suave. — Eu sou Riddick. Estou aqui para te levar de volta para sua família. Ela o olhou com hesitação, apertando ainda mais os joelhos. — Meu papai disse que eu não devo falar com estranhos... Riddick respirou fundo, entendendo a cautela dela. Ele se ajoelhou para ficar no nível dela e tirou o celular do bolso, ligando para Gabriel.— Senhor Monteiro, estou com sua filha. Ela está segura, mas um pouco assustada. Vou colocá-lo no viva-voz para que ela ouça sua voz. Ele ativou o alto-falante e estendeu o celular para perto de Caterina. — Caterina, meu amor? — a voz de Gabriel soou do outro lado. — Papa
Capítulo 136Riddick entrou na delegacia pela porta dos fundos, carregando Cecília e Marcos como dois sacos de batata, ainda amarrados. Os dois protestavam inutilmente, mas ele sequer lhes deu atenção. Ao chegar na sala de evidências, ele os deixou jogados no chão, com os traseiros virados para cima, em uma posição humilhante. — Vocês gostam de brincar com crianças e famílias inocentes, não é? Agora vão aprender o que é vergonha — murmurou com um sorriso irônico, enquanto colocava no balcão um envelope contendo provas dos crimes: fotos e vídeos que ele mesmo coletou durante sua investigação. Cecília gritou de raiva:— Você acha que isso vai acabar aqui, seu maldito? Riddick apenas riu, inclinando-se na direção dela. — Não se preocupe, Cecília. Quando os detetives abrirem o envelope, vão saber exatamente o que fazer com vocês. E, francamente, estou ansioso para ouvir sobre o que vai acontecer quando os outros presos descobrirem quem vocês são. Marcos tentou se soltar, desesper
Capítulo 137Doze anos se passaram, e a mansão Monteiro estava em festa. O casal celebrava mais um ano de casamento com a casa cheia de vida e alegria. Gabriel e Jussara, olhavam para os filhos e não podiam conter o orgulho ao ver como cada um cresceu e traçou seu próprio caminho.Caterina, prestes a completar dezenove anos, era o motivo de orgulho especial naquela noite. Já no segundo ano da faculdade de medicina, ela havia decidido seguir os passos do pai e se tornar cardiologista.— Você não imagina como me orgulho de você, filha — disse Gabriel enquanto a abraçava durante a comemoração.— Quero fazer a diferença, papai, assim como o senhor fez um dia — respondeu Caterina com um sorriso confiante.Júnior, também com quase 19 anos, tinha sua trajetória traçada. Cursava administração e já começava a se preparar para assumir responsabilidades na empresa da família.— Eu prometo cuidar bem do legado que o senhor construiu, pai — disse ele, em um momento de conversa com Gabriel.— Sei q
Capítulo 1Brasil — São Paulo — SP.Gabriel Monteiro, CEO de uma das maiores empresas de tecnologia médica do país, estava no centro do silêncio da sala de estar, observando a chuva bater nas imensas janelas de vidro. Desde o acidente que o deixou numa cadeira de rodas, seu temperamento, já severo, piorara ainda mais. Ele odiava a ideia de depender de alguém, especialmente agora que sua mãe, a única pessoa em quem confiava, estava para viajar.Gabriel escutou um barulho às suas costas e se virou, ficou observando a mãe. Ela começou a falar toda ansiosa sobre a viagem para a Europa. Ele não a ouvia. Sua mente estava presa ao incômodo de ser tratado como se jamais fosse se recuperar do acidente que sofreu. Ficou perturbado ao ouvir que teria uma enfermeira para cuidar dele.- Eu não preciso de nenhuma babá cuidando de mim, mãe - ele grunhiu, com a voz firme.Ela suspirou, ignorando sua explosão de raiva com a paciência de quem já estava acostumada com o temperamento difícil do filho.-