Kira e Olivia estavam sentadas no pátio da faculdade, conversando animadamente sobre os preparativos para a festa. Entre risadas e ideias absurdas de decoração, Olivia, sempre direta, mudou completamente o rumo da conversa:
— Amiga, me passa o telefone da sua ginecologista! Preciso marcar uma consulta pra começar a tomar anticoncepcional. Transar com o Henry com camisinha é horrível! — disse ela, revirando os olhos.
Kira parou no meio de um gole de refrigerante. Por um momento, suas risadas morreram. A frase de Olivia a atingiu como um choque, trazendo à tona um detalhe que ela não tinha considerado até então.
Todas as vezes que transou com Noah, eles nunca se preveniram. Ela sempre foi cuidadosa, mesmo sem uma vida sexua
Noah revirou os olhos.— Não faço ideia, e sinceramente não sei por que isso é tão importante.— Claro que é importante! — James quase gargalhou. — PA, meu caro, é “pau amigo”!Noah congelou por um momento, com a boca entreaberta.— O quê? — perguntou, tentando processar a informação.— Isso mesmo! — continuou James, divertindo-se com a reação do amigo. — Você é o pau amigo* dela, Noah. Isso é tipo… o ápice da gíria moderna. Basicamente, você é o amigo com benefícios. Noah estava sentado em sua mesa no escritório, mas seus pensamentos estavam longe dos papéis que precisava assinar. A confusão em sua mente era tão grande que ele mal conseguia focar nas obrigações do dia. Entre números, fusões e contratos, só uma coisa ocupava espaço real em sua cabeça: Kira.Às vezes, ele sentia uma vontade incontrolável de jogar tudo para o alto, assumir o que sentia e lutar contra qualquer obstáculo que aparecesse. Mas, no fundo, o medo o segurava. Medo de que ela dissesse não. Medo de perder o que tinham ao tentar transformá-lo em algo maior. Medo de que a diferença de idade, os julgamentos, e, principalmente, a reação de Olivia, fossem grandes demais para superar.NoahCapítulo 64- Conflitos Internos
Noah chegou ao café com antecedência, um hábito que ele nunca abandonava. Ele preferia estar no controle de situações, e chegar primeiro lhe dava a vantagem de observar e preparar-se. Sentou-se no canto habitual, o mesmo lugar que ele e Emma costumavam escolher nos tempos de namoro. O ambiente estava exatamente como ele lembrava: discreto, sofisticado, mas aconchegante.Enquanto esperava, sua mente vagava. Ele sabia que o encontro com Emma não era apenas uma conversa casual. Havia algo que ela queria, algo que ele precisava descobrir. O celular vibrando na mesa trouxe um sorriso discreto ao rosto dele. Era uma mensagem de Douglas.Por um momento, pensou que pudesse ser uma mensagem de Kira, percebeu ela distante na última mensagem, mas preferiu acreditar que estava tudo bem. Ele respondeu rapidamente
Noah terminou de beber seu suco fazendo barulho, o que sabia que ela detestava. Diante de sua careta, riu e limpou a boca com o guardanapo. Mas foi sincero:— Então não entendo. — Riu, sem graça, coçando a nuca com o braço para cima. — Porque aceitou o meu convite se já sabe disso?— Eu tinha esperança…— Emma… — Ele começou, escolhendo as palavras cuidadosamente. — Eu valorizo o tempo que passamos juntos, mas… isso pertence ao passado. Minha vida mudou, e… meu coração também.Ela piscou algumas vezes, claramente surpresa.— Está com alguém, n&atil
Noah estava na sala de reuniões, cercado por executivos e documentos, mas sua mente estava longe dali. Apesar de todo o esforço que ele, Douglas e James estavam colocando na fusão, havia algo que constantemente o distraía. O sucesso dessa parceria abriria portas para filiais ao redor do mundo e criaria milhares de empregos, um marco na história da Corporação Fitzgerald. Mas, mesmo com o peso de uma negociação milionária sobre seus ombros, seus pensamentos vagavam para outro lugar. Ou melhor, para outra pessoa: Kira.Ele tentou afastar as imagens dela de sua mente enquanto os advogados falavam sobre cláusulas contratuais e prazos. Mas Kira estava sempre presente, de alguma forma. Era ela quem ocupava seus pensamentos nos momentos de silêncio e quem fazia o tempo parecer mais leve quando estavam juntos. Por&eacut
Resolveram deixar o carro no estacionamento da empresa e pegar um Uber. Ambos sabiam que a noite prometia uma boa dose de álcool e, talvez, desabafos necessários. Douglas observava Noah de lado, notando os sinais de inquietação no amigo. Conhecia-o há anos, desde os tempos em que era casado com a mãe de Olivia. Havia acompanhado de perto o tumultuado casamento e, depois, o esforço incansável de Noah para reconstruir sua vida após a separação.Douglas sabia que Noah era um homem íntegro, alguém que sempre colocava os outros em primeiro lugar. Mas também sabia que, desde o término, o amigo nunca havia realmente permitido a si mesmo se envolver emocionalmente com outra pessoa. Houve Emma, claro, mas foi um relacionamento breve, quase estratégico. Agora, algo estava diferente. Algo, ou
Depois de umas doses de bebida e muita conversa, Noah foi levado para casa carregado pelo amigo. O loiro nunca tinha chegado embriagado antes, muito menos ficado assim diante de sua filha. Douglas, com muita dificuldade, tirou o amigo de dentro do Uber e o levou até a porta de entrada, tocando a campainha em seguida.Ding dong!Rapidamente ouviu passos vindo em direção à porta e viu Olivia olhá-lo confusa.— Tio Douglas, o que houve com o meu pai? — perguntou a loira preocupada.Nunca tinha visto seu pai naquele estado deplorável. Noah estava com a gravata frouxa, os cabelos assanhados, a camisa aberta e até o cinto da calça estava torto. Douglas suspirou fundo e respondeu:— Ele apenas teve
Noah acordou sentindo o peso de um tambor ecoando em sua cabeça. Era como se seu cérebro estivesse tentando escapar do crânio, pulsando em protesto contra as doses excessivas de whisky e cachaça da noite anterior. Ele abriu os olhos azuis com dificuldade, piscando contra a luz que entrava pela janela. Por um momento, tentou se lembrar de como tinha chegado em casa, até que a resposta veio:— Douglas, claro. — murmurou para si mesmo, com uma mistura de gratidão e vergonha.Levantou-se com esforço, deixando as roupas espalhadas pelo chão do quarto, e caminhou até o banheiro. Antes de alcançar o box, sentiu o estômago revirar. Com um impulso, se jogou sobre a privada, esvaziando o conteúdo de seu estômago.— Que droga, quanto tempo faz que eu não vomito? — disse para si, ofegante. — Definitivamente, exage