Kira saiu da clínica com passos firmes, e o coração ainda acelerado pela discussão com Brandon. O ar fresco do lado de fora ajudou a clarear sua mente, mas a indignação ainda queimava em seu peito. Ela não percebeu a figura alta encostada em um carro próximo até ouvir a voz familiar.— Kira.Ela se virou rapidamente e encontrou os olhos intensos de Noah Fitzgerald. Ele estava ali, esperando por ela, com uma expressão que misturava preocupação e determinação.— Noah? O que você está fazendo aqui?Ele deu alguns passos em direção a ela, diminuindo a distância entre eles.— Eu soube do que aconteceu lá dentro. Não podia deixar você passar por isso sozinha.Kira sentiu uma onda de gratidão e alívio ao vê-lo ali. Sem hesitar, Noah estendeu a mão, e ela a segurou, sentindo o calor reconfortante de sua presença.— Vem comigo. — disse Noah, conduzindo-a de volta para a entrada da clínica.Ela hesitou por um momento, surpresa com a iniciativa dele.— Noah, eu acabei de me demitir. Não sei se d
O tempo passou como um vendaval depois do noivado. Em menos de quatro meses, Olivia se viu afogada em provas de vestido, degustações de buffet, discussões sobre cor de guardanapo e debates intermináveis sobre qual flor combinava melhor com o buquê. Era como se cada dia trouxesse uma nova loucura e, como se não bastasse, o casamento se aproximava como um furacão glamoroso. Ela queria tudo impecável, perfeito. Um evento memorável, daqueles que ficassem gravados nos corações ou, pelo menos, nas redes sociais.Naquela manhã de sexta-feira, o sol brilhava impiedosamente, aquecendo o ar e os nervos de Olivia. Faltavam apenas dez dias para o grande dia. Ela despertou suada, com o coração acelerado, depois de sonhar que o véu havia sido trocado por uma toalha de mesa e que o noivo estava vestindo uma bermuda florida.— Respira, Olivia. Não surta, ainda. — ela sussurrou para o espelho do banheiro, enquanto lavava o rosto.As amigas já haviam sido alertadas: essa semana seria intensa. Elas es
Faltavam poucas noites antes do “sim”, e Olivia estava decidida a esquecer toda a tensão dos preparativos e surtar com elegância. Savannah, Sophia e Kira tinham planejado a despedida de solteira com meses de antecedência. Um clube elegante, reservado só para elas e algumas convidadas selecionadas. Luzes neon, música envolvente, e uma pista iluminada que prometia calor, dança e uma pitada de pecado.— Essa noite é sobre você, Olivia. E sobre homens suados dançando só de cueca. — Sophia disse, já brindando com uma taça de espumante rosa, antes mesmo da primeira performance.— Meu Deus, será que vou mesmo ver um bombeiro dançar com uma mangueira? — Olivia riu, nervosa e empolgada.— Você não vai só ver. Vai interagir, bebê. — Kira piscou, provocante.O clube escolhido era sofisticado, mas com aquele ar clandestino e excitante de filme proibido. Assim que entraram, as luzes suaves destacaram o palco central, onde um pole reluzente esperava por ação. E quando o primeiro “gogoboy” entrou, v
Na manhã seguinte, a luz do sol entrou pelas frestas da enorme casa de campo como uma vingança silenciosa contra o excesso da noite anterior. No sofá da sala principal, Sophia dormia abraçada a um flamingo inflável cor-de-rosa, enquanto Savannah roncava suavemente com uma tiara torta que dizia “Team Bride”.Kira acordou com o cheiro de café vindo da cozinha e, por um momento, pensou que tudo tinha sido um sonho… até notar as marcas de dedos em sua cintura e o uniforme de policial jogado sobre a poltrona.Ela mordeu o lábio inferior, sorrindo, antes de se levantar silenciosamente e caminhar até o banheiro, os pés ainda descalços e os cabelos emaranhados da noite ardente com Noah.Mas a paz matinal durou pouco.Do quarto do andar de cima, ouviu-se um grito estridente:— QUEEEE? KIRA, PELO AMOR DE TUDO QUE É SAGRADO, VEM AQUI!Era Olívia. E aquele tom significava uma única coisa: algo viralizou.Kira correu pelas escadas, sentindo o frio na barriga típico de quem sabe que, depois de uma
Era a última noite antes do casamento de Olivia, e o clima na casa de campo estava uma mistura de encanto e caos. As flores estavam todas posicionadas, os ensaios tinham sido feitos com sucesso e as madrinhas, embora exaustas, estavam mais animadas do que nunca.Olívia, a noiva, caminhava de um lado para o outro com uma taça de vinho na mão, tagarelando entre risos com Savannah, Sophia e Kira, sua madrinha de honra e melhor amiga.— Nada de stress hoje, meninas. Hoje é só alegria, vinho e homens pelados dançando para a minha diversão! — ela gritou, levantando a taça no ar.— E pensar que até uns meses atrás você dizia que despedida de solteira era cafona… — Sophia lembrou, sorrindo.— Mudei de ideia. Principalmente depois do show do meu pai como policial na despedida anterior… — Olivia lançou um olhar sugestivo para Kira, que fingiu estar mais interessada em seu vinho.— Ok, ok, já entendemos que você transformou meu pai em um stripper irresistível. — Olivia riu. — Sinceramente? Obrig
O relógio já passava das dez da noite quando Kira afundou no sofá da varanda da casa de campo, envolta por uma manta fina e o vento suave que soprava entre as árvores. O casamento de Olivia seria no dia seguinte, e embora tudo estivesse correndo bem, com flores posicionadas, ensaio geral feito e até as alianças já guardadas em segurança , o coração de Kira estava inquieto.Noah apareceu minutos depois, com duas xícaras fumegantes nas mãos. Entregou uma a ela, inclinando-se para beijar sua testa.— Chá de camomila e maçã, pra tentar te acalmar. Você está igual formiga em panela quente desde que escureceu.Kira soltou um riso curto, mas seus olhos não escondiam o que sentia.— É a falta dele. Estou acostumada a dormir com a respiração do Bento no quarto ao lado, com ele invadindo nossa cama no meio da madrugada pra dizer que sonhou com um leão que falava francês…— E que exigia panquecas às quatro da manhã. — Noah completou, rindo também.Ela suspirou fundo, envolvendo a xícara com amba
O céu já dormia em silêncio, coberto de estrelas preguiçosas, e a casa de campo parecia suspirar junto com a noite. O ar trazia o perfume das flores da cerimônia já montada no jardim, e uma brisa suave entrava pelas janelas abertas. Na varanda, Kira ainda estava nos braços de Noah, o corpo encaixado perfeitamente ao dele, como se pertencesse ali como se sempre tivesse pertencido.A videochamada com Bento havia terminado, mas a imagem do loirinho continuava viva nos pensamentos de Kira. Ela encostava o rosto no peito de Noah, ouvindo o coração dele bater com calma. As palavras do filho ainda ecoavam:“Mamãe, dorme abraçada com o papai por mim?”Foi então que Noah inclinou o rosto e murmurou no ouvido dela, com a voz rouca, cheia de um humor travesso que fazia sua pele arrepiar:— Olha… eu sou um homem de palavra, e agora tenho uma promessa muito séria a cumprir…Kira sorriu, fechando os olhos com o calor da respiração dele na pele.— Promessa?— Nosso filho exigiu que eu dormisse abra
O sol amanheceu preguiçoso naquela manhã, mas os pássaros estavam em festa. A casa de campo, onde o casamento de Olivia aconteceria, fervilhava desde as primeiras horas. Eram flores sendo posicionadas, garçons correndo com bandejas, vestidos de madrinhas sendo ajustados e penteados sendo refeitos pela terceira vez.Kira acordou com o som dos passarinhos misturado ao leve ronco de Noah, ainda com o braço pesado sobre sua cintura. Sorriu ao sentir o calor dele. Passou os dedos pelo rosto do homem que amava e sussurrou:— Hora de acordar, policial. Hoje sua filha vai se casar.Ele abriu um dos olhos, sonolento.— Já? Achei que tivesse mais uns cinco minutos de sono e pelo menos um café na cama…— Se você conseguir